Da Prensa Latina.
O defensor do povo, Jorge Armando Otálora, denunciou que o número de jornalistas colombianos ameaçados de morte cresceu para 93 no curso deste ano, um número que para ele causa preocupação.
Segundo detalhou, 56 desses casos foram catalogados como extraordinários e 37 como ordinários, enquanto que em 2013 foram analisados apenas 42.
As ameaças e intimidações ocorreram com maior frequência em Bogotá, Vale do Cauca, Antioquia e Arauca.
Otálora anunciou que a Defensoria se reunirá com a força pública e com o Ministério do Interior nos próximos dias, para determinar as causas desse aumento.
Um dos casos mais recentes foi o do jornalista Luis Carlos Cervantes, diretor da emissora de rádio Morena F.M no município antioqueno de Taraza, assassinado na última terça-feira por desconhecidos que o interceptaram e o balearam quando ele viajava de motocicleta.
Cervantes tinha apresentado à Promotoria uma denúncia por frequentes intimidações telefônicas e, por causa disso, a Unidade Nacional de Proteção ligada ao Ministério do Interior lhe forneceu um esquema de segurança.
Contudo escolta foi retirada dias antes dos fatos, depois de um estudo de risco segundo o qual o perigo que ele corria era de baixo nível.
A Associação de Jornalistas de Antioquia condenou o crime e destacou que há um mês tinha alertado sobre as contínuas ameaças sofridas por Cervantes.
"A vida de um jornalista foi perdida pela incapacidade das autoridades de proteger os que denunciam. Exigimos justiça", escreveu essa organização em sua conta no Twitter.
O Escritório na Colômbia do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos repudiou o assassinato e pediu à Promotoria que dê "prioridade à investigação e a punição pelas ameaças, atentados e crimes contra jornalistas e defensores de direitos humanos, já que a impunidade é o principal motivo para que este tipo de ataque continue"
A situação é inquietante também no Baixo Cauca, sul do país, onde pelo menos oito comunicadores estão ameaçados por grupos criminosos.
Assim confirmaram Léiderman Ortiz Berrío e Eder Narváez, dois dos ameaçados por supostos membros do grupo criminoso Los Rastrojos, devido ao seu trabalho informativo e investigativo na região.
Segundo ambos, o assassinato de Cervantes revelou o complexo panorama enfrentado pelos profissionais do setor nessa zona, onde são vítimas de constantes hostilidades e perseguições.
De acordo com cifras oficiais, mais de 130 repórteres foram assassinados neste país sul-americano nos últimos 30 anos e muitos dos crimes permanecem até agora na mais absoluta impunidade.
A Federação Internacional para a Liberdade de Imprensa (FLIP) cataloga a Colômbia como o país mais arriscado para o exercício dessa profissão.
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