A partir de 31 de dezembro, a revista semanal americana "Newsweek" vai se tornar exclusivamente digital e passará a se chamar "Newsweek Global", com uma edição mundial unificada, informaram ontem Tina Brown, editora-chefe da "Newsweek Daily Beast", e Baba Shetty, presidente da companhia, por meio de uma nota divulgada no site "Daily Beast".
A transição envolverá corte de pessoal, mas a mensagem não informa de quantos nem quando ocorrerá.
De acordo com os dois executivos, a fonte principal de receitas da revista digital, que estará disponível para leitores de mídias eletrônicas e tablets, virá do número de assinaturas. Parte do conteúdo também estará disponível na internet por meio do site "Daily Beast". ...
"Estamos conduzindo uma transição com a 'Newsweek', e não dizendo adeus à revista", insistiram Brown e Shetty no comunicado.
A decisão de suspender a publicação em papel da revista criada há 80 anos se deve "à situação econômica desafiadora da produção e distribuição de uma publicação em papel".
A "Newsweek", que se fundiu ao site "Daily Beast", de Brown, em 2010, vem conquistando audiência crescente, em parte devido à popularidade de aparelhos como Kindle, da Amazon; iPad, da Apple; e Nook, da Barnes & Noble. O crescimento levou a revista americana a um "ponto de inflexão", no qual se tornou mais lucrativo distribuir a publicação apenas via canais digitais, disseram Brown e Shetty no comunicado.
Circulação em queda
Barry Diller, veterano executivo de mídia e presidente-executivo da IAC/InteractiveCorp, que tem participação majoritária na Newsweek Daily Beast, havia declarado em julho que estava estudando transformar a "Newsweek" em revista exclusivamente on-line, devido ao custo de produção. O "Daily Beast" recebe mais de 15 milhões de visitantes únicos por mês, alta de 70% sobre um ano antes, grande parte devido à "Newsweek". O volume de páginas de anúncios publicitários em revistas dos EUA caiu 8,8% no primeiro semestre de 2012, segundo dados do Information Bureau, da Publisher. A "Newsweek" teve alta de 7,6%. Mas a circulação da revista vem caindo há vários anos nos EUA e está em cerca de 1,5 milhão atualmente.
Fonte: Jornal O Globo - 19/10/2012
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