Um espaço para os campos da Informação e da Comunicação e sobre eles abrir um debate com os leitores. Análises, artigos, avisos, concursos, publicações... Aqui você encontrará de tudo um pouco. Os textos poderão ser em português, espanhol, inglês ou francês.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Comissão vai recomendar a criação de mestrados profissionais para jornalismo
A comissão criada pelo Ministério da Educação (MEC) para rever o currículo dos cursos de jornalismo vai recomendar a criação de mestrados profissionais, anunciou o coordenador da comissão, professor José Marques de Melo. A ideia é que esse tipo de curso seja o caminho preferencial para universitários de outras áreas que pretendam trabalhar nos meios de comunicação, depois que o Supremo Tribunal Federal acabou com a exigência de diploma para o exercício da profissão.
Cursos de especialização também serão incentivados, mas com outra finalidade, segundo o coordenador do mestrado em jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, Eduardo Meditsch, que também integra a comissão. Ele disse que as especializações deverão ter apenas caráter de aperfeiçoamento, já que a formação inicial será feita mediante cursos de graduação ou mestrados profissionais em jornalismo.
- As especializações servirão para aperfeiçoar profissionais formados de um jeito ou de outro - disse Meditsch, lembrando a ênfase em mestrados profissionais segue o modelo adotado nos Estados Unidos.
O relatório final deverá ser apresentado ao ministro Fernando Haddad na próxima semana, embora o prazo só termine em 19 de agosto. A comissão vai propor mudanças também na graduação. Eles querem aumentar a carga horária das atuais 2.700 horas para 3.200, com estágio de 200 horas realizado obrigatoriamente em empresas de comunicação e não mais nos chamados jornais laboratório das próprias universidades.
Sai a 5ª edição de Assessoria de imprensa – Teoria e prática
Essas e outras questões foram cuidadosamente analisadas pelos professores Elisa Kopplin Ferraretto e Luiz Artur Ferraretto durante um minucioso trabalho de observação do mercado em que atua esse profissional da comunicação. O resultado está no livro Assessoria de imprensa – Teoria e prática (160 p., R$ 36,70, Summus Editorial).
Em quinta edição revista e atualizada, a obra apresenta um painel completo sobre a área que é considerada hoje um dos maiores mercados de trabalho para o jornalista brasileiro. “O objetivo é instrumentalizar o profissional e alertá-lo para a importância do comportamento ético nas relações com os colegas dos veículos de comunicação”, afirmam os autores.
Mais informações com Ana Paula Alencar [55 11]-4787-1322 e [55 11] 9771-7336 imprensa@gruposummus.com.br
Canal legislativo: TV Câmara e TV Alesp assinam termo para usar multiprogramação
A TV Câmara e a TV Assembléia de São Paulo vão usar a multiprogramação na cidade de São Paulo, com a transmissão simultânea das programações das duas emissoras pelo canal 61 para 20 milhões de espectadores, em sinal aberto e alta definição. O termo de parceria será assinado nesta quarta-feira, na presidência da Câmara dos Deputados.
A transmissão experimental das duas TVs em multiprogramação na cidade de São Paulo (ou seja, as duas emissoras compartilhando o mesmo transmissor de TV digital) foi iniciada em outubro de 2008. Agora, com a chegada dos transmissores definitivos, com alta potência, a transmissão atingirá toda a capital paulista.
Em fevereiro deste ano, o Ministério das Comunicações editou uma portaria autorizando as TVs públicas - TV Brasil, TV Senado, TV Câmara e TV Justiça - a utilizar o sistema de multiprogramação. Para as TVs comerciais, o uso simultâneo de programações ainda depende de regras. A parceria entre a TV Câmara e TV Alesp busca baixar os custos da operação. A Câmara dos Deputados adquiriu os transmissores, e a Assembleia Legislativa é a responsável pela oferta da torre onde ficarão instalados os transmissores e pelo custeio.
Os testes para definição da cobertura e a qualidade do sinal de cada TV legislativa foram realizados pela equipe do Instituto Mackenzie, em parceria assinada no ano passado. Com a chegada dos transmissores definitivos, o Instituto Mackenzie fará ainda testes da capacidade da multiprogramação.
Teoricamente, a multiprogramação permite a transmissão de até quatro programações simultâneas por um mesmo canal, em sinal aberto e gratuito. Nesta fase final de testes, o Instituto Mackenzie colocará até sete programações num mesmo transmissor, para mensurar a qualidade e o alcance dos sinais com maior compressão.
A proposta da Câmara dos Deputados é que seja formada a Rede Legislativa de TV Digital, com espaço para a inclusão ainda dos sinais da TV Câmara Municipal de São Paulo e do Senado Federal. O modelo de operação que está sendo testado em São Paulo servirá de referência para a expansão da Rede Legislativa em todo o País.
Apenas para a cidade de São Paulo, os valores para a aquisição dos transmissores estavam orçados em R$ 8 milhões. No entanto, durante o processo licitatório, esses valores baixaram para R$ 3.350,00 milhões.Link:
You Tube lança página dedicada à formação de jornalistas
O YouTube acaba de lançar uma nova página dedicada à disseminação de técnicas jornalísticas. No site, podem ser consultados vídeos sobre jornalismo investigativo, jornalismo cidadão, ética na profissão e como realizar uma entrevista, informam o diário espanhol ABC e a agência de notícias AFP.
O chamado Centro de Repórteres conta com a participação de grandes jornalistas dos Estados Unidos, como o célebre Bob Woodward, que junto ao colega Carl Bernstein descobriu o caso Watergate, e Arianna Huffington, cofundadora e editora-chefe do Huffington Post.
Outros vídeos incluem conselhos e dicas sobre como capturar notícias de última hora no celular e como construir uma audiência no You Tube. O site, de propriedade do Google, também convida os usuários a colocar os seus próprios vídeos e “compartilhar conhecimento com jornalistas cidadãos de todo o mundo”, acrescenta a nota da AFP.
Venezuela: Mídia pode ser incluída na Lei de Educação
O papel dos meios de comunicação terá um suporte na nova Lei Orgânica de Educação; pelo menos essa é a exigência dos ministros Luis Acuña e Héctor Navarro, titulares das instâncias máximas em matéria de ensino. “Os meios de comunicação são parte do sistema educativo. São elementos com altíssimo poder formativo ou deformativo. Os meios de comunicação terão que colaborar ativamente, pró-ativamente, na difusão de mensagens e na formação das crianças e adolescentes. Ou assumimos responsavelmente e damos uma direção para que apóie o processo educativo, ou simplesmente a escola vai estar feita para contra-arrestar os prejuízos que ocasionam a mídia”, expressou Navarro.
Esta solicitação foi feita na Comissão Coordenadora da Assembléia Nacional, onde apresentaram um documento com os planejamentos que consideram que deveriam estar incluídos na LOE. Além disso, foi pedido ao parlamento que trabalhasse sobre a base de princípios gerais, para logo trabalhar com leis especiais o referente a carreira docente e aos sistemas de educação fundamental, média e superior.
(Com base em :El Nacional, pp. C-4, 24/06 – Liliana Cortazzo G.; Últimas Noticias, pp. 4, 24/06; El Universal, pp. 1-8, 24/06 – Gustavo Méndez; El Nuevo País, pp. 3, 24/06; La Región (Miranda), pp. 24, 24/06; Nueva Prensa de Guayana (Bolívar), Edición Digital, 25/06 – ABN; El Tiempo (Anzoátegui), Edición Digital, 24/06 – Mariela Vásquez; Panorama (Zulia), Edición Digital, 24/06)
Jornais portugueses perdem leitores
Do portal Portugal Digital
Lisboa - A maioria dos jornais portugueses teve nos primeiros quatro meses do ano perdas significativas no número de leitores, face a igual período de 2008, de acordo com dados da Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação.
O “Diário de Notícias”, um dos títulos mais conhecidos da imprensa portuguesa, com mais de um século de existência, registou queda de 10,41%, com uma média de 40.374 exemplares vendidos diariamente face aos 45.063 observados em igual período de 2008.
O “Jornal de Notícias”, publicado no Porto, foi o que teve menor queda (-0,27%), com vendas diárias de 99.044 jornais no primeiro quadrimestre de 2009, face a 99.313 de 2008.
Já o “Correio da Manhã”, jornal publicado em Lisboa, de características populares, mantém a posição de liderança. Nos primeiros quatro meses do ano teve vendas médias diárias de 114.525 exemplares, o que corresponde a uma queda de 2,72%, comparativamente à media de 117.722 exemplares no primeiro quadrimestre de 2008.
O jornal “Público” teve uma queda de 6,77%, com uma média de jornais vendidos de 38.773, no primeiro quadrimestre, face à média diária de 41.588 exemplares, no mesmo período de 2008.
De acordo com a Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação, os jornais especializados em temas económicos tiveram comportamento diferente, com subidas superiores a 10 por cento.
O “Diário Económico” aumentu as vendas em 20,8% e o “Jornal de Negócios” subiu 14,92%. Entre Janeiro e Abril deste ano, o Diário Económico vendeu diariamente 15.878 exemplares, face à média de 13.144 exemplares em período homólogo de 2008.
O “Jornal de Negócios” registou média diária de vendas de 9.720 exemplares, o que compara com uma média de 8.458 exemplares vendidos durante os primeiros quatro meses de 2008.
O semanário “Expresso” teve média de vendas de 112.168 exemplares nos primeiros quatro meses do ano, quando em 2008 teve vendas de 129.346 jornais, o que significa queda de 13,28%. Outro semanário português, o “Sol”, caiu 18,39%, com uma média de 39.959 jornais vendidos no primeiro quadrimestre do ano, face a 48.966 exemplares vendidos semanalmente no primeiro quadrimestre do ano anterior.
Já a revista Sábado, também com periodicidade semanal, aumentou as vendas em 13,56%, para 79.551 exemplares, e a Visão teve uma queda de 5,70%, para 103 mil exemplares.
Diploma: estudantes de Jornalismo do DF se mobilizam
Segundo a mensagem enviada, o objetivo da reunião é institucionalizar o Comitê.
Veja abaixo trecho da convocatória aos estudantes.
Vamos nos conhecer, estreitar nossos laços, estabelecer funções e traçar um plano estratégico para ajudar o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF (SJP-DF) e a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) a reverter a triste e desastrosa decisão do Supremo Tribunal Federal de acabar com a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista.
O Comitê vai somar força com o SJP-DF e a Fenaj. O nosso encontro é na 505 sul (entrada pela W2), no escritório político do deputado federal Geraldo Magela (PT-DF), um dos apoiadores do movimento.
