quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Opinião: A profissão de modelo no Brasil, seu significado, suas interpretações e mitos

Por Breno Ruins*

Em períodos de crise econômica e política sem precedentes que o país atravessa, nunca se viu uma discussão tão profunda sobre temas relevantes como a corrupção, fraudes, a atuação e atrito dos três poderes (judiciário, legislativo e executivo). Toda essa incerteza e insegurança bloqueiam o fomento de investimentos estrangeiro e nacional na iniciativa privada e consequentemente na economia brasileira. O país restringe a capacidade de gerar postos de trabalho, uma ação primordial para diminuir a desigualdade social e fazer a nação prosperar.

A projeção do PIB (Produto Interno Bruto) é de apenas 1,5% ao ano, segundo balanço de instituições. Este cenário gera caos e desordem. Estudos indicam que são mais de 12 milhões de desempregados e entidades alertam que a recessão bate a porta dos brasileiros, a engrenagem da economia não se movimenta, não havendo consumo, diminui a produção, sem produção se reduz a mão-de-obra e assim todos os setores que regem a economia são prejudicados diretamente.

Nesse período de final de ano, a discussão da sociedade economicamente ativa não é mais o que comprar no natal, ou para onde viajar. Mas sim em poupar recursos financeiros, para quitar dividas contraídas nesse período de desemprego e recessão.
Moda e produção
O setor da moda, que atuo é afetado nessa realidade lamentável. Trata-se de um ciclo. Se não se vende produtos e serviços como: calças, camisas, cosméticos, viagens não há necessidade de peças publicitárias, propagandas, marketing e ações do gênero, o que inviabiliza possíveis trabalhos em eventos, desfiles e campanhas publicitárias, tornando o setor cada vez mais escarço para atuar profissionalmente.

Pretendo nesse artigo revelar parte desse setor, o meio que atuo que abrange a moda, o mercado publicitário, seu conceito, suas expectativas e frustrações. Como ele seduz e pode ser cruel para aqueles que não conseguem interagir. Alerto como a profissão de modelo encontra-se cada vez mais frágil. Para onde o setor caminha e quais as perspectivas, oportunidades e desafios.

Pretendo sensibilizar os empresários do setor, que retém os meios de produção, para que notem as barreiras da carreira, que pode ser consolidada ou não de acordo com o perfil do interessado e as demandas que o mercado oferece para aqueles que como eu, preiteiam se atualizar e se adequar constantemente as estas exigências. Um sistema tripartite de cooperação mutua entre empresário, agência e modelo. Para se desenvolver um bom trabalho é preciso estar preparado, se atualizar, e isso gera custo, é preciso investir, mas os cachês, infelizmente não correspondem as expectativas na maioria das vezes, estão congelados, não possuem aumento algum, nem se quer o reajuste da inflação do período.
Conceito 

Um modelo (do francês médio modelle) é uma pessoa com papel social para promover, exibir ou advertir produtos comerciais (notadamente roupas de moda), servir como ajuda visual para criadores de campanhas publicitárias, desfiles e eventos, ou posar para fotografia. O objetivo não é a pessoa em si ou sua personalidade, mas sim outra personagem mais ou menos definida (pelo diretor de cena, que pode ser o fotógrafo, ou pintor, ou escultor ou o desenhista de uma determinada campanha, evento ou desfile, ou todos estes em conjunto), para o qual o modelo normalmente representa emprestando sua aparência física.


Mercado
Para se tornar um modelo, alguns pré-requisitos indispensáveis são exigidos por a maioria das agências no mercado. Contudo, as exigências dependerão de cada segmento (moda, publicidade ou arte), visto que modelos artísticos ou de provas tendem a ter um perfil mais específico ou exigente. No quesito altura, um(a) modelo precisa ter pelo menos 1,70 m, sendo, contudo, a altura ideal entre 1,74 e 1,79 m.

