domingo, 11 de junho de 2017

A repercussão do "Ocupa Brasília" na mídia internacional

Portal do New York Times trouxe como manchete
“Presidente do Brasil convoca as tropas federais para reprimir protestos”


Na cobertura dos órgãos internacionais de imprensa sobre o “Ocupa Brasília”, no dia 24 de maio, destacam-se, por um lado, a violenta repressão e, particularmente, o decreto autorizando a utilização das Forças Armadas, que, como muitos jornais destacaram, não foi suficiente para conter as manifestações.
Por outro lado, e de forma mais significativa, praticamente jornais do mundo inteiro enfatizaram a crescente debilidade do governo Temer, os rachas em sua base aliada e a concreta possibilidade de que ele renuncie ou seja deposto através de um processo de impeachment ou como resultado dos processos que estão em curso na justiça eleitoral.
Em especial, chamam à atenção as análises feitas nos jornais e sites que enfatizam os aspectos econômicos. Nestes (vide particularmente os exemplos das agências Reuters e Bloomberg, abaixo), refletindo as preocupações do mercado e investidores estrangeiros, há comentários abertamente favoráveis ao afastamento de Temer, considerada a única de se conter a crescente instabilidade no país e, inclusive, de se garantir a aprovação das reformas exigidas pelos representantes do capital mundo afora.
A manchete da agência Britânica, que distribui notícias para todo o mundo,
foi sob a manchete “Temer, do Brasil, utiliza exército quando
manifestantes entram em batalha contra a polícia”. 
Reuters: Uma das principais agências de mídia do mundo noticiou a ocupação de Brasília sob a manchete “Temer, do Brasil, utiliza exército quando manifestantes entram em batalha contra a polícia”. E vale a pena reproduzir várias partes do artigo já que ele serviu como base para matérias publicadas em jornais do mundo inteiro.
Segundo a agência “manifestantes que exigem a renúncia do presidente brasileiro Michel Temer encenaram batalhas sem tréguas contra a polícia e atearam fogo em um prédio ministerial em Brasília na quarta-feira, levando o líder atingido por escândalos a mandar o exército para as ruas”.
Ainda segundo o texto, “a polícia disparou saraivadas de gás lacrimogêneo, granadas de atordoamento [de efeito moral] e balas de borracha para deter dezenas de milhares de manifestantes enquanto eles marchavam em direção ao Congresso para pedir a derrubada de Temer e o fim de seu programa de austeridade”.
Destacando que estes foram os protestos antigovernamentais mais violentos desde 2013, a Reuters afirma que a manifestação “forneceu mais combustível para a crise” detonada pelos escândalos de corrupção “que aumentaram as chances de que o Brasil assista à segunda queda de um presidente em menos de um ano”.
Como exemplo da crise política, a agência destacou que, enquanto os cordões policiais tentavam conter os manifestantes “o mais importante aliado de Temer, o PSDB, se encontrava para discutir se continua a apoiar o presidente e se preparar para uma transição pós-Temer”.
Mencionando que 49 pessoas foram feridas, o artigo relata que “Temer aprovou um decreto permitindo que as tropas auxiliassem a polícia a restaurar a ordem em Brasília (…) dando aos soldados poderes policiais e o direito de fazer prisões nas ruas”. Uma decisão que foi tomada pelo gabinete de Temer “depois de que a polícia foi subjugada”.
De forma bastante significativa, a Reuters utilizou como um dos subtítulos da matéria (ou seja, com destaque) a frase “Temer não está mais governando”, atribuída à analista política Sonia Fleury, da Fundação Getúlio Vargas, que também defendeu que a crise é profunda e que “mais protestos violentos podem ser esperados em um país onde o descrédito com os poderes políticos estabelecidos é generalizado”.
A Reuters também destaca que as acusações de corrupção “atingiram fortemente os mercados financeiros em função das dúvidas sobre se o Congresso irá aprovar as medidas de austeridade destinadas a tirar o país da pior recessão de sua história” e lembra que Temer pode ser destituído do cargo pelo Tribunal Eleitoral, no dia 6 de junho, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) irá julgar ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.