O sucesso do Comitê vai depender da participação de todos.
Vamos participar!
Importantes decisões serão tomadas!!
Até lá!
José Roberto Paraíso
Diploma: análise da ABI aponta erros do STF
Em artigo publicado no Jornal do Brasil em 29 de junho, o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azêdo, sustentou que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) cometeram vários erros ao justificar a derrubada da exigência de diploma de curso de Comunicação Social ou Jornalismo para o exercício da profissão. Um desses erros foi o de atribuir ao Decreto-Lei nº 972/69, de outubro desse ano, o objetivo de submeter os meios de comunicação à censura, a qual foi instituída formalmente três meses depois, em janeiro de 1970, pelo Decreto-Lei nº 1.077.
No texto, publicado na página A16 sob o título Incriminação do diploma não se sustenta, diz o presidente da ABI que o relator do processo, Ministro Gilmar Mendes, presidente do STF, "foi infeliz e revelou extremado mau gosto ao comparar o desempenho do jornalista com o do cozinheiro, mesmo o grande mestre no ofício de conceber e preparar acepipes e quitutes". Diz o articulista que "demonstrou o Ministro que não entende nem de jornalismo nem de arte culinária; se entendesse, não faria as comparações inadequadas que fez".
Com um intertítulo dado pela Redação do JB (Erro do STF na decisão instaura a incompreensível lei da selva trabalhista), o artigo integrou a série Sociedade Aberta, em que o jornal acolhe opiniões de diferentes pessoas. Seu texto é reproduzido a seguir.
"O julgamento pelo Supremo Tribunal Federal da questão da obrigatoriedade de exigência do diploma de conclusão do curso de Comunicação Social ou de Jornalismo para o exercício da profissão de jornalista deixou claro que os membros da chamada Suprema Corte não tinham nem têm familiaridade com o tema tratado.
Na justificação dos votos pela derrubada da disposição pertinente do Decreto-lei nº 972/69, os ministros confundiram alhos com bugalhos e revelaram um subjetivismo que não encontra guarida nos fatos históricos e em sua cronologia. Para incriminar a exigência do diploma e justificar sua supressão, vimos ministros a dizer que o Decreto-lei nº 969/72 foi editado com o objetivo de sufocar a imprensa, submetendo-a a censura. Há grave erro aí: a censuraa foi formalmente instituída pelo Decreto-lei nº 1.077, de 26 de janeiro de 1970, mais de três meses após a edição do Decreto nº 972, assinado em 17 de outubro de 1969 e publicado no dia 21 seguinte. Lembre-se, aliás, que era dispensável a formalização do poder de censurar veículos de comunicação, sabido que, com honrosas exceções, como o JB, O Estado de S. Paulo, o Jornal da Tarde e a Tribuna da Imprensa, jornais e emissoras de televisão praticavam a autocensura e faziam o jogo da ditadura militar.
Improcede a afirmação do digno Ministro Ricardo Lewandovski de que o Decreto nº 972/69 tinha como "escopo, inequivocamente, controlar as informações veiculadas pelos meios de comunicação, em especial pelos jornais, afastando das redações intelectuais e políticos que faziam oposição ao governo de então". Na verdade esses intelectuais - um Otto Maria Carpeaux, um Antônio Callado, um Octávio Malta - já tinham sido afastados das redações não por esse decreto, mas pelo esmagamento político e comercial que o regime militar impôs a veículos como Última Hora, levada à descaracterização, e o Correio da Manhã, perseguido e subjugado até falir.
Carece igualmente de fundamento a invocação do Pacto de São José da Costa Rica, validado no País pelo Decreto 678/92, de que a disposição agora derrubada conflitasse com o artigo 13.3 dessa convenção, como alegado pelo mesmo Ministro Lewandovski, que transcreveu o texto de tal disposição, assim redigida: "Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou meios indiretos, tais como abuso de controles oficiais ou particulares de papel de imprensa, de frequências radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos usados na difusão da informação, nem por quaisquer outros meios destinados a obstar a comunicação e a circulação de idéias e opiniões". Mesmo um advogado recém-formado saberia que falta tipicidade entre o que dispõe o Decreto nº 972 e o texto reproduzido pelo Ministro.
Numa instituição que reúne algumas das maiores sumidades do País em todos os ramos do Direito, como é o Supremo Tribunal Federal, é incompreensível que tenham sido cometidos erros fáticos dessa natureza, para justificar uma decisão desprovida de fundamento jurídico, e sim ditada pelo propósito politico de atender à postulação do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo, o grande interessado em instituir a lei da selva, uma terra de ninguém nas relações trabalhistas, afinal criada pela decisão do Supremo, ao homologar e legitimar práticas restritivas dos direitos dos jornalistas já adotadas por muitas das empresas filiadas a essa entidade.
Mais grave do que essas alegações despropositadas foi o conjunto de argumentos expostos pelo relator, Ministro Gilmar Mendes, Presidente do Supremo Tribunal Federal, que foi infeliz e revelou extremado mau gosto e escassa criatividade ao comparar o desempenho do jornalista com o do cozinheiro, mesmo o grande mestre no ofício de conceber e preparar acepipes e quitutes. Demonstrou o Ministro que não entende nem de jornalismo nem de arte culinária; se entendesse, não faria as comparações inadequadas que fez.
Ao contrário do que sustentaram ministros que acompanharam o relator (Cármen Lúcia, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso, Celso de Mello), a profissão de jornalista não pode ser exercida por pessoas que tenham apenas o curso fundamental completo ou incompleto, para as quais a decisão do Supremo escancarou com largueza as portas de acesso à profissão, ou mesmo por aquelas que, como os ministros do chamado Pretório Excelso, tenham formação de nível universitário em outras especializações da vida social."
Maurício Azêdo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)
Documentário da TV Senado estréia no Uruguai
Augusto dos Anjos
E no dia 12 de julho estréia o documentário Eu, Estranho Personagem, sobre Augusto dos Anjos: o poeta da morte. O documentário é um vigoroso apanhado sobre as idéias do autor de apenas um livro, mas que jamais deixou de ser editado.
Augusto dos Anjos publicou "EU" em 1910 e até hoje possui um grande número de admiradores pela linguagem cientificista e direta que usava na sua poética. No limiar de completar 100 anos da publicação do livro que imortalizou o paraibano, a TV Senado resgata a obra do autor e oferece aos telespectadores a oportunidade de ter contato mais próximo com um dos mais geniais escritores brasileiros.
Concurso para professor de radiojornalismo na UFFF
As inscrições são feitas na sede da COPEMAG (Comissão Permanente de Concurso para o Magistério Superior), no prédio da reitoria da UFF, na Rua Miguel de Frias, 9, em Icaraí, Niterói, Estado do Rio.
O concurso acontece de 13 a 17 de julho.
sábado, 27 de junho de 2009
Diploma: Decisão do STF sobre jornalistas pode ser revista, diz OAB
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, disse nesta sexta-feira (26 de junho) que é possível o Supremo Tribunal Federal (STF) rever a decisão sobre a dispensa de diploma de curso superior para a prática jornalística. Segundo ele, isso poderia ser feito de duas maneiras: por embargo de declaração ou por meio de uma ação embasada em novos fundamentos."
O STF não considerou que há, na imprensa, espaço para os articulistas e que a liberdade de expressão não estava tolhida da legislação brasileira, até porque 42% dos profissionais que produzem conteúdo não são jornalistas", disse.
Britto argumenta que a "confusão" do STF sobre o que o seja a profissão de jornalista possibilita a utilização de um instrumento jurídico chamado embargo de declaração."
No caso, o embargo de declaração estaria relacionado aos pontos omissos, porque não foi observado que os colaboradores já têm espaço previsto para a manifestação de pensamento. Ao analisar esse ponto omisso, o resultado do julgamento poderia ter sido outro", disse o presidente da OAB.
Segundo Britto, há ainda a possibilidade de uma outra ação impetrada apresentar novos fundamentos que convençam os ministros a mudar de opinião. "A liberdade de expressão não é comprometida pelo diploma", disse. "E não há exclusividade para os jornalistas no que se refere a manifestação do pensamento."
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Opinião: A era do cinismo
O que mais preocupa na decisão do Supremo a respeito do diploma de jornalista não é a decisão em si, mas os (falsos) pressupostos que tentam sustentá-la. Num país em que chefes de poder classificam de "denuncismo" as denúncias da Imprensa sustentadas por provas e, no mais arcaico estilo ditatorial, tacham de "campanha difamatória" fatos comprovados a respeito de falcatruas, desmandos e escândalos nos três poderes, a posição do STF assume o odor fétido do revanchismo.
Dizer que a exigência do diploma atenta contra o direito à livre expressão não é apenas mentira, mas o mais deslavado cinismo. Um jornal não é feito apenas de reportagens, e há inúmeros espaços colocados à disposção de qualquer ser vivente para se manifestar. Abra-se um jornal e será óbvia a constatação de que o pensamento pode ser expresso nas seções de cartas de leitores, nos espaços destinados a queixas e a denúncias, nas colunas colocadas à disposição dos especialistas em determinadas áreas de conhecimento, como a medicina, a segurança e outras especialidades.
Certamente não disseram aos ministros do Supremo que a comunicação é uma ciência, e não um brinquedinho que pode ser colocado nas mãos de qualquer analfabeto em letras e em conhecimentos. Não disseram a eles que há, nas grades das faculdades, a disciplina "Fundamentos Científicos da Comunicação", onde se aprende que a informação, se não for tratada com esmero e cuidados científicos, pode sofrer distorções que invertem o fato original.
Da decisão do Supremo, apenas uma suprema conclusão: se for para decidir da forma como o Supremo vem decidindo, para ser ministro do Supremo não é preciso ter diploma.
Obs: As opiniões aqui postadas são de responsabilidade de seus autores
Pec do Diploma já tem mais de 42 assinaturas
Já superam a 42 o total de assinaturas que o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) já conseguiu coletar em apoio à apresentação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que exige diploma de curso superior de Comunicação Social para o exercício da profissão de jornalista. Para a apresentação da PEC são necessárias 27 assinaturas.
Confira na reportagem de Sara Reis, da TV Senado
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Televisão:Venezuela prepara DTH e Colômbia, projeto de satélites
Segundo fontes de mercado, o governo venezuelano lançará, até o fim do ano, um serviço de DTH gratuito para a região da Venezuela, América Central e Caribe. O projeto utilizará o satélite Venesat I (ou Simon Bolivar), lançado há três meses e que hoje está servindo, basicamente, para acesso à Internet. O Venesat I tem um spot de banda C para cobrir a América Latina, dois spots em banda Ku para as regiões Norte e Sul da América do Sul e um transponder em banda Ka. O Venesat utilizou tecnologia e foguete chinês e a posição orbital designada ao Uruguai.