No mundo contemporâneo é preciso improvisar, ser polivalente, ou seja, realizar uma fusão de determinadas aptidões, físicas e intelectuais para exercer com excelência a profissão. Em determinados segmentos que se apropriam de sua imagem para usar como exemplo em uma ação publicitária. Muitos modelos que estão no mercado conciliam atuar na passarela, eventos, fazer teatro, estudar idiomas, desfile e concursos de beleza, cujo foco principal é utilizar sua imagem para um determinado produto ou serviço.

Minha experiência
Muitos alienados percebem a profissão como um seguimento que expressa glamour, fama e sucesso, e consequentemente a possibilidade de aquisição de bons rendimentos financeiros. Isso existe sim, mas a meu ver para uma parcela pífia, que representa cerca de 1% dos profissionais do setor.

Não é fácil ser modelo, existe assédio nas propostas para participar das campanhas, é preciso ter bom-senso, flexibilidade para se sobressair em situações adversas, onde podem surgir propostas indecentes e levianas, tendo em vista que você coloca a venda a sua ‘beleza’, sua imagem.

Apesar de minha pouca idade tenho muito a dizer e agregar para aqueles que pretendem iniciar carreira nesse meio. Posso dissertar amplamente sobre o tema, mais em uma sinopse resumo os seguintes tópicos de minha vasta experiência como modelo para interagir e refletir: 

·         Distinguir e ter consciência das possibilidades que se pode exercer como modelo, tendo clareza dos requisitos básicos para seguimentos de: desfile, evento, teatro, peça publicitária, campanha e afins;
·         Abrir mão de parte de sua vida pessoal, pois não existe um horário, local, ou momento periódico. Você precisa estar em qualquer lugar, em qualquer situação sem férias regulares;
·         Ser flexível e desprovido de preconceito. Ter consciência de que você é um profissional, e esta propenso para qualquer campanha como: cerveja, cigarro, times de futebol etc;
·         Saber que existe um prazo de validade, você só fica no mercado enquanto for comercialmente favorável, depois de uma determinada idade o auge acaba;
·         Se adaptar, hoje você faz uma campanha de ‘uso de preservativos’, amanhã uma participação em uma campanha de cunho religioso, contra o uso de preservativos, ou uma campanha de cerveja e no outro dia uma campanha para indústria farmacêutica de um remédio que combate o alcoolismo;
·         Tenha humildade com todos, paciência para aprender, saber ouvir a todos sem exceção, muitas vezes a pessoa que você supõe não ter potencial algum é aquela que pode te surpreender mais adiante e ter destaque, por isso seja autêntico;
·         Ter planejamento, aonde você quer chegar, como pretende chegar e em quanto tempo.

Em resumo é preciso saber trabalhar com as oportunidades, que muitas vezes são escassas e destas identificar uma possibilidade de asserção da carreira. Muitas vezes estas oportunidades surgem quando menos esperamos, em circunstâncias aleatórias e rotineiras do cotidiano, como no supermercado, academia, universidade etc... No meu caso, recebi minha primeira proposta para modelar, na rodoviária de São José do Rio Preto-SP, aos 18 anos de idade, por um bokker que me abordou.
Em particular temos uma vida comum a qualquer outro cidadão, mas temos o estereótipo da ‘beleza’ (o que vendemos através da nossa imagem?), os padrões que a sociedade impõe para se sobressair e ser bem sucedido em um sistema neoliberal e capitalista, onde só os melhor obtém a vitória com a realização de seus sonhos. Vendemos uma imagem ‘ideal’, que deve transmitir esse padrão de beleza, e agregado a ela a sensação de felicidade e bem estar e acima de tudo de realização pessoal, profissional e familiar, somos um exemplo ser seguido e copiado. Ou seja, para que o consumidor final seja aceito na sociedade e feliz, ele precisar ter o produto ou serviço que ofertamos com a nossa imagem.

Destaco aqui essa analise relevante da minha percepção do mundo da moda, no intuito de contribuir para conscientizar e alertar os profissionais envolvidos do setor. Estou convicto que posso ir mais além, tenho foco e disciplina para projetar e alcançar minha asserção profissional, subir cada degrau desta tão árdua carreira, porém gratificante. Estou aberto a novos desafios profissionais, como por exemplo: entrevistas e realização de palestras motivacionais, que incentivem e sanem dúvidas de adeptos e profissionais envolvidos nesse setor.