E prossegue: “Os partidos dos principais aliados de Temer estão divididos entre abandonar sua coalizão imediatamente ou, primeiro, chegar a um acordo em torno de uma figura de consenso para substituí-lo e salvar seu projeto de reformas. As medidas favoráveis ao mercado são consideradas vitais para restaurar a credibilidade das empresas e o investimento necessário para acabar com uma recessão de dois anos”.
Por fim, lembrando que “não há nenhum candidato claro para substituir o presidente sob ataque”, o artigo destaca que, fora do prédio do congresso, contudo, “a mensagem cantada pelos manifestantes era bem clara: “Fora Temer! Eleições gerais, já!”.
Bloomberg: A empresa sediada em Nova York é um dos principais provedores mundiais de conteúdo para o mercado financeiro, com terminais de informações presentes em quase 100% dos bancos, fundos de investimentos, corretoras e seguradoras no mundo, o que faz dela uma das principais porta-vozes dos interesses do grande Capital e dos investidores estrangeiros.
Sob a manchete “Prédio ministerial brasileiro é incendiado quando protestos se tornam violentos” e o subtítulo “Protestos violentos contra Temer sacodem o mercado”, o site da investidora apresenta um vídeo com uma entrevista com Hernan Yellati, Diretor do Departamento de Estudos Estratégicos da Barclays Investiments (um banco multinacional e empresa financeira, sediado na Inglaterra). E a primeira pergunta que lhe é feita é bastante significativa e dá o tom para a entrevista: “Qual é a probabilidade de que Temer renuncie ou que seja obrigado a renunciar?” (pergunta que permanece no ar, como legenda, durante quase todos os seis minutos da entrevista).
A resposta: “Eu acredito que a pressão continuará a aumentar, como nós vimos na semana passada (…). Nós achamos que isto é um cenário ruim para a economia; é um cenário ruim para as reformas” que, obviamente, são defendidas pelo representante da Barclays.
Na sequência, uma das entrevistadoras, em tom bastante irônico, comenta que, mesmo que a Suprema Corte prove a culpa de Temer nos escândalos de corrupção, não é muito provável que Temer sofra um impeachment, em função, nas palavras dela, “das, digamos, características próprias do Congresso brasileiro”, o que leva Yelatti a afirmar: “Eu acho que o impeachment é o cenário menos provável (…). Eu acho que ou a Suprema Corte toma uma decisão contra o presidente ou haverá uma renúncia e, neste caso, haverá eleições indiretas, feitas no Congresso, e o principal evento será em outubro de 2018, quando o Brasil terá eleições gerais”.
Comentando que isto parece um tempo muito longo para que se chegue a uma decisão, as apresentadoras apresentam gráficos destacando a entrada e saída de capitais do país, que, na análise do investidor, mostram que a “questão chave, no momento, é a volatilidade [instabilidade]” e que o mercado continuará instável enquanto se espera pela renúncia ou por uma decisão da Suprema Corte, concluindo com uma afirmação contundente: “Obviamente, uma renúncia seria um acontecimento positivo e todo mundo está vendo isto como o cenário mais provável”, mas se isto significar um atraso ainda maior na agenda das reformas, isto levará a mais efeitos negativos pela frente.
No restante da entrevista, comentando dados sobre a desvalorização do Real e outros aspectos econômicos, o representante da Barclays defende a Reforma da Previdência como um dos aspectos fundamentais para dar segurança aos investidores estrangeiros.
New York Times: um dos principais jornais dos Estados Unidos trouxe como manchete “Presidente do Brasil convoca as tropas federais para reprimir protestos”, comentando que a decisão foi tomada depois do presidente ter sido “sitiado por protestos” pedindo por sua saída.
Citando fontes oficiais, o jornal noticiou que a manifestação contou com a participação de 35 mil pessoas motivadas principalmente pela divulgação das gravações da JBS que fizeram com que houvesse “acentuada queda no mercado financeiro brasileiro” e detonaram “uma investigação de Temer e apelos generalizados para que ele renuncie”.
Mencionando a evacuação dos prédios ministeriais e a suspensão das sessões no Congresso, o jornal fala sobre os violentos confrontos com a polícia e destaca que manifestantes foram feridos pelas bombas de gás ou balas de borracha (também nas manifestações que ocorreram no Rio de Janeiro).