Não é, contudo, o único projeto em andamento na região. O governo da Colômbia está trabalhando no Satélite Colombiano, cuja consultoria para preparar a licitação foi contratada na semana passada, e já despertou a atenção de empresas como StarOne (da Embratel) e SES New Skies. A licitação deve ocorrer em outubro. A pressa do governo da Colômbia se deve ao fato de que a posição orbital pode ser perdida caso não seja ocupada rapidamente.
Os projetos da Venezuela e Colômbia serão apresentados pelas autoridades de cada um dos países durante o 9º Congresso Latino-Americano de Satélite, organizado pela TELETIME, nos dias 1 e 2 de outubro, no Rio de Janeiro.
Mais informações pelo site www.convergecom.com.br/eventos .
TV Digital: Vice-ministro cubano defende adoção de padrão único de TV digital na AL
O vice-ministro de Informática e Comunicações de Cuba, Alberto Rodriguez Arufe, disse que vê com simpatia a adoção de um padrão único de TV digital na América Latina. "Creio que seria muito conveniente para o processo de integração da região e para o desenvolvimento e defesa da nossa cultura", disse.
Arufe esteve hoje com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, para conhecer de perto o processo de implantação do sistema da TV digital nipo-brasileiro, que já está sendo testado em seu país. A expectativa dele é de que a definição do padrão pelo seu país saia até o final do ano. "É uma decisão complexa que valerá por muitos anos", disse.
O vice-ministro cubano informou que seu país está testando também os padrões europeu e chinês, mas ressaltou que a possibilidade de interatividade, característica do padrão nipo-brasileiro, é observado com muito interesse pelo seu governo, "porque é um propósito que aspiramos em Cuba". Segundo ele, sua vinda ao Brasil irá intensificar os testes da TV digital, agora com equipamentos produzidos pela indústria brasileira.
Nas conversas com Hélio Costa, Arufe admitiu que foram tratadas as possibilidades de transferência tecnológica para seu país, de formação de recursos humanos e a oferta de financiamento e crédito para implantação do sistema nipo-brasileiro. De acordo com o vice-ministro, a televisão em Cuba tem penetração semelhante a do Brasil, atingindo 98% dos lares. Mas a indústria cubana se resume a uma única fábrica de aparelhos de televisão de 21 e 29 polegadas. "Queremos produzir televisores de LCD e conversores", adiantou.
A adoção do padrão de TV digital nipo-brasileiro está sendo estudada também pela Argentina, Chile, Equador, Paraguai e Venezuela. O Peru já decidiu pelo sistema.
TV Digital: Argentina pode adotar padrão de TV digital aprovado pelo Brasil
O governo argentino analisa a adoção do padrão japonês de televisão digital, já adotado pelo Brasil, que lançou uma iniciativa diplomática para que os países da América do Sul optem pela adesão ao sistema.
Segundo fontes oficiais, o governo argentino "está bastante sensibilizado em relação aos benefícios e vantagens" do padrão japonês, e inclusive já realiza testes no canal 7, estatal.
"As decisões serão adotadas após a análise dos resultados", afirmaram. O Brasil adotou o padrão em 2006, e agora busca "convencer a Argentina, Peru, Chile e Equador" a fazer o mesmo, para criar um "sistema regional", segundo o ministro brasileiro das Comunicações, Hélio Costa.
Para a Argentina, "um dos critérios usados na escolha do sistema será a integração regional. Isso é muito importante e superior a qualquer lobby", afirmaram as fontes, referindo-se à pressão exercida pela União Europeia para que o país adote o padrão europeu de TV digital.
"Todas as partes, ministérios e assessores que participam do processo concordam com a prioridade do regional", acrescentaram, em declarações ao jornal argentino La Nación.
A presidente Cristina Kirchner, por sua vez, já firmou um acordo com Luiz Inácio Lula da Silva, para "estudar" o tema.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Senadores já assinaram Proposta de Emenda Constitucional que prevê volta do diploma
O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) já conseguiu coletar 40 assinaturas de apoio à apresentação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que exige diploma de curso superior de Comunicação Social para o exercício da profissão de jornalista. Para a apresentação da PEC são necessárias 27 assinaturas.
Segundo a proposta, o exercício da profissão de jornalista será privativo de portador de diploma de curso superior de Comunicação Social, com habilitação em jornalismo, expedido por curso reconhecido pelo Ministério da Educação. Além disso, acrescenta um parágrafo único, que torna facultativa a exigência do diploma para colaboradores.
Consultado pela Agência Brasil, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Maurício Corrêa afirmou "ser possível tornar obrigatória a exigência do diploma por meio de emenda constitucional". Mas Corrêa chamou a atenção para o risco de a iniciativa ser interpretada como repreensão à decisão do STF, na semana passada, que dispensou o diploma para o exercício profissional de jornalista.
O senador Antonio Carlos Valadares solicitará também que o Senado realize audiências públicas na Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJ), com representantes de associações e federações de jornalistas e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de estudantes e jornalistas. Segundo ele, o objetivo dessas audiências será o de aperfeiçoar o texto da PEC.
Fonte:
Master em jornalismo digital multimídia
SERVIÇO:
Data: entre 27 de julho e 27 novembro
Endereço: Rua Maestro Cardim 370 – Metrô São Joaquim – Bela Vista – São Paulo – SP
Horário: das 8h30 às 18h30
Investimento:de R$ 13.500 até R$ 15.000 Tel.: (11) 2104-0131
Site do curso
TV Digital: Governo faz lobby por padrão 'sul-americano' de TV digital
O governo brasileiro está trabalhando para criar um sistema sul-americano de TV digital com base no modelo nipo-brasileiro. A estratégia é centrar as negociações na Argentina, Chile e Equador para depois, em um segundo momento, ampliar as investidas sobre os outros países da América do Sul. Para reforçar o lobby, a Embaixada do Japão reuniu ontem, em Brasília, embaixadores de países sul-americanos para apresentar o padrão japonês de TV digital com as inovações tecnológicas desenvolvidas no Brasil.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que é provável a adoção do sistema nipo-brasileiro pela Argentina e Chile, o que, na opinião dele, tornará mais fácil a adesão dos demais países da região. Costa considera até a possibilidade de o Uruguai e a Colômbia voltarem atrás na opção que já fizeram pelo padrão digital europeu.
"Estamos concentrando nossos esforços na Argentina, Chile, Equador e Peru, partindo do pressuposto de que, se sensibilizarmos esses países, praticamente criamos um sistema regional. E, a partir daí, seria muito mais fácil para os outros países aderirem", afirmou o ministro. "Temos grandes expectativas de que a América Latina se unifique em torno desse sistema", disse ao Estado o embaixador do Japão, Ken Shimanouch. O mercado de televisores e de conversores digitais pode dobrar de tamanho para o padrão nipo-brasileiro. A demanda brasileira é de 10 milhões de aparelhos por ano e a de toda a América do Sul é de 20 milhões. "O Brasil está de olho nesse mercado", disse Costa.
Por enquanto, só o Peru seguiu o Brasil e adotou o padrão japonês. A previsão de Costa é de que a Argentina anuncie sua opção pelo sistema nipo-brasileiro logo depois das eleições parlamentares deste mês. O que pode estimular, na avaliação dele, uma decisão na sequência também pelo Chile. O ministro disse que, na viagem que fez ao Chile em abril, pôde constatar que já há uma opção técnica pelo sistema nipo-brasileiro, com apoio de parlamentares, radiodifusores e indústria. Faltaria apenas uma decisão política.
As negociações com o Equador e com Cuba também estão avançadas. Com o Paraguai já foram iniciadas. A Venezuela, por sua vez, chegou a anunciar que adotaria o sistema chinês, mas Costa confia na "boa relação" entre os dois países para convencer o governo venezuelano a integrar o sistema regional.
"Nossa proposta é uma proposta bolivariana de integração latino-americana da TV digital", afirmou. O Uruguai, segundo Costa, ainda não tomou nenhuma medida para implantar a TV digital, o que, em tese, permite uma mudança de decisão.
"O Uruguai, no mínimo, vai ter de pensar duas vezes se vai continuar (com o padrão europeu)", afirmou. A mesma situação ocorre com a Colômbia. O Brasil recebeu informações do governo colombiano de que estaria disposto a voltar a conversar sobre o modelo adotado. O governo brasileiro aposta nos ganhos de escala na produção para baratear o preço dos aparelhos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Marcha contra o racismo da mídia
Fonte: CUT-DF
A CUT-DF e as entidades do Movimento Social Negro convocam o conjunto da classe trabalhadora a participar de manifestação contra a intolerância da imprensa brasileira às questões que envolvem gênero e etnia. O ato será no dia 26 de junho, sexta-feira, às 9h, com
concentração no Colégio Sagrado Coração de Maria (SCRN 702/702 Norte - W3 Norte).
A grande mídia, em geral, tem se posicionado contra políticas afirmativas como as cotas raciais no ensino e no serviço público, o tratamento dado ao Estatuto da Igualdade Racial em discussão no Congresso Nacional desde 2006, o decreto 4.887 que regulariza as terras quilombolas e da lei 10.639, que torna obrigatório o ensino de história e cultura africanas e das populações negras brasileiras nas escolas de todo o país.
A mesma mídia que não tem interesse em pautar as questões do movimento negro, fez um grande lobby para derrubar recentemente a obrigatoriedade do diploma de jornalismo no STF, com o objetivo de precarizar salários e o mercado de trabalho destes profissionais.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Telefonia: 82% dos brasileiros têm cecular
Isso significa que a maioria dos brasileiros já está familiarizada com uma ferramenta que pode promover a inclusão digital. A tendência é que nos países em desenvolvimento as pessoas interajam com a web através dos celulares. Os aparelhos são mais baratos que os computadores e a rede 3G tende a se expandir e baratear o custo.
Brasil França: Colóquio de estudos de comunicação aberto a trabalhos
O primeiro colóquio reunindo pesquisadores brasileiros e franceses na área de comunicação ocorreu em 1992, em São Bernardo do Campo. Desde então, as reuniões bilaterais têm sido realizadas, alternadamente, nos dois países. O último evento foi promovido em 2006 pela Universidade Stendhal, Grenoble 3. Neste ano de 2009, o colóquio entrará no calendário das atividades do Ano da França no Brasil.