*Breno Ruis é modelo, graduado em administração de empresas e Mister Men Universo 2016

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Rádios universitárias se articulam em rede

Emissoras universitárias de rádio de todo o país estão se articulando em rede. As discussões preliminares para a formação de uma rede brasileira de rádios universitárias estão em andamento mas já conquistaram importantes adesões, segundo informa o professor Marcelo Kischinhevsky, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).Até o momento, sete emissoras FM, seis web rádios e um centro de produção radiofônica já decidiram participar dessa rede.
São elas:

  • Rádio USP
  • Rádio UFMG Educativa
  • Rádio Universitária (UFC)
  • FM Universitária (UFPI)
  • Rádio Educativa Univali FM
  • Rádio Universidade FM (UFMA)
  • UEM FM (Universidade Estadual de Maringá, PR)
  • Rádio Ponto UFSC
  • Rádio Plural (curso de Jornalismo da UFOP)
  • Rádio UESC
  • Rádio PUC-Rio Digital
  • Rádio Porto do Capim (Depto. de Comunicação da UFPB)
  • Rádio UERJ
  • AudioLab UERJ
Segundo informa o acadêmico, a ideia é construir uma estrutura que:
a) possibilite maior circulação dos conteúdos radiofônicos produzidos e veiculados por seus integrantes, dando-lhes alcance nacional,
b) torne as rádios universitárias atores em condições de dialogar com o poder público e buscar, por exemplo, um status jurídico que permita a captação de publicidade ou tratamento diferenciado do ECAD no recolhimento de direitos autorais,
c) ofereça um espaço para reflexão sobre o papel educativo e formativo do rádio, 
d) apoie a popularização da ciência e da tecnologia e se articule com eventos científicos que discutam a radiofonia e a mídia sonora como um todo,
e) estabeleça uma interlocução com associações do gênero em nível internacional, sobretudo nos âmbitos ibero-americano e lusófono.

Além das emissoras e laboratórios, professores e pesquisadores também manifestaram interesse em aderir individualmente:
  • Janete El Haouli (TOCA: arte ação criação - Londrina, PR)
  • Mauro Sá Rego Costa (FEBF/UERJ / rede rádio arte - Rio de Janeiro, RJ)
  • Izani Mustafá (AudioLab UERJ)
  • Rose Ferreira (Coordenadora do Núcleo de Estudos e Estratégias na Convergência – NEEC – UFMA, São Luís, MA)
  • Eduardo Meditsch (UFSC)

Quem tiver interesse em participar dos debates e ajudar na organização da rede em suas várias vertentes (operacional, científica, relações institucionais), pode contatar o professor Marcelo Kischinhevsky pelo correio eletrônico marcelokisch@gmail.com



terça-feira, 15 de novembro de 2016

DF: Hemocentro seleciona dois Comunicadores

A Fundação Hemocentro de Brasília, instituição vinculada ao Governo do Distrito Federal, lançou edital para concurso público que selecionará, dentre outras funções, dois profissionais de Comunicação Social, sendo um Jornalista e outro Relações Públicas.
Além dessas vagas, que serão para provimento imediato, serão selecionados para cadastro reserva os quatro melhores classificados em cada uma das funções.

Os candidatos deverão possuir diploma de nível superior na formação específica do cargo e serem detentores de registro profissional.
Os salários para as duas funções serão de R$ 5.820,00 com uma jornada de trabalho semanal de 30 horas.
As inscrições deverão ser feitas exclusivamente via internet no endereço eletrônico http://www.iades.com.br no período entre o dia 11 de dezembro de 2016 e 22 e o dia 6 de fevereiro de 2017.
Mais informações, clique aqui.

domingo, 30 de outubro de 2016

Marinha do Brasil seleciona onze Jornalistas

Apesar da crise, vários concursos para profissionais de Comunicação estão abertos, recebendo inscrições. São concursos para prefeituras e até para a Marinha.
Quem sonha em trabalhar numa cidade à beira mar, como o Rio de Janeiro, e quem sabe até embarcado, a grande oportunidade é o concurso que a Marinha do Brasil abriu. 