Além disso, o NY Times destaca a impopularidade das reformas apresentadas por Temer, a realização da greve geral em abril e o fato de que o presidente está numa ofensiva contra os delatores da JBS, acusando-os de terem adulterado e manipulado as gravações.
Citando o professor de Ciências Políticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Jairo Nicolau, o jornal destaca que protestos como os do dia 24 de maio podem se agravar: “Eu vejo estas manifestações como uma radicalização que irá se tornar ainda mais séria. Há uma enorme insatisfação”.
O também britânico, The Guardian, ressalta que
“Michel Temer está se recusando a renunciar, enquanto
 os protestos contra a sua permanência  no governo
 estão levando a confrontos físicos com as forças policiais."
The Guardian: Um dos principais jornais da Grã-Bretanha reproduziu o conteúdo distribuído pela agência internacional de notícias Associated Press. No artigo, intitulado “Presidente do Brasil luta para se manter no poder na medida em que a crise política se aprofunda”, é destacado que “Michel Temer está se recusando a renunciar” enquanto os protestos contra a sua permanência no governo estão levando a confrontos físicos com as forças policiais.
Lembrando que “mesmo antes dos escândalos virem à tona, a popularidade de Temer já estava em baixa, em parte em função da oposição às reformas econômicas”, o jornal destaca que vários de seus assessores foram pegos pelas investigações que já levaram lideranças empresariais e políticos de destaque para a cadeia.
O jornal também destaca que somente um dos cinco assessores especiais de Temer continua no cargo depois que Sandro Mabel (do PMDB de Goiás), igualmente envolvido em denúncias de corrupção, pediu exoneração, na véspera do protesto, alegando motivos familiares
Referindo-se aos protestos em Brasília como um “esforço pra barrar as reformas”, onde os manifestantes “gritavam ‘Fora Temer!’ e carregavam cartazes exigindo eleições presidenciais diretas imediatamente”, o artigo também descreve a repressão: “Policiais com equipamentos antimotim, alguns a pé, com escudos, e outro a cavalo, se alinharam próximos ao congresso. Nas imagens da TV, a polícia pode ser vista jogando gás lacrimogêneo e de pimenta contra os manifestantes e detendo outros que tentavam romper o cordão”.
Em um editorial (ou seja, num texto que expressa a opinião do jornal), publicado no dia anterior e intitulado “O ponto de vista do The Guardian sobre a corrupção no Brasil: o povo merece se expressar”, o jornal defende que, diante do crescente escândalo, “uma solução política rápida não resolverá os problemas” e faz uma análise da Operação Lava-jato e da atual situação de Temer.
Em um dos trechos, o jornal afirma que “Temer nega ter feito qualquer coisa de errado, insistindo que as gravações foram adulteradas e dizendo que renunciar seria uma admissão de culpa”, mas que, na verdade, outras “considerações estão, sem dúvida, pesando sobre sua cabeça – particularmente o fato de que ele iria perder as proteções legais”, que tem como presidente.
Depois de se referir a vários aspectos da Operação, desde a saída de Dilma, e afirmar que “a política brasileira tem sido inteiramente desacreditada”, o jornal traz a seguinte conclusão, referindo-se à capacidade de resolução da crise, seja através do Congresso Nacional ou do judiciário: “Muitos legisladores (parlamentares) têm segredos próprios para esconder e alguns já se queixam de que a investigação tem sido ruim para a reputação e a economia do Brasil”, o que tem feito que alguns busquem uma saída através da tentativa de “de persuadir o presidente a renunciar”.
E continua: “Mas o problema é o escândalo, não o inquérito, e será muito pior para o Brasil se ele for abafado. Os legisladores (parlamentares) também não deveriam escolher o substituto de Temer, pois foram eles que o escolheram e as pesquisas mostram uma demanda esmagadora por eleições. Um público já desencantado pode, de outra forma, afundar-se na apatia ou, a longo prazo, recorrer a uma figura autoritária de extrema-direita como Jair Bolsonaro, que joga o cartão da anti-política. Os políticos brasileiros jogaram o país nesta bagunça. Agora, deveriam deixar que os 143 milhões de eleitores tivessem uma palavra a dizer sobre como sair dela”.