Os principais objetivos do IX Colóquio Brasil-França são:
- Divulgar a produção científica e profissional da área nos dois países, aprofundando as relações bilaterais de estudos em desenvolvimento e futuros;
- Propiciar debates sobre temas de interesse da comunicação no Brasil e na França;
- Permitir a troca de experiência acadêmico-profissional entre pesquisadores e profissionais dos dois países;
- Incentivar a realização de estudos comparados neste campo do conhecimento;
- Estimular o intercâmbio entre instituições acadêmicas e profissionais dos dois países;
- Criar laços de cooperação entre pesquisadores e profissionais brasileiros e franceses, no contexto de protocolo de intenção a ser assinado pela INTERCOM e a SFSIC.
Estudos Comparados
Os trabalhos deste ano darão prioridade aos estudos comparados em torno de três eixos nos quais os pesquisadores poderão inserir suas propostas:
1-Os desafios da pesquisa em Comunicação no Brasil e na França
2- Estudos comparados entre Brasil e França
3-Avanços da pesquisa em Comunicação no Brasil e na França
MAIS INFORMAÇÕES ESTÃO DISPONÍVEIS NO SITE DA INTERCOM
domingo, 21 de junho de 2009
Unesco seleciona jornalistas para atuarem junto ao MEC e MCT
O nº do Edital que se refere à vaga da Ciência e Tecnologia é 914BRA5065 Edital 16/2009 .
A data limite de entrega do CV: 24/06/2009 e a qualificação exigida é a seguinte:
Graduação na área de comunicação social, com habilitação em jornalismo; Graduação ou curso técnico profissionalizante na área de web design, animação e vídeo; Certificação de curso técnico ADOBE ou MACROMEDIA; Inglês avançado.
Experiência profissional comprovada de 02 anos na área envolvendo conhecimento
em web sites, no desenvolvimento de trabalhos para o Governo Federal, em tecnologia para
gerenciamento de conteúdo, em trabalhos de assessoria de imprensa para conferências e seminários e em trabalhos de tradução jornalística (inglês-português e português-inglês);
O profissional selecionado terá como suas atividades:
- levantamento de informações avançadas para o portal, garantindo conexão com os portais das conferências regionais da IV CNCTI ou de eventos correlacionados, como da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC e Academia Brasileira de Ciências – ABC,
- tradução de documentos solicitados (inglês-português e/ou português-inglês);
- inserção de materiais por intermédio da ferramenta administrativa do portal.
- Disponibilizar e inserir documentos solicitados no portal de maneira ágil;
- Disponibilizar a agenda e a programação das principais atividades nas conferências internacionais correlatas;
- Tradução dos documentos básicos, relatórios e conclusões de eventos, tais como a Conferência Mundial da Educação Superior, promovida pela UNESCO.
A data limite de entrega do CV: 26/06/2009, Para mais informações, clique aqui.
As outras quatro vagas do Mec estão detalhadas no edital nº 914BRA1127 Edital 01/2009
Duas vagas são para consultor Especialista/Jornalista – Sênior, e as demais para consultor Especialista/Jornalista - Júnior.
Os quatro irão trabalhar no Projeto: Modernização das Ações da Comunicação Digital do Ministério da Educação.
Os profissionais sêniores deverão ter formação em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo e um mínimo de dez anos de experiência profissional em jornalismo, cinco anos na área de Educação e cinco anos na área de Assessoria de Comunicação Social.
Dentre as atividades previstas estão:
- as de avaliar qualitativamente e quantitativamente as matérias publicadas na Rede de Comunicadores da Educação (MEC).
- Estabelecer diálogo com os radialistas de todo o país, de forma a divulgar as políticas públicas na área da educação.
- Ampliar as possibilidades de divulgação dirigidas com foco regional, estadual e municipal sobre o tema educação, relativas ao Ensino Básico, Ensino Técnico Profissional e Superior.
anos na área de Educação e dois anos na área de Assessoria de Comunicação Social.
Dentre as atividades previstas estão:
- Realizar a transcrição de matérias escritas do Portal MEC para a linguagem Rádio
para a Rede de Comunicadores da Educação. - Gravar e editar sonoras com representantes da instituição, conforme assunto de interesse dos comunicadores, por região, estado e/ou município.
- Apoiar os comunicadores na produção diária de matérias sobre a educação impulsionando uma mobilização em favor da educação.
Para mais informações sobre este edital, clique aqui
Argentina: jornalistas reclamam das condições de trabalho
O Fórum de Jornalismo Argentino (Fopea, por suas siglas em espanhol), ao divulgar os resultados de uma pesquisa feita com seus integrantes, manifestou preocupação com a deterioração das condições de trabalho dos jornalistas do país.
A maioria dos participantes da enquete mencionou que as empresas onde trabalham passam por ajustes econômicos, que incluem demissões, reduções salariais e pagamentos atrasados. Além disso, os jornalistas se queixaram da falta de contratos, da sobrecarga de trabalho, da falta de capacitação, do forte impacto da publicidade oficial no funcionamento dos meios de comunicação e das sombrias expectativas para o futuro.
O mais preocupante, disse o Fopea, é que tudo isso prejudica a qualidade do jornalismo e da ética profissional. “Os jornalistas têm cada vez mais funções a desempenhar e menos tempo para refletir sobre os conteúdos das matérias que fazem. O fluxo do trabalho é tamanho que muitas vezes a checagem das fontes ou das informações fica quase impossível”, relatou um dos jornalistas entrevistados pela enquete.
Veja o relatório e a análise do Fopea aqui (documento Word).
TV Pública terá audiência em Brasília, no dia 9 de julho
A primeira audiência para a discussão sobre o papel da TV Pública no Brasil está marcada para o dia 9 de julho, em Brasília. Os interessados em participar devem se inscrever até o dia 2 de julho preenchendo formulário disponível na página eletrônica da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
De acordo com o edital publicado nesta quarta-feira (17/6) no Diário Oficial da União, as pessoas interessadas em expor as suas ideias serão escolhidas pelo Conselho Curador da EBC, mediante inscrição prévia. As intervenções sobre o tema também deverão ser enviadas para a organização do evento com antecedência. Após as exposições iniciais, cada um dos inscritos poderá falar por, no máximo, cinco minutos. Caso o número de inscritos seja alto e o tempo disponível para a audiência pública seja insuficiente, será realizado sorteio.
Opiniões, sugestões e comentários, fundamentados e identificados, também podem ser enviados para a organização durante o prazo das inscrições.
Diploma: Caras pintadas acordam e decidem ir às ruas nº 3
Quem está organizando a Palestra da UCB deveria propor adiá-la e solicitar que os alunos da Católica fossem para a Praça dos Três Poderes. Mesmo porque, a UCB também vai realizar uma segunda palestra, no mesmo dia, mas à noite, às 20h, no bloco K, sala K, do campus em Taguatinga Sul.
Não foi divulgado quem serão os palestrantes, mas o objetivo é tirar as dúvidas sobre as conseqüências da decisão do STF.
UnB pesquisa condições das rádios no Brasil
A Universidade de Brasília (UnB), em parceria com a Fundação Ford e o Instituto Brasileiro do Rádio, está realizando uma pesquisa pela Internet para conhecer as condições técnicas de funcionamento das rádios brasileiras e sua capacidade de adaptação do rádio digital.
Trata-se de uma investigação inédita no país que ofecerá informações úteis para:
- Elaborar políticas públicas para a implantação do rádio digital no país.
- Definir o grau de adaptação das emissoras à nova tecnologia e o investimento que será necessário para fazer essa mudança.
O escopo da investigação pode ser conferido no endereço do Laboratório de Políticas da Comunicação na seção projetos de pesquisa
Mais informações sobre a pesquisa podem ser obtidas com os professores coordenadores da pesquisa Rádio Digital, Carlos Eduardo Esch e Nélia Del Bianco
Crise: Newsweek corta uma edição por conta da crise
Do M&M Online, 19/06/2009
Alegando um fraco ritmo do mercado de publicidade norte-americano, a revista semanal Newsweek terá uma edição a menos no próximo mês de agosto. De acordo com informações publicadas pelo jornal Wall Street Journal, a crise econômica levou a diretoria editorial da Newsweek a sacrificar uma edição pela dificuldade de captação de anúncios em um período considerado fraco para a mídia impressa norte-americana.
Tradicionalmente, a Newsweek deixa de circular por três semanas durante o ano: no período do Natal, no feriado da Independência dos Estados Unidos (4 de julho) e em uma semana do mês de agosto (em função do período de férias de verão norte-americano). Dessa vez, porém, a revista só terá duas edições no oitavo mês do ano.
Na tentativa de tentar segurar os anunciantes que vem migrando para as publicações digitais, a Newsweek lançou um novo projeto gráfico e editorial no último mês de maio. A idéia é deixar a publicação com um teor mais analítico e reflexivo, com reportagens mais aprofundadas acerca dos assuntos cotidianos. Além disso, a revista também informou que reduzirá a sua circulação mensal de 2,6 milhões para 1,5 milhões de exemplares.
Diploma: Caras pintadas acordam e decidem ir às ruas nº 2
Do portal da Fenaj
Estudantes de Jornalismo de diversas cidades do país organizam novas manifestações de desagravo à decisão do STF que aboliu a obrigatoriedade da formação universitária para a profissão de jornalista. Os atos estão marcados para esta segunda-feira, dia 22, em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Teresina e Caxias do Sul. Serão simultâneos, a partir das 10h. Em Porto Alegre, haverá manifestação na quarta.
A FENAJ, os Sindicatos de Jornalistas e o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo se engajaram na mobilização e estão convocando profissionais e professores a participarem ativamente.
Também conclamam demais segmentos profissionais, movimentos sociais, parlamentares, autoridades a comparecerem às atividades, levando às ruas o apoio e preocupações que já vêm externando aos jornalistas.
Conforme os Diretórios Acadêmicos dos Cursos de Jornalismo que lideram a organização, serão promovidas passeatas que culminarão com atos e a orientação é para que todos participantes vistam preto, usem nariz de palhaço, levem apitos e empunhem colheres de pau, além de faixas e banners da campanha pela valorização da formação e profissão de jornalista. As manifestações serão simultâneas em todas estas cidades, a partir das 10h desta segunda-feira. Já em Porto Alegre, o Sindicato está convocando mais um ato para quarta-feira.
Veja, a seguir, as informações, cidade por cidade, sobre locais de concentração e trajetos das passeatas.
SÃO PAULO (SP)
DIA: 22/06 – segunda-feira
HORÁRIO: 10h
CONCENTRAÇÃO: em frente ao metrô Consolação - av. Paulista, altura do nº 2163
PASSEATA: até Hotel Reinascence*
Para quem é de Campinas, às 8h sairá um ônibus da PUC levando os manifestantes até a capital.