São onze vagas, sendo dez no Rio de Janeiro e uma em Itacuruçá (RJ), na condição de Oficial temporário. O candidato de ambos os sexos deve possuir idade entre 18 e 45 anos de idade.
O salario inicial é de R$ 8.000,00 aproximadamente e o contrato é por oito anos. Mas detalhe. trabalho uniformizado e com coturno.
As inscrições terminam em onze de novembro.
Mais informações, no portal da Diretoria de Ensino, ou clique aqui.

O edital está disponível, aqui.

E no Paraná, quem lançou concurso para selecionar jornalista, foi a Câmara Municipal de Cianorte. Há apenas uma vaga e o salário é de R$ 3.085,38, acrescidos de R$ 207,08, referentes a auxilio alimentação.
As inscrições para o concurso serão realizadas somente via internet até o dia 16/11/2016, por meio do endereço eletrônico concurso  
Para mais informação, acesse o edital, clicando aqui.

TV russa alcança 4 bilhões de acessos no Youtube e supera canais como BBC e CNN

Os vídeos da cadeia russa de televisão RT tem duas vezes mais visitas do que os da norte-americana CNN, quase três vezes mais do que a Euronews e mais de sete vezes os dos canais de notícia da britânica BBC.

El número total de visitas de videos en el canal de YouTube de la cadena RT ha superado los 4.000 millones. De acuerdo con estos indicadores, RT retiene el liderazgo incondicional entre los canales de noticias internacionales, incluyendo a la CNN y la BBC.
Así RT es dos veces más visto que la CNN, casi tres veces más que Euronews y más de siete veces que los canales de noticias de la BBC.

O canal pode ser sintonizado no Brasil em sinal digital aberto através de antenas parabólicas apontadas para o satélite Intelsat 21 e/ou SES 6
"El futuro de los medios está ligado a Internet. Si llegas tarde a esta zona, no se pondrá al día. Desde el principio nos hemos centrado en el campo de las plataformas digitales, y es esta la clave de nuestro éxito", dijo la editora en jefe de RT Margarita Simonián.
En el 2007, RT fue uno de los primeros canales de televisión rusos en comenzar a publicar su material en YouTube. En el 2011, los videos de RT han sido reconocidos como los videos de noticias más vistos de YouTube. Al año siguiente, el centro de investigación estadounidense The Pew ResearchCenter admitió que RT es el principal proveedor de contenido de noticias en YouTube. En el 2013 se convirtió en el primer canal de noticias en el mundo en alcanzar el nivel de 1.000 millones de visitas en YouTube.
En septiembre del 2016 RT ganó siete premios digitales europeos LovieAwards. Y en abril ganó el 'Oscar de Internet' en la votación internacional de espectadores Webby Awards, superando a la BBC, ABC, NBC y 'The New York Times'.
Para comemorar o feito, a cadeia de TV russa fez um clip especial.
Confira abaixo

Internet concentra um terço dos investimentos em propaganda

Do Portal R7

Mídias tradicionais, como revistas e jornais, estão perdendo espaço


Um terço dos investimentos em publicidade no mundo todo estão na internet. É o que aponta uma reportagem do Wall Street Journal desta sexta-feira (21). Segundo o levantamento, apenas a televisão supera os meios online, com 40,4% das verbas.
Os jornais têm uma fatia de 9% e as revistas 6,9% dos investimentos. O rádio é o que menos recebe dinheiro de publicidade: 4,3%. Segundo a reportagem, "os gastos globais com anúncios em jornais impressos devem diminuir neste ano, para US$ 52,6 bilhões, segundo estimativas da GroupM". Trata-se da maior queda desde a crise de 2008/2009, quando os gastos mundiais caíram 13,7%.
No geral, o mercado global de propaganda deverá crescer US$ 529,1 bilhões neste ano. O destaque são os anúncios digitais, com alta de 14%. A matéria cita o próprio Wall Street Journal, que anunciou nesta semana uma reformulação para tornar as edições impressas mais sustentáveis. “São dias de mudanças aceleradas no negócio de jornais", disse Gerard Baker, editor-chefe da publicação.
A reportagem ainda destaca o rápido domínio de grandes corporações, como Facebook e Google, no mercado digital. Os anunciantes estão cada vez mais interessados na área de vídeos online.
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sábado, 22 de outubro de 2016

