A pedido da deputada Luisa Erundina (Psol-SP, Câmara dos Deputados vai debater a segurança dos jornalistas nas eleições de 2022. |
Por Márcia Turcato, de Brasília
A segurança dos jornalistas e a liberdade de imprensa durante o
processo eleitoral de 2022 será tema de audiência pública na Comissão de
Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos
Deputados. A proposta da deputada Luíza Erundina (Psol/SP) e do deputado
Gustavo Fruet (PDT/PR) foi aprovada nesta terça-feira (01/06).
Para justificar o pedido de audiência, os autores do requerimento
apresentaram dados de agressão a jornalistas e a veículos de imprensa da
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), da Associação Nacional de
Jornalistas Investigativos (Abraji) e da associação internacional Repórteres
sem Fronteiras.
Requerimento de Luisa Erundina é aprovado pela Comissão de Comunicação e Informática da Câmara Federal. Foto Márcia Trucato |
A Abraji, que realizou pesquisa semelhante em 2021, registrou 453
ataques contra comunicadores e meios de comunicação. Em 69% dos casos, a
agressão foi provocada por agentes públicos, como ministros e o próprio
presidente da República. Já o levantamento da associação Repórteres Sem
Fronteiras, em parceria com o Instituto Tecnologia e Sociedade do Rio de
Janeiro, registrou, somente entre março e junho de 2021, meio milhão de tweets
contendo hashtags com ataques à imprensa nesta rede social.
Serão convidados para participar da audiência pública, que deve ocorrer ainda em junho, representantes da Fenaj, da Abraji, do Repórteres sem Fronteira, do Tribunal Superior Eleitoral, do Ministério Público Federal, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos e do Twitter Brasil.
Artistas, cineastas e produtores culturais se fizeram presente à Comissão de Cultura para sensibilizar os parlamentares. Foto de Márcia Turcato. |
Logo após a reunião da CCTCI, foi a vez do setor cultural ter voz
na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados. Em audiência pública conduzida
pela deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ), artistas, cineastas, diretores,
poetas e produtores discutiram a derrubada dos vetos do presidente da República
às leis Aldir Blanc 2 e Paulo Gustavo. A apreciação dos vetos pela Câmara e
Senado deve ocorrer na próxima semana. Segundo a deputada Jandira Feghali, os
dois vetos devem ser derrubados porque o entendimento da maioria é que o setor
cultural necessita de auxílio financeiro e que existe recurso para isto.
A lei Aldir Balnc 2 amplia o número de beneficiados pelo auxílio
federal frente aos prejuízos impostos pela pandemia de covid-19, fixando um
repasse de três bilhões de Reais para o setor cultural em todas as Unidades da
Federação durante cinco anos. A segunda lei destina 3,86 bilhões de Reais a
estados e municípios, sendo que 1,06 bilhão de Reais são para ações
emergenciais.
A produtora cultural Rita Andrade, de Brasília, integrante do Conselho Nacional de Cultura, participou da reunião e destacou que a cultura é o mais democrático dos setores produtivos porque todos têm acesso a acesso a ela, sendo quando assistem um filme na TV ou cinema, quando compram um livro ou vão a um show, por exemplo.
Participaram da audiência pública, entre outros, Fabrício Noronha,
presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura;
Ana Castro, presidente do Fórum Nacional de Gestores de Cultura; Eduardo
Barata, da Associação de Produtores de Teatro; Bianca de Felippes, da Gávea
Filmes; Fred Maia, da Mídia Ninja; Célio Turino, criador dos Pontos de Cultura;
e as atrizes Julia Lemmertz e Rose Campos.
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