BRASÍLIA (DF)
DIA: 22/06 - segunda-feira
HORÁRIO: 10h
CONCENTRAÇÃO: Praça dos Três Poderes
PASSEATA : até a Esplanada dos Ministérios
RIO DE JANEIRO (RJ)
DIA: 22/06 - segunda-feira
HORÁRIO: 10h
CONCENTRAÇÃO: ABI
PASSEATA: até o Palácio Tiradentes
TERESINA (PI)
DIA: 22/06 - segunda-feira
HORÁRIO: 10h
CONCENTRAÇÃO: Av Frei Serafim (ponto de encontro: Hiperbompreço)
CAXIAS DO SUL (RS)
DIA 22/06 - segunda-feira
HORÁRIO: 10h
CONCENTRAÇÃO: UCS
PORTO ALEGRE (RS)
DIA 24/06, quarta-feira
HORÁRIO: 13h
CONCENTRAÇÃO: Esquina Democrática
Reação foi imediata: atos e manifestos de repúdio proliferam desde quarta
A reação à decisão do STF começou imediatamente após o julgamento na última quarta-feira. Não só os jornalistas, mas a sociedade brasileira vem demonstrando que ficou perplexa e indignada. Centenas de jornalistas e apoiadores produziram artigos, manifestos e inclusive mensagens ao ministro Gilmar Mendes. A Federação Nacional e Sindicatos dos Jornalistas já receberam milhares de mensagens de solidariedade de outras entidades, movimentos sociais, parlamentares, autoridades e da própria população , colocando-se à disposição para defender e lutar com os jornalistas. Todas serão divulgadas no site da FENAJ a partir da circulação do Boletim ordinário de segunda-feira, que também trará um levantamento completo das manifestações já realizadas e das programadas para os próximos dias.
Os atos de protesto também começaram logo depois da disseminação da notícia. Na quinta, estudantes e professores de Caxias do Sul sairam em passeata de desagravo pela cidade. Em Londrina, profissionais, professores e estudantes, apoiados por parlamentares realizaram um ato público. Na UEPG, em Ponta Grossa, também houve ato. Em Curitiba, a posse da nova diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Paraná se transformou num ato de protesto, com profissionais, professores, estudantes, representantes de entidades de diversos outros segmentos da sociedade, autoridades e parlamentares usando fita preta nos braços em sinal de luto e manifestando sua indignação contra a irresponsabilidade do STF. Na noite de sexta, estudantes da Faculdade de Comunicação (Famecos) da PUCRS, em Porto Alegre, promoveram um ato público em frente da Universidade. Interromperam o trânsito na Avenida Ipiranga, exibindo faixas, cartazes, narizes de palhaço e palavras de ordem contra a decisão. Entregaram à população um panfleto preparado pelo Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, que denunciava o golpe orquestrado pelo presidente do STF, Gilmar Mendes. Um pelotão de choque do 11º Batalhão da Polícia Militar foi até o local para negociar a liberação da via.
A OAB nacional e a FIJ (Federação Internacional de Jornalistas) também logo se manifestaram, emitindo notas, além de outras entidades, instituições, muitos parlamentares e autoridades, todos preocupados com a repercussão danosa da decisão não só sobre o Jornalismo, mas em relação a outras profissões e a própria democracia no país. A FENAJ e os Sindicatos, ao mesmo tempo em que adotam os encaminhamentos necessários para defender a profissão em função do golpe desfechado, vêm conclamando a categoria e seus apoiadores para que reajam a mais este ataque ao Jornalismo. Em nota emitida na quinta-feira, a FENAJ volta a alertar que “Somos 80 mil jornalistas brasileiros. Milhares de profissionais que, somente através da formação, da regulamentação, da valorização do seu trabalho, conseguirão garantir dignidade para sua profissão e qualidade, interesse público, responsabilidade e ética para o jornalismo"
Mais detalhes sobre as notas da OAB, FENAJ e FIJ estão no portal da Fenaj.
Descoberta de plágio na África leva brasileiro a ganhar prêmio jornalístico
Por recomendação do júri do Prémio Natali 2008, a Comissão Européia retirou o Grande Prémio NATALI e o Prémio África ao vencedor da edição do ano passado, Larrisse Houssou, do Benim. Esta decisão foi tomada com base numa denúncia de plágio apresentada por outro jornalista, que viria a ser confirmada pelo júri após um inquérito independente às alegações aduzidas. O jornalista brasileiro Raphael Gomide, segundo classificado em 2008, foi proclamado o novo vencedor do Grande Prémio, por recomendação do júri.
Diploma: Caras pintadas acordam e decidem ir às ruas nº 1
Protesto de estudantes e jornalistas
SEGUNDA-FEIRA, dia 22/06 às 10 horas da manhã na PRAÇA DOS TRÊS PODERES.
Diretórios acadêmicos de várias faculdades de Jornalismo estão convocando estudantes e jornalistas para uma manifestação de protesto na Capital contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que extinguiu a obrigatoriedade do diploma universitário para exercício da profissão.
O protesto acontece segunda-feira (22/6), às 10h, na Praça dos Três Poderes. Os organizadores sugerem vestir preto, trazer nariz de palhaco, cartazes e o que puder, em especial a prórpria presença.
Opinião: Quero ser Juiz de Direito sem diploma
Por Gadelha Neto
A decisão do STF, que dispensa o diploma de Jornalismo para o exercício da profissão, me abre um mundo novo: a possibilidade de ser Juiz de Direito e, quem sabe, até alçar voo rumo ao próprio Supremo Tribunal Federal.
Sim, porque a decisão deixou claro que a minha profissão não exige diploma porque não são necessários conhecimentos técnicos ou científicos para o seu exercício. Disse mais: que o direito à expressão fica garantido a todos com tal "martelada".
Tampouco a respeitabilíssima profissão de advogado e o não menos respeitável exercício do cargo de juiz pressupõem qualquer conhecimento técnico ou científico. Portanto me avoco o direito (e, mesmo, a obrigação), já que assim está decidido, de defender a sociedade brasileira diante dos tribunais e na própria condução de julgamentos.
Além de ser alfabetizado e, portanto, apto a ler, entender, decorar e interpretar nossos códigos e leis, tenho 52 anos (o que me dá experiência de vida e discernimento sobre o certo e o errado) e estudei - durante o curso de jornalismo (!) - filosofia, direito, psicologia social, antropologia e ética - entre outras disciplinas tão importantes quanto culinária ou moda: redação em jornalismo, estética e comunicação de massa, radiojornalismo, telejornalismo, jornalismo impresso etc.
Com essa bagagem e muita disposição, posso me dedicar aos estudos e concorrer às vagas de juiz pelo Brasil afora, em pé de igualdade com os colegas advogados. Também posso pagar e me dedicar aos cursos especializados em concursos públicos para o cargo, se eu julgar necessário. E não é justo que me exijam, em momento algum, qualquer diploma ao candidatar-me ao cargo.
Afinal, se a pena de um jornalista não pode causar mal à sociedade (!!?), a de um juiz também não teria este poder de fogo. As leis - e elas são justas em si - existem para serem cumpridas e cabe a um juiz, tão somente - usando da simplicidade do STF - seguir a "receita de bolo" descrita pelos nossos códigos. Assim sendo, um juiz não pode causar mal algum a ninguém, se seguir, estritamente, o que determina a lei. Concordamos?
Data venia, meus colegas advogados, por quem nutro o devido respeito (minha mãe, cunhada, irmão e sobrinha - por favor, compreendam) , quero ser juiz porque é um direito meu, assegurado pelo STF, e o salário de jornalista não está lá estas coisas.
Obs: as opiniões dos textos assinados são de seus respectivos autores
sexta-feira, 19 de junho de 2009
STF vai decidir se cobra diploma de seus jornalistas
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de acabar com a exigência de diploma para jornalistas ocorreu às vésperas de a corte lançar o edital de um concurso para contratar 14 profissionais da área. A comissão de concursos do tribunal analisa agora se cobrará dos candidatos o curso de jornalismo. Antes da decisão, ter concluído a faculdade era um pré-requisito para os aspirantes às vagas. A ideia era divulgar o edital até o fim deste mês, mas agora poderá demorar um pouco mais.
Os 14 candidatos às vagas de analista na Secretaria de Comunicação do STF deverão, no entanto, ter concluído uma faculdade, pois os cargos de analista exige nível superior. A obrigatoriedade do diploma tinha sido imposta por um decreto-lei de 1969. O presidente do STF, Gilmar Mendes, lembrou ontem que há pessoas já exercendo a profissão sem nenhum curso superior. "O controle que existe é controle inicial da própria empresa, depois o controle social, da qualidade daquilo que é divulgado."
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira das Empresas de Rádio e Televisão (Abert) afirmaram, por meio de seus representantes, que as empresas continuarão contratando profissionais formados em faculdades de jornalismo, apesar da decisão de anteontem do STF. O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murilo de Andrade, demonstrou indignação com a decisão do STF.
"O STF agiu de forma irresponsável. Com a decisão, tornou menor o jornalismo e o jornalista brasileiros, jogando no lixo uma luta de 40 anos em prol da qualificação profissional", criticou Andrade. Um encontro entre o presidente da Fenaj e os sindicatos de jornalistas, hoje em São Paulo, deve definir ações para contestar a decisão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Opinião: O diploma e o jornalismo
Temos um problema anterior e um posterior.O anterior é sobre a exigência do diploma. O STF decidiu, então não é mais problema.
O problema posterior é essa decisão.
Quanto ao anterior, o defunto, vale dizer que um dos motivos de dar no que deu é que faltou à Fenaj e aos sindicatos a coragem de promover, de fato, um grande debate nacional sobre a profissão. As discussões ficaram entre os iguais, os mesmos, os que defendiam o diploma. Então não era debate - era encontro de iguais. Mas a Fenaj e etc. diziam que estavam fazendo o debate público. Público? Conversa.
Na verdade, eu penso maior. Pensei maior: por que não foi deflagrado um grande debate nacional com a população sobre a prática do jornalismo? Porque a única coisa que os sindicatos, o nosso do DF, inclusive, defendia era ocorporativismo. Qualidade de jornalismo não vale.
Nesse momento em que está tão clara a mediocridade do jornalismo nos grandes meios, por que isso não foi feito? Por que deixou isso a cargo de alguns espaços menores (no sentido de alcance, claro), como o “Observatório daimprensa” ou a “Campanha contra baixaria na TV”?Porque a Fenaj e sindicatos não estão preocupados com o jornalismo, mas com o corporativismo. Com oburocratismo institucionalizado. Se o jornalismo é tão importante assim para sociedade como dizia a Fenaj, porque não discutiu isso com a sociedade?
