Mais uma polêmica diplomática envolvendo produções cinematográficas norte-americanas. Depois da crise entre a Coréia do Norte e os Estados Unidos em torno do filme A Entrevista, na qual dois jornalistas são contratados para matar o lider norte-coreano, Kim Jong-il, agora a crise é com o Egito, tendo como foco a produção Exodo.
O Ministério de Cultura egípcio proibiu a projeção do filme
norte-americano Êxodo: reis e deuses, por incluir inexatidão histórica e
apresentar uma visão sionista, segundo comunicado que circula neste sábado (27)
aqui.
O filme, realizada a um custo bilionário, alude à história
de Moisés e apresenta aos judeus residentes em Egito na época faraônica como os
construtores das pirâmides, uma das sete maravilhas do mundo antigo, e do
atual.
É um filme sionista, mostra a história desde um ponto de
vista sionista e falsifica fatos históricos; a realidade demonstra que as
pirâmides foram construídas por egípcios dos períodos dos reinos antigo,
argumentou um porta-voz do Ministério de Cultura.
O postulado não é novo já que um dos pais do gigantismo
fílmico de Hollywood, Cecil B. De Mille, difundiu a hipótese em seus filmes Os
10 Mandamentos, uma de 1923 e outra em 1956, refutada por arqueólogos e
científicos quem concluíram que os construtores eram operários assalariados.
De Mille é responsável por outro disparate histórico segundo
o qual a vida a ou morte dos escravos e os primeiros cristãos no Circo Maximus
romano se decidia mostrando o polegar da mão direita para acima ou apontado par
solo.
Investigações indicam que Moisés não era judeu, sim egípcio,
membro da aristocracia faraônica com o nome Tut Moses, que era comum na época,
e sua decisão de abandonar o país se deveu às turbulências religiosas unidas à
intenção de implantar o monoteísmo.
O panteón teológico egípcio chegou a albergar 150 deidades,
algumas das quais foram levadas à Roma imperial, o que implicava a existência
de uma casta sacerdotal cujo poder em ocasiões se impôs ao dos Faraós, que eram
considerados deuses em si.
Exodo: história de reis e deuses tropeçou desde temporão com
polémicas pois foi produzida em parte com fundos de Rupert Murdoch, o
bilionário britânico dono do jornal Times de Londres, por sua resposta
simplista a críticas pela cor da pele dos protagonistas, todos brancos.
Apresentado pelo fato de que a maioria da população egípcia
é sepia, devido ao intercâmbio humano com Nubia, o atual Sudão, Murdoch lhes
restou importância alegando que "todos os egípcios que conheço são
brancos".
Os detratores replicaram-lhe que é normal que assim seja,
porque só se rodeia com milionários, mas que visitasse Egito e desse uma olhada
aos camponeses, as capas mais desfavorecidas, e inclusive importantes segmentos
da classe média.
De ter-se tratado de Moisés, a pugna não tinha existido já
que os muçulmanos consideram a Moisés, (Musa em árabe), como um dos profetas de
Alá, o Deus único.
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