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terça-feira, 27 de junho de 2023

Europa propõe espionar os jornalistas

 


A nova regulamentação foi proposta pela Comissão Europeia em setembro de 2022, com seu rascunho inicial indicando que os governos europeus poderiam instalar spyware nos dispositivos dos jornalistas para supostamente garantir a segurança nacional ou para investigar "crimes sérios", como terrorismo, tráfico de seres humanos e de armas, exploração de crianças, estupros e homicídios.

Publicado originalmente pelo portal Sputnik News

A Lei de Liberdade de Imprensa europeia prevê a instalação de spyware nos telefones dos jornalistas em nome da "segurança nacional".

A Sputnik se reuniu com alguns observadores internacionais para discutir como a disposição corresponde à liberdade e aos princípios básicos europeus.

"Não há um motivo legítimo para espionar os jornalistas", afirmou Lucy Komisar, uma jornalista investigativa de Nova York, à Sputnik. "Esta lei visa pessoas identificadas como jornalistas, não como espiões, terroristas ou criminosos. O jornalismo não é um crime, a menos que Julian Assange faça isso. O verdadeiro motivo é proteger os funcionários governamentais dos jornalistas que relatam suas políticas inadequadas, abusos e corrupção", enfatizou.

A nova regulamentação foi proposta pela Comissão Europeia em setembro de 2022, com seu rascunho inicial indicando que os governos europeus poderiam instalar spyware nos dispositivos dos jornalistas para supostamente garantir a segurança nacional ou para investigar "crimes sérios", como terrorismo, tráfico de seres humanos e de armas, exploração de crianças, estupros e homicídios.

Diante da situação, a Federação Europeia de Jornalistas, representando mais de 300 mil membros, denunciou a intenção europeia como um "golpe à liberdade de imprensa". "Desde o século XVIII, quando os jornais começaram a circular, o sigilo das fontes tem sido sacrossanto", afirmou à Sputnik o professor Ellis Cashmore, ao comentar as consequências que a nova regra poderia causar.

"Os jornalistas têm, por gerações, respeitado isso e se recusado resolutamente a revelar suas fontes. [...] É um princípio extremamente importante na imprensa", destacou.

Também insatisfeita com as medidas europeias, a imprensa britânica se manifestou, afirmando que a lei proposta não só vai infringir a liberdade de imprensa como também vai abalar ainda mais a confiança pública na grande mídia ocidental.

Por sua vez, Lucy Komisar voltou a enfatizar que a lei, proposta pelas autoridades, não visa proteger as nações europeias, mas sim elas próprias, com medidas típicas de governos repressivos, onde os jornalistas devem usar telefones indetectáveis, computadores sem Internet e ter encontros secretos com suas fontes. "A democracia é distorcida quando os cidadãos são privados de obterem as informações que precisam para realizarem escolhas informadas", alertou Komisar.

Em diversas ocasiões, os governos europeus demonstraram seus esforços em ocultar a verdade em seus respectivos países, prendendo jornalistas que tentam mostrar fatos reais, e não apenas histórias criadas para iludir o povo, e "bloqueando" informações que não satisfazem seus governos ou que possam comprometê-los.

Um comentário:

Anônimo disse...

Essas autoridades pretendem transformar cada jornalista em um Julian Assange.