Vários autores (Wolf, Traquina e Vuton, são os que lembro agora) falam que o jornalista está se lixando para o seu leitor. Olha o que eu disse? Sabe a frase ridícula daquele deputado? É quase a mesma coisa.
A questão é: nós jornalistas pouco estamos nos lixando para o nosso público? Creio que sim. Não eu, claro. Emais outros e outros. Mas a maioria é assim mesmo.E agora?Agora que o diploma caiu vamos defender o que? Que médico precisa de diploma, advogado idem... Então jornalista também? Mas por quais razões? Éticas? Conversa: a prática de um jornalismo ético não é questão de academia.
Diploma não dá honestidade a ninguém (parodiando um samba famoso). Qualidade? Pode ser. Mas aí o mercado é que vai selecionar. Pelo menos no que se entende por qualidade hoje. Muito bem. Perdemos o bonde. Fenaj e sindicato ficaram defendendo o corporativismo, os umbigos, quando poderiam defender a profissão, a atividade, a missão do jornalista.
A Fenaj já divulgou nota dizendo que não morreu. Acho que ela morreu antes. Morreu ao defender a institucionalidade.Quanto aos anos de luta da categoria. A história já me ensinou que isso não quer dizer nada. As grandes conquistas do jornalismo não estão no salário, mas nos bons trabalhos feitos por bons profissionais - isso éque dá valor á profissão. Ver um bom trabalho. Encontrar um jornalista que não se vendeu. A luta salarial é importante. Mas é pequena. Isso não garante qualidade e muito menos honestidade nojornalismo. E é isso, insisto, que dá valor a profissão. O resto é confundir com qualquer outra atividade -pelo bem e pelo mal.
Mas a Fenaj acha que um bom jornalista é aquele que tem diploma...A Fenaj e os sindicatos sustentaram a luta pela burocracia, pelo atrasado, e perderam. Poderiam ter avançado, aproveitado a circunstância para lutar por algo maior. Mas não; ficaram ao rés do chão. Há cerca de um ano sugeri: vamos transformar os sindicatos - sem perder de vista algumas outras batalhas - numa ouvidoria da sociedade. E qual foi a resposta dos tais: o silêncio. É possível que não tenham entendido. Afinal, como disse, para estes o povo que se lixe.
E vocês viram quantas barbaridades a imprensa (o jornalista!) tem cometido nesses últimos anos? Jornalistas picaretas (formados ou não) sujaram a nossa categoria com matérias vagabundas e a Fenaj e os sindicatos fizeramo quê? Nada. Nada.
Eu, como tantos e tantos outros jornalistas honestos, que erram, mas tentam acertar, mas não nos confundimos com os picaretas, não fomos protegidos pelas entidades. Sabe por quê? Porque a violência desses jornalistas não nos atinge, mas somente a sociedade! Agredir a sociedade pode! E o que a Fenaj e sindicatos aprenderam com isso? Nada. Nada. Nada.
Amanhã vão continuar com a mesma briga pelo diploma. Quanto à qualidade do jornalismo, isso é o de menos. Agora o barco afundou. Mas atenção, o barco que afundou foi o da exigência do diploma e não o jornalismo.
Ainda continuo brigando porbons cursos universitários, por boas formações, por um bom jornalismo (honesto, decente, investigativo, quepense no todo...). Talvez os sindicatos se acabem. Mas o jornalismo não acabou! Não se esqueçam disso.
E os bons cursos também não devem acabar. Por vários motivos. Entre eles o mercado. Porque as empresas decomunicação vão continuar pedindo a todo trabalhador (de faxineiro a engenheiro de segurança) a qualificação. E ela vai valorizar aquele que tiver cursos e experiências; isto é, quem tem diploma sai na frente. Isso vale para qualquer profissão. Não garante a ética e a honestidade da profissão – como o diploma não garantia – mas garante o emprego.
Diploma: Gilmar Mendes diz que registro profissional de jornalista perdeu o sentido
"O registro existente não terá nenhuma força jurídica", afirma o presidente do STF
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, disse a pouco que o registro profissional de jornalista no Ministério do Trabalho perdeu o sentido após decisão da Corte que acabou com a exigência de diploma para exercer a profissão.
— O registro existente não terá nenhuma força jurídica — ressaltou.
Sobre o reflexo da decisão em concursos públicos com vaga para jornalistas, Mendes disse que questões pontuais serão debatidas posteriormente. O presidente do STF descartou a possibilidade de uma nova regulamentação elaborada pelo Congresso Nacional, como foi proposto pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa.
Mendes reiterou que há possibilidade de outras profissões serem desregulamentadas, no entanto, não quis especificar quais são essa áreas.
Diploma: Choro do leite derramado
Resultado: agora que a vaca foi pro brejo, há iniciativas em diversos pontos para uma grande mobilização nacional.
A meu ver só há uma saída neste momento: uma mobilização por uma emenda constitucional especifica. Uma lei ordinária, qualquer que seja ela, será igualmente considerada inconstitucional. Dificilmente (se é que existe condições de isso ocorrer), o STF irá rever esta posição.
De qualquer maneira, divulgo abaixo as previsões de realizações de protestos de estudantes e jornalistas na Capital e Interior contra a decisão do STF
Diretórios acadêmicos de várias faculdades de Jornalismo e Regionais do Sindicato estão convocando estudantes e jornalistas para uma manifestação de protesto na Capital e no Interior contra a decisão do STF, que extinguiu a obrigatoriedade do diploma universitário para exercício da profissão.
Neste sábado (20/6), às 9h, em Votuporanga, também haverá protesto – todos vestidos de luto, com nariz de palhaço e diploma na mão, contra a decisão do STF contra o jornalismo brasileiro - na Praça São Bento.
Na segunda-feira (22/6), às 10h, será na Capital, em frente ao Metrô Consolação (Av. Paulista, altura do nº 2163). Os organizadores sugerem vestir preto, trazer nariz de palhaço e uma colher de pau.
Em Sorocaba, estudantes e jornalistas formados marcaram assembléia para terça-feira (23/06), às 19h30, na Regional do Sindicato, Rua Cesário Mota, 482 – Centro Sorocaba. Mais informações pelo tel.: (15) 3342-8678
Ministério da Justiça seleciona Jornalista, RP e Publicitário
Técnico em Comunicação Social
Área Jornalismo
Atribuições: desenvolver atividades de planejamento,organização, avaliação e execução relativas ao apoio técnico eadministrativo na área de comunicação social, de cerimonial, de relacionamento institucional com outras entidades e com a sociedade; cobertura de eventos e reuniões; interpretar e organizar informações e notícias; fazer seleção, revisão e preparo de matérias; manifestar-se sobreos tópicos referentes à área de comunicação social; marketing institucional; campanhas publicitárias; projeto gráfico e produção de publicações internas e externas; assessoramento em atividades específicas de comunicação social que forneçam o suporte ao Ministério da Justiça bem como executar outrasatividades relacionadas à área de atuação.
Pré-requisitos: diploma, devidamente registrado, fornecido por instituição de ensino reconhecida pelo MEC, de conclusão de curso de graduação de nível superior em Comunicação Social (habilitação Jornalismo) ou Comunicação Social - Jornalismo, e registro ou inscrição na entidade profissional competente.
(Ainda bem que o Ministério da Justiça não aboliu a formação acadêmica!!!!!!!)
Área Relações Públicas
Atribuições: gerenciar o relacionamento do Ministério com seus diversos públicos de interesse, mediante estratégias de comunicação; elaboração de diagnósticos, estratégias e políticas voltadas para o aperfeiçoamento das relações entre instituições, grupos humanos organizados, setores de atividades públicas ou privadas e a sociedade em geral; trabalhona implantação de programas e instrumentos que assegurem esta interação,acompanhando, avaliando e aperfeiçoando os processos e produtos pertinentes,com base nos resultados obtidos; interlocução entre as funções de relações públicas e as demais funções profissionais existentes na área da Comunicação e, ainda, com outras áreas comas quais as relações públicas exerça interface; exercício de outras atividades reconhecidas como característicado profissional de Relações Públicas.
Pré-requisitos: diploma, devidamente registrado, fornecido porinstituição de ensino reconhecida pelo MEC, de conclusão de curso degraduação de nível superior em Comunicação Social (habilitação RelaçõesPúblicas) ou Comunicação Social - Relações Públicas, e registro ou inscriçãona entidade profissional competente.
Área Publicidade e Propaganda
Atribuições: desenvolver atividades de planejamento,organização, avaliação e execução relativas ao apoio técnico eadministrativo na área de comunicação social; marketing institucional; campanhas publicitárias; projeto gráfico e produção de publicações internase externas; assessoramento em atividades específicas de comunicação socialque forneçam o suporte ao Ministério da Justiça bem como executar outras atividades relacionadas à área de atuação.
Pré-requisitos: diploma, devidamente registrado, fornecido porinstituição de ensino
reconhecida pelo MEC, de conclusão de curso degraduação de nível superior em Comunicação Social (habilitação Publicidade e Propaganda) ou Comunicação Social - Publicidade e Propaganda, e registro ou inscrição na entidade profissional competente.
O salário é de R$ 2.643,28 e as inscrições serão realizadas exclusivamente via Internet, na páginado concurso no endereço eletrônico www.funrio.org.br, no períodocompreendido entre as 10 horas do dia 12 de junho de 2009 até as 23 horas e59 minutos do dia 17 de julho de 2009, considerando-se o horário de Brasília.
Nota oficial da Fenaj sobre a continuidade da exigência de Registro Profissional
A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), como entidade de representação máxima dos jornalistas brasileiros, esclarece que a decisão do STF eliminou a exigência do diploma para o acesso à profissão, mas que permanecem inalterados os demais dispositivos da regulamentação da profissão. Dessa forma, o registro profissional continua sendo condição de acesso à profissão e o Ministério do Trabalho e Emprego deve seguir registrando os jornalistas, diplomados ou não.
Igualmente, a FENAJ esclarece que a profissão de jornalista está consolidada não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. No caso brasileiro, a categoria mantém suas conquistas históricas, como os pisos salariais, a jornada diferenciada de cinco horas e a criação dos cursos superiores de jornalismo. Em que pese o duro golpe na educação superior, os cursos de jornalismo vão seguir capacitando os futuros profissionais e, certamente, continuarão a ser a porta de entrada na profissão para a grande maioria dos jovens brasileiros que sonham em se tornar jornalistas.
A FENAJ assume o compromisso público de seguir lutando em defesa da regulamentação da profissão e da qualificação do jornalismo. Assegura a todos os jornalistas em atuação no Brasil que tomará todas as medidas possíveis para rechaçar os ataques e iniciativas de desqualificar a profissão, impor a precarização das relações de trabalho e ampliar o arrocho salarial existente.
