O presidente da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), exonerou
na sexta-feira (2) dois jornalistas que exerciam cargos de confiança na Câmara
Legislativa. Um deles, o assessor da coordenadora, Ivan Carvalho, atuava na
Câmara Legislativa há mais de duas décadas, estava lá desde os primeiros anos
de existência da Casa. O substituto ainda não foi nomeado, mas segunda a
coordenadora da Coordenadora de Comunicação Social - CCS da Câmara
Legislativa, Anna Karolina, em seu lugar será nomeado um servidor que virá do
GDF.
Outro servidor exonerado foi o jornalista Eder Wen, que fora
nomeado chefe da Divulgação, pelo deputado Chico Leite (PT), que detinha
direito de indicar o ocupante do cargo. A sua função era editar o
portal de notícias da Câmara Legislativa.
Os jornalistas da CCS estão revoltados em relação às duas
exonerações, que aconteceram de forma repentina, sem qualquer discussão com a
equipe, nem aviso prévio aos interessados. No caso da demissão do Ivan
Carvalho, que foi o responsável pela elaboração do edital para a
contratação da TV Distrital. Especula-se que o motivo é justamente o interesse
do PT em ter o controle do processo de distribuição das verbas publicitárias,
com interesses eleitoreiros.
Já em relação ao Eder Wein a exoneração foi certamente mais uma
retaliação ao deputado Chico Leite (PT), que provocou a ira dos colegas ao
defender publicamente o fim dos 14º e 15º salários. A situação ficou complicada
porque esse cargo geralmente é destinado a jornalistas concursados. E nenhum
membro da equipe está disposto agora a substituir o colega, em solidariedade.
Outro fato que pode ter contribuído para a demissão do Eder foi o
fato dele ter editado com destaque, no portal da CCS, matéria jornalística na
qual o deputado Agaciel Maia (PTC) cobrava mais rapidez na implantação da TV
Distrital.
Espera-se para a semana que começa uma manifestação dos
profissionais de comunicação da Câmara Distrital. Os comunicadores cobram a
realização de concurso público para recuperar o já reduzido quadro funcional. Hoje o quadro de jornalistas concursados não passa de cinco servidores. As vagas decorrentes de aposentadorias nunca foram preenchidas com novos concursados. Pedem também a realização de concurso público para a seleção de profissionais para
operarem o portal da Câmara Legislativa e a TV Distrital, que deve ser ressuscitada, em breve. Se não houver
concurso, o quadro de pessoal terá que ser terceirizado, fragilizando a
autonomia editorial dos que lá forem trabalhar e precarizando a qualidade e credibilidade da informação levada aos cidadãos de Brasília.
Faltou só informar que é prática comum na Casa a nomeáção de um servidor pra dois cargos comissionados, ou seja, fato que não é permitido. Será que não foi este o caso dos "pobres" servidores?
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