Por Chico Sant'Anna
Autoridades temem que o sistema não funcione a contento durante os jogos olímpicos e nas eleições municipais.
Olimpíadas, eleições municipais e crise econômica protelam no Brasil a transição do sistema de televisão analógico para o digital. Agora, neste ano de 2016, apenas Brasília, em outubro (após as olimpíadas e sem eleições municipais) e a cidade goiana de Rio Verde vão fazer a transição. Um segundo bloco de localidades fica para até 2018 e a transição total só em 2023.
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Além de dificuldades técnico-operacionais, as
autoridades demonstraram temor do sistema não estar funcionando a contento
durante os jogos olímpicos do Brasil e também durante a campanha das eleições
municipais. Ninguém quer correr o risco de ver o eleitor chateado por não ter
acesso à telinha.
Outro fator que tem pesado na decisão é o baixíssimo nível das residências que já compraram aparelhos receptores de televisão digital, ou mesmo o conversor, denominado setop-box.
Transição 2
O segundo bloco de transição acontecerá em cerca de mil, dos mais de cinco mil municípios brasileiros. Esse segubndo bloco será formado pelas capitais estaduais e suas respectivas áreas metropolitanas, todas as cidades dos estados de São
Paulo e do Rio de Janeiro e outras 15 cidades de porte médio (com as respectivas áreas metropolitanas), nas quais o espectro eletromagnético estiver efetivamente congestionado e o
desligamento se mostrar essencial para assegurar o funcionamento da internet em a banda larga móvel na faixa de 700
MHz.
Segundo informa Samuel Possebon, no informativo Telaviva News, "o que parecia quase impossível aconteceu": o governo, empresas de
telecomunicações e emissoras de radiodifusão chegaram a um novo
calendário que empurra por dois anos, para 2018, o switch-off desligamento do sistema analógico.
Para atenuar a dificuldade dequipar as residências com os conversores necessários à recepção de sinal digilta, o governo decidiu que nas cidades do bloco 2, e apenas nelas, serão
distribuídas gratuitamente as caixas de recepção a todos os cadastrados no Bolsa Família, com garantia de que os conversores serão equipados com o programa de interatividade Ginga C.
A idéia é que os conversores distribuídos gratuitamente assegurem a seus usuários a prometida inserção digital - acesso à internet - e que eles não sejam meros sintonizadores.
Mesmo com adiamento, a conclusão total da transição
de uma tecnologia a outra depende da efetiva liberação da faixa de 700 MHz,
necessária às operações de banda larga móvel e pelas quais as teles pagaram
cerca de R$ 9 bilhões em leilão.
Novo calenário
Pela proposta aprovada, em 2016 serão desligadas
apenas as cidades de Rio Verde e Brasília, ficando as demais para até 2018 e um
segundo grupo para até 2023. Em breve será publicada uma portaria alterando o
cronograma até 2018 e depois será publicado um novo decreto com um cronograma
formalizando o desligamento das demais até 2023, já que elas podem ter os
canais remanejados para liberar a faixa de 700 MHz.
Brasília será o verdadeiro teste piloto. Se este
ano a cidade não puder ser desligada (o que está previsto para outubro), haverá uma
nova discussão.
Outra novidade é que o sinal analógico passa a ser
transmitido em 16:9, o que cria duas faixas pretas na tela, que poderão ser
usadas para uma publicidade mais agressiva sobre o desligamento. Também haverá
a inserção de cartelas de publicidade na programação.
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