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quarta-feira, 29 de julho de 2020

Livro: El Caudillo Leonel Brizola tem reedição de 2020 ampliada e atualizada

Leonel Brizola morreu há 16 anos e, em 2022, terá seu centenário de nascimento. Que Brasil temos hoje para confrontar com a mensagem esfuziante do líder trabalhista que fez as escolas integrais e arrebatou a política brasileira com sua pregação nacionalista? Bolsonaro? A volta dos militares?  A ascensão dos milicianos junto com o recrudescimento do neoliberalismo?



A reedição digital de 2020 do livro El Caudillo Leonel Brizola, editado em papel, em 2008, vem com a ampliação de nove capítulos e outros acréscimos atualizados aos originais, pretendendo colocar estes questionamentos. E isto ocorre no exato momento em que o país experimenta sua mais aguda crise de liderança e em que a pandemia e o consequente descalabro social e econômico nos remete a repensar nossos rumos e no Brasil que desperdiçamos. O livro será lançado a partir de domingo, dia 21/06/20, às 17 horas, com o ex-governador Nilo Batista e a deoutada Juliana Brizola. Estão previstas outras lives com o ex-presidente Fernando Collor, o ex-ministro Manoel Dias, o vereador Leonel Brizola Neto e outros.


À disposição nos sites amazon.com.br, da editoraoka.com.br e outras plataformas digitais, o livro, de autoria do jornalista FC Leite Filho, questiona como a incapacidade - ou a mentalidade - dominante limita e degrada a educação. E a tal ponto, que o presidente da República, para construir um único colégio militar, em São Paulo, avisa que vai passar o pires entre seus amigos empresários, caso haja carência orçamentária. Para onde foi o dinheiro?

Tudo parece estar indo para pagar a dívida e o restinho que fica é destinado a aumentar as forças policiais e construir prisões. Evidencia-se cada vez mais esta prioridade securantista, como uma triste lembrança da ditadura de 1964, numa vitória daqueles que massacraram Brizola, depois de vilipendiar suas escolas e seu programa de policiamento comunitário integrado.


A obra aborda, igualmente, um Rio de Janeiro onde viceja a polícia que mais  mata no mundo – e também a que mais morre e se suicida. E isso depois de uma infinidade de intervenções militares, tantas vezes arremessadas contra o governador, inclusive por políticos tidos por impolutos, mas que hoje estão condenados, como o caso de um ex-governador, a 282 anos de prisão, por crimes de corrupção. Por que o Rio, 26 anos depois de ter aquele homem deixado o governo, canhestramente apodado de responsável pela violência e a criminalidade, registrou 3 mil e tantas mortes cometidas por policiais?

Em troca dos programas de educação e humanização tentados numa época que já vai ficando perigosamente distante, o que prevalece hoje são as ideias e métodos da política de combate às drogas aplicados inicialmente em Medellín, na Colômbia, baixo o bordão da “tolerância zero”.


O Rio de Brizola, Darcy Ribeiro, Nilo Batista  e do coronel negro Nazareth Cerqueira era tão ruim assim ou as cabeças é que estão viradas? É isso que o autor tenta entender na atualização e ampliação deste El Caudillo Leonel Brizola, editado originalmente em 2004. Com tal objetivo, ele entrevistou e reentrevistou os personagens desta saga que continuam vivos: o ex-presidente Fernando Collor, que não pôde ser ouvido na época da edição impressa e me recebeu em seu gabinete de Senador, Nilo Batista, Vera Malaguti, Manoel Dias, João Vicente Goulart, Leonel Brizola Neto, Julana Brizola e Alceni Guerra. Ainda foram ouvidos Ana Rebés Guimarães, Beto Almeida, Carlos Alberto Kolecza, Carlos Bastos, Francis Maia, Gabriel Salgado, Georges Michel Sobrinho, José Augusto Ribeiro, Luiz Salomão, Oswaldo Maneschy, Pedro Caús e Vieira da Cunha,  


FC Leite Filho também pesquisou novos  dados nos documentos e livros lançados desde então, assim como mergulhou na internet e nos vídeos de debates e documentários do YouTube. É  para esta preciosa nova ferramenta de informação, inclusive primária, a que agrega o Facebook e o Twitter, que o autor quer pedir a atenção do amigo leitor. Lá estão perpetuados os grandes momentos de Brizola na TV, desde o exercício  de seu direito de resposta ao Jornal Nacional, na voz de Cid Moreira [1], a suas intervenções acalorados nos debates[2] das campanhas presidenciais, no programa de Jô Soares, no Roda Viva, no Canal Livre e no programa eleitoral do PDT. Ele fez questão de linká-los neste livro, para que na sua versão eletrônica, e-book, o leitor possa, pelo celular, que hoje está melhor do que o computador de mesa ou laptop , não apenas ler o texto integral do livro, como também acessar de imediato cada um desses vídeos, que fez questão de contextualizar em cada segmento.


Francisco das Chagas Leite Filho, conheceu Leonel Brizola, ainda no exílio, em Lisboa, quando o entrevistou para o Correio Braziliense, durante o Encontro de Trabalhistas no Exílio e Trabalhistas no Brasil, em junho de 1979. De lá até sua morte, ambos estabeleceram uma amizade que lhes permitia conversar franca e abertamente sobre os vários problemas da política, pessoalmente, ou pelo telefone.

Repórter e analista político, FC nasceu em Sobral – Ceará, em 1947. Em 1968, mudou-se para Brasília, onde terminou seu curso na UnB, em 1970. Depois, militou nos principais jornais - Correio Braziliense, Diário Popular (SP), Estado de Minas, Jornal do Brasil, Correio do Povo (RS), O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de Minas. Começou na reportagem de cidade, depois cobriu Educação e Política. Entre 1977-78, atuou como correspondente do Correio Braziliense, em Londres. Em 1987, tornou-se membro do Diretório Nacional e assessor na Liderança do PDT na Câmara dos Deputados. Em dezembro de 2006, lançou o cafenapolitica,com.br, blog de análise política nacional e internacional. Em 2009, abriu seu Canal no Youtube. É igualmente autor de quatro livros: Brizola Tinha Razão, em 1987, El Caudillo Leonel Brizola – Um Perfil Biográfico, edição impressa, em junho de 2008, Quem Tem Medo de Hugo Chávez?, em 2012, e Argentina Sacudida – Cristina Kirchner – Breve Perfil da Líder Peronista ,em 2019, todos publicados pelo editor José Carlos Venâncio, nas editoras Cela, Global, Aquariana e OKA.



[1] Um dos vídeos postados pelo Canal Youtube Edasjr até ali com 883.521 visualizações: https://www.youtube.com/watch?v=ObW0kYAXh-8

 

[2] Vídeo-extrato do debate presidencial com Marília Gabriela, da Bandeirantes: Paulo Maluf se recusa a dar um aparte e Brizola o chama de “filhote da ditadura” – Postado por veja.com  https://www.youtube.com/watch?v=685oJ6FZFvk


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