Concursos públicos não poderão exigir diploma de jornalista, afirma ministro
Os concursos públicos poderão exigir diplomas de Jornalismo? O ministro do STF Ricardo Lewandowski , diz que não, mas o advogado geral da União, Tofoli, diz que sim.
No serviço público o nível atual do técnico de comunicação ou do jornalista é Superior. Com o fim da exigência do diploma, e de qualquer formação acadêmica, as carreiras ainda serão de nível superior, ou poderão ser de nível médio?
O Senado Federal realizou no ano passado um concurso para a vaga de produtor, que sob a justificativa de ser função de radialista, o nível é Médio, mas quase a totalidade dos que passaram são jornalistas e desempenham funções jornalísticas. Passaremos a ter jornalistas de nível médio e de nível superior?
Fica aqui uma provocação à reflexão. Deixe sua opinião no espaço para comentários, abaixo. Antes leia o informe da Agência Brasil e na outra postagem acima a nota da Fenaj. Se desejarem, mas abaixo, nas postagem do dia 18/06, existem outras opiniões sobre o mesmo tema
Da Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski afirmou hoje que, em princípio, os concursos públicos não podem mais exigir diplomaespecífico de curso superior em jornalismo como pré-requisito para opreenchimento de cargos.O ministro fez a colocação em resposta a questionamento sobre o alcance dadecisão do STF que derrubou a exigência de diploma em curso superiorespecífico para o exercício da profissão de jornalista no Brasil.“Talvez se exija uma compatibilidade com a área, como diploma de sociologia,história ou comunicações de forma geral. O que o STF disse é que para oexercício desta profissão de jornalista não pode se exigir especificação,porque é uma manifestação da liberdade de expressão”, explicou Lewandowski.
Debate na Câmara aponta para necessidade de reestruturar CCS
A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) tentou mais uma vez provocar a reativação do Conselho de Comunicação Social (CCS) por meio do debate. A audiência pública, realizada na manhã desta quinta-feira, 18, no entanto, teve tom melancólico. O responsável legal pelas nomeações dos membros do conselho, o presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB/AP), não compareceu ao encontro e também não mandou representante. Os deputados também não prestigiaram a audiência e apenas três compareceram hoje no plenário da CCTCI, sem contar a responsável pela reunião, deputada Luiza Erundina (PSB/SP).
Mesmo sem ampla platéia de parlamentares, o encontro resultou em apontamentos importantes sobre o CCS. Todos os participantes concordaram com a necessidade de reativação o mais rápido possível das atividades do grupo, suspensas por falta de nomeação dos componentes desde dezembro de 2006. "Queria registrar o apoio à recuperação do conselho e a sua importância para o país. De repente, pode estar nas mãos da deputada Erundina a solução disso", afirmou o presidente da ABTA, Alexandre Annenberg, dando sua chancela à iniciativa da deputada.
A suspensão das atividades do grupo, cuja atuação está prevista na Constituição Federal como um órgão de assessoramento do Legislativo, é ilegal na opinião da Consultoria do Senado Federal. Segundo a consultora Ana Luiza Fleck Saibro, a demora na nomeação fere também a lei que regulamenta o funcionamento do grupo de debates e prejudica a tramitação de propostas no Congresso Nacional que sugerem mudanças no CCS. Ana Luiza participou do debate por um convite de última hora feito por Luiza Erundina, mas deixou claro que suas opiniões não representam a posição do Senado Federal.
Nova estrutura
As entidades representativas da sociedade, como o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), insistiram na necessidade de existência de um órgão de debate onde a população também possa se ver representada. "O controle público das comunicações é fundamental para a real democracia no país", ressaltou Roseli Goffman em nome do FNDC. Como forma de potencializar a atuação do CCS, a deputada Luiza Erundina e os demais debatedores levantaram propostas de ampliação do conselho.
Para Jonas Valente, coordenador do Intervozes, é preciso ter mais atenção com relação às indicações para evitar que as cadeiras destinadas à sociedade acabem sendo ocupadas por pessoas alinhadas às empresas de comunicação. Além disso, Valente sugere "alguns ajustes pontuais", mas de grande impacto na estrutura dos processos envolvendo, especialmente, à radiodifusão. Uma das propostas do Intervozes é que seja retomado o projeto original para o CCS, discutido durante a constituinte. Essa estrutura original prevê, entre outras funções, que a renovação das concessões de rádio e TV também passe pelo crivo do CCS.
"A sua reativação (do conselho) é imperativa, é urgente, mas é fundamental admitir que o modelo adotado é falho e é preciso retomar o projeto que foi discutindo durante a constituinte", avaliou Valente. A deputada Luiza Erundina, por sua vez, tem planos ainda mais audaciosos pra o conselho. Erundina sugeriu, em questionamentos feitos aos participantes, que apóia a idéia de uma atuação mais forte do CCS, dando-lhe poderes inclusive de fiscalizar e regular os setores de radiodifusão, telecomunicações e mídia.
Na opinião da deputada, o conselho será, indiscutivelmente, um assunto na pauta da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), agendada para dezembro deste ano. Mas a parlamentar não perdeu as esperanças de ver o CCS reativado até lá. "No mínimo, o Senado está devendo esta iniciativa", afirmou. Uma mudança estrutural no conselho, porém, não é algo simples do ponto de vista político.
O conselheiro da Abert Evandro Guimarães lembrou que os alicerces do CCS são difíceis de serem alterados. "A Constituição reservou ao conselho apenas um papel consultivo dos parlamentares. Estou falando isso porque alterações no conselho dependem de mudanças na Constituição", alertou. Assim, será necessária uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para que qualquer projeto de alteração no conselho seja levado em frente.
TV digital: Brasil defende sistema único para a América do Sul
Do Tela Viva News
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, reforçou na quarta-feira, 17, a intenção de levar o sistema nipo-brasileiro de TV digital para os países da América do Sul. "Nós nos sentimos na obrigação de compartilhar com os países da América do Sul. Quero lançar um sistema Bolivariano de televisão digital", disse o ministro na Embaixada do Japão, em Brasília, onde ocorreu uma demonstração da tecnologia japonesa ISDB-T (Integrated Systems Digital Broadcasting Terrestrial), adaptada ao SBTVD (Sistema Brasileiro de Televisão Digital), a embaixadores de países da América do Sul.
Na embaixada, aparelhos das marcas Panasonic, Sony, Semp Toshiba, Sharp e Promotech 21 exibiram a programação digital de emissoras brasileiras em LCD, plasma, telefones celulares de última geração e computadores. O Embaixador do Japão no Brasil, Ken Shimanouchi, disse que o Brasil está investindo no setor de eletroeletrônicos e é o objetivo do Japão estar cooperando. "Temos grande expectativa que a América Latina se unifique com o ISDB-T", disse ele.
Recentemente, o Peru anunciou que vai adotar o ISDB-T e as negociações com a Argentina e o Chile estão bastante avançadas, segundo Hélio Costa. O ministro disse ainda que o objetivo do sistema nipo-brasileiro é atender à comunidade sul-americana e permitir que os países se entendam mutuamente. "Imagine o que podemos fazer nas fronteiras, porque o sistema é disparado o melhor do mundo", completou.
No início de julho, Hélio Costa reúne-se com o Ministro de Transportes e Comunicações do Peru, Enrique Cornejo, em Brasília para tratar de TV digital. O Peru, vale lembrar, já optou pelo padrão nipo-brasileiro. Recentemente, um comitiva de radiodifusores daquele país veio ao Brasil acompanhar o processo de transição para TV digital.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Sem lenço e sem diploma...
Por Elaine Tavares , do Jornal Brasil de Fato, 18/06/2009
Paulo Freire, o grande educador brasileiro que é praticamente desconhecido no Brasil, sempre foi enfático com relação à alfabetização. "Não basta saber ler, é preciso saber ler o mundo". Queria dizer com isso que aprender era coisa que ia muito além da compreensão sobre como se juntavam as letras. Era necessário estar capacitado também para uma leitura crítica do mundo. E como é que se consegue isso? Não basta unicamente estudar, ler, ter acesso a múltiplas fontes de informação, múltiplos pontos de vista. É preciso fundamentalmente saber de onde se é. E o que isso quer dizer? Que a pessoa precisa ter bem claro o lugar que ocupa no mundo, o que, no mundo capitalista, nos leva a uma compreensão da nossa posição de classe.
A votação sobre a não exigência do diploma para a profissão de jornalista, que aconteceu no STF brasileiro, diz bem desta questão. Ali estavam os senhores togados, representantes da classe dominante. São homens nomeados pelos presidentes de plantão para defender os interesses dos que mandam. Nada mais que isso. Vez ou outra acontece uma decisão com base na lei, mas sempre é coisa pequena, que não mexe nas estruturas, porque como bem diz o professor Nildo Ouriques, da UFSC, a democracia liberal é um regime sem lei. Neste modo de governo, as leis são mudadas ao bel prazer da minoria que tem o comando.
Vejamos os argumentos do ministro Gilmar Mendes para que a profissão prescinda de uma formação universitária: "Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área. O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até a saúde e à vida dos consumidores. Logo, um jornalista não precisa de formação para fazer bom jornalismo." Alguém entendeu?
Pois claro. Vamos supor que o que tivesse em questão fosse a necessidade de uma faculdade de Direito para que o juiz pudesse julgar a vida de outras pessoas. Poderíamos, qualquer um, argumentar o seguinte: "Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área. O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até à saúde e à vida dos consumidores. Logo um juiz não precisa de formação para ser um bom juiz. Basta que ele tenha um bom senso de justiça e estude muito. "Simples não?
Num país onde a maioria da população, desprovida do acesso à cultura e a educação, que se informa pela Globo, este simplório argumento representa uma vergonha. E nos causa profundo pesar ouvir isso de alguém que está acima de praticamente todos os habitantes da nação, o presidente do STF. É um argumento anti-intelectual, anti-cultural, anti-vida.
Minha mãe era uma grande cozinheira, mas sua comida divina nos era servida em casa, para a família. Não estava ela inserida no sistema de super-exploração capitalista, atuando numa empresa transnacional, na qual imperam os conceitos de competição, baixos salários e disputas intestinas. Não estava ela submetida a patrões, organogramas e metas de produtividade. Não estava também integrada num regime de divisão do trabalho aos moldes de garantir maiores lucros aos patrões. Logo, a decisão tomada nesta quarta-feira pelo STF foi uma decisão de classe. A defesa intransigente dos donos de jornais e empresários da comunicação que querem apenas gente minimamente capacitada para ler, não para ler o mundo. Porque o ser crítico, desejado por Paulo Freire, é um indivíduo perigoso demais. Ele reclama, ele reivindica, ele luta e ele ensina. A elite brasileira não quer isso para o seu povo. Há que mantê-lo sempre atado ao cabresto da ignorância, ao entretenimento, a mais-valia ideológica promovida pelos meios de comunicação de massa. Dá-lhe Big Brother, a Fazenda e outros quetais.