Minas Gerais tem a sua "bancada parlamentar do rádio"​

Em 64  anos, rádio de Minas Gerais "elege" 24 parlamentares


Por Carlos Eduardo Cherem, publicado originalmente no portal UOL

Uma das rádios mais populares entre os mineiros, a rádio Itatiaia tem ajudado a alavancar a carreira política de vários profissionais que participam ou participaram de sua programação. Já são 24 os integrantes da "bancada da rádio" ao longo dos seus 64 anos de história.

Os dois últimos foram Álvaro Damião (PSB), repórter de esporte, e Catatau da Itatiaia (PSDC), comentarista sobre direitos do consumidor, que foram eleitos vereadores em Belo Horizonte no início do mês.Uma das rádios mais populares entre os mineiros, a rádio Itatiaia tem ajudado a alavancar a carreira política de vários profissionais que participam ou participaram de sua programação. Já são 24 os integrantes da "bancada da rádio" ao longo dos seus 64 anos de história.
Além dos novos vereadores, há atualmente o apresentador João Vítor Xavier (PSDB) e locutor esportivo Mário Henrique Caixa (PV) que são deputados estaduais, e o apresentador de programa policial Laudívio Carvalho (SD), que é deputado federal.
Fundada em 1952, já foram 12 profissionais de comunicação eleitos para a Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, outros seis eleitos para Assembleia Legislativa de Minas, três para a Câmara Federal e um para a Câmara Municipal e Assembleia.
Junia Marise, por exemplo, além de vereadora, foi deputada estadual e federal, senadora e vice-governadora de Minas Gerais. E um dos mais conhecidos integrantes políticos da rádio é o jornalista Hélio Costa (PMDB), que foi deputado federal por dois mandatos, senador e ministro das Comunicações. Costa também se candidatou ao governo em 2010, mas acabou perdendo para o senador Antonio Anastasia (PSDB)
 "A rádio (Itatiaia) não incentiva, nem coloca obstáculos", afirma o proprietário da Itatiaia Emanuel Carneiro. "É direito do profissional participar do processo democrático", diz o radialista.
 Para Carneiro, o fato de diversos nomes da rádio ter sido eleito revela a "intimidade" com que os locutores têm com a população de Belo Horizonte. "A atenção que damos, em toda a programação, sobretudo no jornalismo e esporte, à opinião das pessoas, faz com que tenhamos intimidade com a população", diz o executivo.

Essa relação de "intimidade" com o ouvinte, na avaliação de Carneiro, é reforçada pela possibilidade de opinião dos comentaristas nos programas, e pelo fato de os repórteres estarem sempre nas ruas da capital mineira.

As paróquias do município
"Eles (os repórteres e locutores) vão para as paróquias, vão para as feiras, acompanham os casos de polícia. Eles trabalham nas ruas, não ficam na redação. Isso reforça a relação com a população, estão sempre presentes aos fatos. Isso faz diferença entre ter ou não ter penetração", diz Carneiro.

"Não vejo problema nenhum, deles serem candidatos. Se voltam (para a rádio) ou não, se forem eleitos, é decisão de cada um".

"Quase todos que se candidataram e perderam (a eleição), voltaram para a rádio. Alguns que vencem a eleição, às vezes não voltam por causa do acúmulo de atividades. Porém, se quiser voltar, pode voltar", afirma o executivo.

"Faz parte do jogo democrático".
O deputado federal Laudívio Carvalho (SD) explica que, embora não consiga manter o programa diário "Itatiaia Patrulha", às 17h, que tinha na rádio, após sua eleição em 2014, com as atividades legislativas que teve de assumir, ele continua participando de diversos programas da Itatiaia, sempre que pode.