ABC News: A agência que distribui conteúdo para jornais e emissoras de televisão nos Estados Unidos noticiou que “Tropas são chamadas na capital do Brasil. Presidente sob pressão”, relatando que o decreto autorizando colocar soldados nas ruas foi cancelado na quinta-feira, depois de críticas à decisão considerada “excessiva e meramente como um esforço para [o presidente] manter-se no poder enquanto há uma crescente exigência para que ele renuncie”.
O artigo, que fala em 45 mil pessoas nos protestos de quarta, refere-se ao incêndio em dois ministérios, à evacuação dos prédios federais, aos 49 feridos, “incluindo um a bala” e afirmando que “a popularidade de Temer está em queda livre desde que ele assumiu o poder”, em uma situação em que “alguns brasileiros consideram sua presidência ilegítima, devido à forma em que ele chegou ao poder e seus esforços para passar uma série de reformas econômicas para limitar o orçamento, afrouxar leis trabalhistas e reduzir os benefícios previdenciários fizeram dele uma figura ainda mais impopular”, para além das denúncias de corrupção envolvendo vários de seus assessores.
Destacando que “muitos brasileiros querem que o presidente saia de um jeito ou de outro e estão exigindo que ele renuncie ou sofra um impeachment”, o artigo relata os vários pedidos, neste sentido, encaminhados para o congresso, particularmente o feito pela Organização dos Advogados do Brasil (OAB).
No final, a ABC News ressalta que “alguns observadores estão preocupados com o fato de que, se Temer conseguir continuar na presidência, a crise política irá levar o governo brasileiro à paralisia exatamente no momento em que a o país tenta sair de uma profunda recessão”.
EFE: A principal distribuidora de serviços de informação para os países de língua espanhola traz um vídeo mostrando a “destruição” de um dos prédios ministeriais de Brasília sob a manchete “Violência explode durante protestos em Brasília e no Rio de Janeiro”, destacando que, na capital, a polícia “usou gás lacrimogêneo para conter dezenas de milhares de manifestantes que marcharam, na quarta-feira, para exigir a renúncia do sitiado presidente do Brasil”.
Abordando vários aspectos da Operação Lava-Jato, das delações da JBS e do esquema de propinas que envolve Temer e seus dois predecessores imediatos, Lula e Dilma, a agência afirma que a possibilidade de “permanência de Temer no poder parece ser bastante frágil dado que ele perdeu o apoio de um poderoso parlamentar de seu próprio partido, o PMDB”, referindo-se ao senador Renan Calheiros que, segundo o artigo, teria declarado para uma estação de rádio, na quinta, que Temer deveria renunciar.
A emissora de rádio e televisão da Grã-Bretanha, BBC News,
 
destacou as fortes críticas feitas em relação à medida.
BBC News: A emissora de rádio e televisão da Grã-Bretanha trouxe como manchete “Temer revoga decreto de envio de tropas para Brasília”, destacando as fortes críticas feitas em relação à medida.
Le Monde: um dos mais importantes jornais da França noticiou: “Brasil: exército é utilizado contra manifestações em oposição ao presidente Michel Temer”. Apesar de, erroneamente, afirmar que a manifestação foi convocada por vários sindicados e pelo PT, o artigo destaca o ato pelo “Fora Temer” reuniu cerca de 35 mil pessoas (ou 100 mil, segundo os organizadores) “que semearam o caos em Brasília” e cita o analista político da Consultoria Hold, André César, comentando o decreto que autorizava o envio do Exército: “é uma medida extrema que demonstra que o governo perdeu o controle”.
De linha editorial conservadora, o francês Le Figaro destaca
 que no “Brasil: as ruas querem a saída do presidente

O jornal ainda lembra que, colocado “no centro de graves acusações de corrupção, o presidente tenta se agarrar ao poder, tentando evitar a deserção de seus aliados políticos. Mas as negociações foram interrompidas por causa do caos em todo o Congresso, onde os parlamentares podiam ouvir as explosões de granadas de efeito moral na frente do prédio do Legislativo.”