Voltando aos tempos do início do capitalismo
Quando a Idade Média terminou, foi-se chegando um jeito de organizar a vida que mais tarde viria a ser chamado de capitalismo. É o supra-sumo da liberdade, dizem os seus defensores. Nele, o trabalhador tem escolhas. Como era naqueles dias em que as fábricas passaram a dominar a vida. O povo empobrecido dos burgos tinha como escolher: ou se submetia a trabalhar vinte horas em condições insalubres e de quase escravidão, ou estava morto. Grande escolha.
Agora, no mundo capitalista da mídia selvagem e cortesã estamos no mesmo patamar. Os profissionais não precisam de formação específica, só vocação. Depois, uma vez dentro da empresa terão escolhas. Ou se submetem a salários mais baixos, condições precárias, opressão, assédio moral e tudo o que vem de lambuja no processo de super-exploração, ou não entram nesta profissão tão simples quanto fritar um bife.
Bueno, e não é por acaso que o futuro esteja praticamente na mão da empresas de mídia, visto que hoje em dia a produção de informação é o xodó do planeta. Logo, aquilo que é a coisa mais importante para um povo, o conhecimento das coisas da vida, ficará entregue a sanha do capital. Aos trabalhadores restará a opção democrática: aceitar ou cair fora. Não precisa ser vidente para prever o futuro: profissionais capacitados serão substituídos por quem aceitar submeter-se a salários menores. Será o "lindo" mundo habermasiano do consenso. A livre negociação entre empresários e trabalhadores. O tubarão dialogando com a sardinha.
Alternativas
Quem acompanha a vida cotidiana dos jornalistas nos locais de trabalho sabe que as coisas vão piorar muito. Até agora ainda havia um mínimo de regulação, uma pequena fatia de direitos com a qual o sindicato podia mover-se. Era possível fazer a luta através da Justiça ou da delegacia do trabalho. Havia um amparo mínimo. Agora não há mais. Os trabalhadores estão entregues a sua sorte, porque até que se crie uma nova lei com algum tipo de regulamentação a vida seguirá seu curso inexorável.
Mas, como dizem os cubanos - acostumados a bloqueios e vicissitudes - às vezes o horror pode servir para o passo adiante. Nos últimos tempos estávamos entregues a um trabalho sindical burocratizado, limitado às ações na Justiça. Havia uma apatia dos trabalhadores frente às lutas, uma espécie de "deixa que o sindicato resolva". E os sindicatos, esvaziados de vida, iam arrastando-se, ganhando uma coisinha aqui e outra ali, amansando o monstro.
Agora estamos no chão. Os empresários ganharam esta batalha. Desregulamentados totalmente, estamos entregues aos desejos dos patrões. Sem medidas compensatórias via Justiça só cabe uma ação: a luta mesma, renhida e dura. Voltarmos aos tempos em que os trabalhadores se reuniam nos sindicatos para conspirar e organizar batalhas contra o capital. Então, é chegada a hora. De volta às ruas, de volta à organização, de volta a vida! Foi só uma batalha...Outras virão.
Por isso, agora, estamos num momento de viragem. Ou inventamos ou morremos, como dizia Simón Rodrigues. Para novas liras, novas canções. Nada de soluções atrasadas como a do Conselho Federal de Jornalismo que só engessa e institucionaliza a luta. Nada temos a perder, apenas nossos corpos nus, como dizia Marcos Faermann. Só os trabalhadores unidos e organizados podem mudar o seu destino. Por isso, vamos à luta. Refazer os mapas, reorientar rumos, mas organizados no sindicato.
Os patrões talvez não tenham se dado conta, mas ao nos tirarem tudo podem estar criando "cuervos". Nada mais perigoso que um homem sem esperança!
Desabafos: Da importância dos mestres
Desde manhã, meu dia estava pelo avesso, como se o resultado já estivesse no ar: 8 a 1 pelo fim do diploma de jornalismo. Mais tarde, veio a lembrança dos meus mestres, alguns cultivados em segredo, mas nunca à distância. Com apenas um ano e meio de jornalismo (quer dizer, começamos a contar desde o fim da graduação ou desde o início da prática?), se eu dissesse que venho esbarrando com pessoas carentes de mestres ao longo da carreira, ninguém me levaria a sério. Nem eu. Então, como estou mais pra lá do que pra cá, prefiro começar um depoimento em favor da importância de minha passagem pela faculdade. Alguns dos mestres estavam lá, e foram eles essenciais no forjar da minha formação.
Já se eu dissesse que aqueles carentes encontrados pelo caminho foram justamente os que não passaram pela faculdade de jornalismo, estaria mentindo. Obviamente, quatro anos não serão os únicos determinantes do caráter de ninguém. Mas, por outro lado, ninguém pode dizer que uma faculdade não despertará indivíduos para valores essenciais à profissão e, obviamente, à vida. Tampouco, pode-se dizer que quatro anos dedicados ao estudo específico de pilares e técnicas que envolvem uma profissão não fazem diferença. Pois foi dito, votado e aceito pelo Supremo Tribunal Federal no dia 17 de junho de 2009.
Assim, os atores que apoiaram a decisão do Supremo lançaram o argumento da desvinculação de duas questões do curso de jornalismo: ética e técnica. Como exposto, a ética não é determinada pela faculdade, mas o encontro com mestres pode ser um farol que orienta o profissional por anos a fio (especialmente em relação a premissas caras à profissão, como a verdade e a originalidade). Um dos argumentos utilizados em defesa da extinção do diploma foi a multidisciplinaridade da profissão. Certamente, toda formação extra dentro do jornalismo é bem-vinda. Porém, ela serve para um melhor diálogo com especialistas da área de formação, e não com a sociedade. Foi na faculdade de jornalismo que apreendi a importância de comunicar com clareza a pessoas diversas, atingidas por um mesmo veículo de comunicação.
Também foi o estudo do jornalismo que me colocou em cheque com pessoas que disseram, de forma alentadora, que a matéria-prima do jornalismo é a realidade – feita não apenas dos furos, mas, essencialmente, do cotidiano entrelaçamento de histórias individuais. Assim, uma das vantagens de ser jornalista primeiramente especializado em jornalismo é estar imbuído dessa visão de mundo, na qual a banalidade, não mais enxergada por algumas áreas da ciência, está pronta a ser ressignificada em fato singular e revelador (seja dito que os artistas também costumam padecer dessa postura).
Equivocada também foi a defesa de que, para isso, não é necessária técnica. Quem nunca ouviu falar, que jogue no Google o básico: pirâmide invertida. Achar que uma pessoa que escreve pode consequentemente escrever uma matéria é o mesmo que achar que uma modelo que decora textos pode consequentemente ser atriz. Quisera eu sentar-me ao piano e tocar uma peça de Bach, com minha grande vontade e mínima técnica diante das teclas do instrumento.
Lembro-me do meu trabalho de conclusão de curso. Em vez de fazer uma grande reportagem, o que teria sido mais divertido, desenvolvi uma monografia com o invocado título Discurso Jornalístico e Transformação Social – o jornalista como educador da sociedade. Folheando o trabalho, percebi a enorme distância entre o que foi escrito e a decisão do STF. Na monografia, estão compilados diversos estudos que defendem uma inevitável comunicação entre as esferas da forma e do conteúdo. Estudiosos do discurso defendem, com uma visão diferenciada da forma, que a linguagem não apenas reflete a realidade, como é capaz de produzi-la. O discurso seria, portanto, não apenas uma prática de representação do mundo, mas de sua significação. Diante da importância da linguagem, a ferramenta de trabalho do jornalista, é inquietante pensar como alguém pode desandar a escrever uma matéria sem o conhecimento das regras básicas vigentes na profissão.
Uma coisa é manter nas redações profissionais que lá estão há anos, mesmo sem diploma. Outra é dar brecha à confusão em torno da profissionalização do jornalista em jovens e na sociedade em geral, já confusa com a “glamourização” que invade a carreira, entre outras. Eu, que também sou atriz, já fui indagada se não gostaria de exercer jornalismo na televisão. Respondi que tinha dúvidas, pois minha experiência se concentrava no impresso, que fazia com muito gosto. De volta, fui questionada: mas você não é artista?
Por fim, em um momento em que o Ministério da Educação acaba de fazer uma consulta pública para rever as diretrizes curriculares do curso de jornalismo; e que as cadeiras de Educação das universidades discursam sobre “Educação para a Mídia”, tamanha a relevância da informação na atualidade, não faz sentido desmotivar a educação de um dos principais atores da mídia.
Buenos Aires: Abertas inscrições para o mestrado em Jornalismo e meios de comunicação
Se extendió hasta el 26 de junio la inscripción a la Maestría en Periodismo y Medios de Comunicación, con orientación en Periodismo Político, organizada por la Facultad de Periodismo y Comunicación Social de la Universidad de La Plata (UNLP) y la Unión de Trabajadores de Prensa de Buenos Aires (UTPBA).
La Maestría tiene una extensión de dos años, requiere la aprobación de doce materias, dos seminarios optativos y el desarrollo de una tesis final, y está dirigida a periodistas en actividad – con o sin título de grado, pero que acrediten trayectoria profesional – y a egresados de carreras afines en Ciencias Sociales.
El contenido de sus materias está orientado a conocer los factores que inciden sobre el proceso de producción de información, actualizar conocimientos en el terreno profesional -con especial énfasis en el estudio de las prácticas periodísticas en sus diferentes soportes, estimular el análisis de los procesos políticos locales e internacionales, como así también indagar acerca de las nuevas tendencias periodísticas.
Las clases se dictan cada catorce días, en las sedes de la UNLP, Diagonal 113 y 63, La Plata, y de la UTPBA, en Avenida de Mayo 1209, ciudad Autónoma de Buenos Aires, e integran el plantel docente: Alcira Argumedo, Claudia Acuña, Lila Luchessi, Alfredo Alfonso, Diego de Charas, Kuky Coria, Eduardo Blaustein, Martín Malharro, Oscar Muiño, Alfredo Torre, entre otros prestigiosos docentes.
Para mayor información, los interesados pueden llamar al (011) 5218-2840/45, ingresar aqui ; o escribir a maestria.periodismo@gmail.com