Avaliação
do especialista em marketing Gabriel Rossi, que compara o uso das redes sociais
entre os dois países
As eleições para o Senado nos Estados Unidos pegaram o
presidente Barack Obama de surpresa, com a “vitória” do Partido Republicano,
que conseguiu maioria no Congresso Nacional. E serviram para provar que o uso
de redes sociais na internet pode ir além da tentativa de contato direto com o
eleitor, que se traduz em uma guerra entre militantes. “Nos Estados Unidos
existe uma orientação para o uso da internet como ferramenta de análise do
comportamento do consumidor. Aqui no Brasil estamos longe disso”, afirma o
estrategista em marketing Gabriel Rossi.
O especialista explica que na mais recente eleição
presidencial brasileira as redes sociais foram inundadas de ataques e
comentários preconceituosos, sem apresentação de plano de governo. “Nos Estados
Unidos as equipes responsáveis pelas campanhas se preocuparam em monitorar e
identificar o provável eleitor.
O comportamento do internauta é avaliado constantemente
e há interface direta com ele. Tudo
sobre uma pessoa que pode ser medido é medido. Se ela ‘curte’ certos apresentadores de TV considerados mais
à esquerda, ou compartilha mensagens a favor do casamento gay, é considerada um
democrata potencial. Após esta identificação, o internauta recebe uma
ligação personalizada do partido político. Uma aproximação muito mais eficaz.”
O Big Data – como é chamado o grande
armazenamento de dados – sabe o que o eleitor precisa ouvir, quais argumentos o
fariam sair de casa para votar. A
espionagem norte-americana nas redes sociais dos hábitos políticos, culturais e
de consumo dos eleitores cresce há seis anos, quando Chris Hughes, um dos
fundadores do Facebook, pilotou a campanha de Barack Obama nessas mídias.
“A orientação para o uso
da internet como ferramenta de análise do comportamento das pessoas contribui
para melhor uso de recursos e mensagens. Por outro lado, pode colocar em xeque
a privacidade do internauta. Porém, no Brasil continuamos a usar as redes
sociais como um campo de batalha de militantes. Ou o Brasil começa a pensar
neste modelo de precisão de pesquisa ou viverá sempre na margem de erro”,
finaliza Rossi.
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