Afirmando que as “exigências para que o chefe de estado se demita estão se multiplicando” e o que o presidente rejeita firmemente esta opção o artigo lembra que, no entanto, a continuidade de Temer no poder está “ameaçada em função de uma possível ruptura na sua coalizão”, além dos processos que correm no Supremo e dos vários pedidos de impeachment.
O artigo também destaca a crise está atrasando a implementação das reformas e tem produzido estragos na economia, dando como exemplos a queda das ações na Bolsa de Valores e a desvalorização do Real.
Le Figaro: Reproduzindo material distribuído pela Agence France-Presse (AFP), a principal agência de notícias em língua francesa, o jornal traz a manchete “Brasil: as ruas querem a saída do presidente”, destacando que a exigência para que Temer renuncie tem ganhado força diante das graves acusações de corrupção e a rejeição às propostas de reformas apresentadas pelo governo.
O espanhol El Pais trouxe uma sequência de fotos do confronto com a
 polícia e destaca que “o presidente brasileiro foi acusado de obstrução da justiça
El País: Sob a manchete “Uma manifestação multitudinária exige, em Brasília, o fim do governo Temer” o site do jornal espanhol destacou que “o presidente brasileiro foi acusado de obstrução da justiça e o Supremo está considerando condená-lo por corrupção”. Além disso, apresentando uma sequência de fotos do confronto com a polícia, o El País afirma que os protestos chegaram a paralisar a sessão da Câmara dos Deputados e que a decisão de colocar o Exército nas ruas causou críticas, dentro e fora do governo, sintetizando o dia 24 de maio em uma frase: “A tensão devido à crise política no Brasil balançou o coração político do país, convertido em campo de batalha”.
Em uma outra matéria publicada no final da noite juntamente com um vídeo sob o título “Os protestos contra o presidente Temer paralisam o governo do Brasil” , o jornal sintetiza o clima em Brasília: “Convocadas por sindicatos, movimentos sociais, dezenas de milhares de pessoas tomaram Brasília no início da tarde de quarta para protestar contra as reformas liberais do governo e exigir a renúncia do presidente Temer, que está sob suspeita de graves delitos de corrupção. Foi um dos maiores protestos dos últimos anos na capital do país, na imensa Esplanada dos Ministérios. Tudo acabou em uma paisagem quase bélica, com colunas de fumaça preta, pedras e balas de borracha voando em meio ao som de detonações de fuzis.”
O periódico argentino registrou na véspera das manifestações que
 “Debilitado, Michel Temer não consegue com que o Senado vote leis-chaves”.
El Clarin: O jornal argentino destacou “Michel Temer envia as Forças Armadas para conter a violência em Brasília”, noticiando que a multidão com cerca de 35 mil pessoas saiu de forma ordeira do estádio Mané Garrincha, mas foi detida por uma barreira, quando “a polícia começou a jogar gases lacrimogêneos” e também a disparar balas de borracha que ferindo vários manifestantes.
No dia anterior, em uma matéria intitulada “Debilitado, Michel Temer não consegue com que o Senado vote leis-chaves”, o jornal argentino destacou: “A continuidade do presidente brasileiro, Michel Temer, com uma sobrevivência mais prolongada do que se imaginava no início, tem seus reflexos não só na economia como também na vida parlamentar”, destacando como a tentativa de votar aspectos das reformas Trabalhista e Previdenciária, em comissões do Senado, acabaram em pancadaria.

O jornal cita um senador, sem identificá-lo, que teria afirmado que “este é o retrato de um governo que não pode se sustentar mais e precisa que se façam sessões e que se vote a toda a  velocidade, sem nenhum debate” para concluir que “o certo é que Temer nem sequer contar, no Senado, com todos os parlamentares de seu partido”, dando como exemplo Renan Calheiros (o líder do PMDB) que teria declarado: “É incrível que um governo com este nível de rejeição queira fazer uma reforma fundamental de forma unilateral. Isso não vai ocorrer. Não pode acontecer”.

*Graduado em História e Mestre em Ciências da Comunicação/Cinema  é professor universitário de História da Arte e Metodologia do Ensino de História.

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