As empresas de comunicação se negaram a repor a inflação nos salários dos seus empregados e ainda decidiram reduzir em 40% o piso salarial da categoria, que em Alagoas significa teto salarial.
Os jornalistas de Alagoas entraram em greve, nesta
terça-feira, 25/6, motivados pelo desrespeito dos empresários da Comunicação para
com os seus trabalhadores.
Em resposta à pauta de reivindicação dos jornalistas, que pleiteavam a correção salarial com base na inflação dos últimos doze meses, todos os
veículos de Alagoas propuseram a redução dos salários de seus jornalistas em R$1.400,00. Em relação ao piso salarial a proposta é reduzi-lo dos atuais R$ 3.565,27 para R$ 2.150,00.
Além disso, o patronato formado, em grande parte, por representantes das tradicionais oligarquias de Alagoas, propôs que o novo acordo salarial contemplasse os seguintes pontos:
- acabar com o pagamento de hora extra.
- acabar com gratificações extras de exercício de atividade de produtor
- acabar com gratificações extras de exercício de atividade de editor
- estabelecer o tele-trabalho ou Home Office
- autorização para tirar a negociação com sindicato e passar a negociar diretamente com os empregados.
É forte a adesão dos jornalistas que atuam nas
empresas de comunicação do grupo Organização Arnom de Mello, Rádio e TV Gazeta, do senador Fernando Collor de Mello (PROS/AL);
do Sistema de Comunicação Pajuçara (TV Pajuçara e TNH1) de propriedade do
ex-governador, Guilherme Palmeira, do ex-vice-governador, José Thomaz Nonô e do
industrial Emerson Tenório; e na TV Ponta Verde, do grupo Hap Vida. Segundo o
Sindicato dos Jornalistas, mais de 90% dos jornalistas aderiram ao movimento.
No último domingo, a presidente do Tribunal Regional do
Trabalho da 19ª Região (TRT/AL), desembargadora Anne Inojosa, indeferiu liminar requerida pela TV Ponta
Verde para manter em funcionamento as atividades na empresa durante a greve.
Para colocar no ar o Bom Dia Brasil, a TV Gazeta, afiliada
da Rede Globo reprisou matérias e teve que gravar o programa na noite de
segunda-feira.
Hastag
Os jornalistas criaram então a hastag #QuemPagaFazAoVivo, que já
é um dos temas mais comentados nacionalmente no Twitter, juntamente com a
hastag #ReduçãoSalarialNão.
Exatamente na data base do acordo salarial dos jornalistas
as empresas se negaram a repor a inflação nos salários dos seus empregados e
ainda decidiram reduzir em 40% o piso salarial da categoria, que em Alagoas
significa teto salarial.
Jornalistas votam pela greve contra a redução do piso da categoria. Foto: Jon Lins |
Em assembleia realizada no início da noite de 24/6, os
jornalistas definiram estratégias de mobilização que incluem piquetes em frente
às sedes das emissoras de televisão na capital e no interior do estado. A
assembleia contou com a presença da presidente da Federação Nacional dos
Jornalistas, Maria José Braga, que chegou a Maceió para reforçar a luta dos
jornalistas alagoanos.
A paralisação acontece após uma série de tentativas do
Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) para composição de um acordo
com as empresas propositoras da redução.
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