"Mantenho contato com as pessoas, através da rádio, isso é muito importante. Participo direto dos programas, sempre emitindo a minha opinião", afirma o deputado.

"Meu voto é de opinião. Meu voto é de quem ouviu durante 35 anos a minha opinião, sobretudo sobre segurança, na Itatiaia", diz Carvalho.

"Me enterrem com meu radinho ligado na Itatiaia"
A professora da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), Nair Prata, diretora da Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação) e vice-presidente da Associação Brasileira de História da Mídia, conta que Juvenal Rosalvo Bispo, 87, morador de Belo Horizonte, poucas horas antes de morrer em 2008, teve frustrado seu último pedido em vida: ter um rádio na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) no hospital onde estava internado para ouvir a programação da Itatiaia.  O filho dele tentou, mas não conseguiu entrar com o aparelho "escondido" no hospital.

No dia seguinte, em 11 de novembro de 2008, o jornalismo da rádio Itatiaia deu ampla cobertura ao enterro de Bispo no Cemitério da Paz, em Belo Horizonte.

"O filho, com a concordância da viúva e de outros parentes, colocou no caixão, junto ao corpo do pai, um rádio ligado na Itatiaia, com pilhas novas", diz a professora.

"A Itatiaia representa Belo Horizonte. Representa Minas Gerais. Não há qualquer outro órgão de imprensa no Estado que tenha essa condição", afirma Prata.

A especialista explica que não é somente a audiência da rádio na região metropolitana de Belo Horizonte que, segundo ela, a Itatiaia tem o primeiro lugar há décadas (com 94% da audiência na programação esportiva), que explica o sucesso dos seus locutores nas urnas.

Prata lembra que Belo Horizonte não é sede de nenhuma das grandes redes de televisão, que estão concentradas no eixo Rio-São Paulo e isso incomoda a população. "A última emissora genuinamente mineira, com forte programação local e de jornalismo, a TV Itacolomi, acabou no fim da década de 1970, causando grande comoção na população, que se sentiu órfã", diz.

Assim, explica a professora, quando a Itacolomi acabou, a rádio Itatiaia soube assumir o papel de "representar" a população, identificando-se como defensora dos interesses de Minas Gerais.

"O slogan da TV Itacolomi era "a TV de Minas". A Itatiaia adotou o slogan "a rádio de Minas" e soube incorporar muito bem esse papel de representante dos interesses da cidade, dos moradores", afirma.

"Mas não é só isso", diz a especialista. "O fato de ter duas redações, de jornalismo e de esportes, funcionando 24 horas por dia, com diversas equipes de repórteres na rua, mantendo uma cobertura ágil e de qualidade das notícias locais, sustenta também o prestígio da Itatiaia que é alguma coisa inabalável, pelo menos até hoje", afirma.

"Qualquer líder político, empresário, sindicalista, morador de rua, dona de casa, motorista de táxi que vá falar com a cidade, o faz pela Itatiaia", afirma Prata.

"Os locutores, apresentadores e repórteres da rádio, por tudo isso, são bastante conhecidos e prestigiados. E alguns deles se candidatam e conseguem ser eleitos. Outros não. Há também muitos que se candidatam, mas perdem a eleição", diz a pesquisadora.

A bancada da rádio Itatiaia em 64 anos

1. Alberto Rodrigues – vereador

2. Aldair Pinto – vereador

3. Álvaro Damião – vereador

4. Antônio Roberto – deputado federal

5. Catatau da Itatiaia – vereador

6. Dênio Moreira – deputado estadual

7. Dirceu Pereira – deputado estadual

8. Edson Andrade – vereador

9. Eduardo Lima – vereador

10. Eli Diniz – vereador

11. Fernando Sasso – vereador

12. Hélio Costa – deputado federal, senador e ministro

13. João Vítor Xavier – vereador e deputado estadual

14. José Lino Souza Barros – vereador

15. Junia Marise – vereadora, deputada estadual e federal, senadora e vice-governadora

16. Laudívio Carvalho – deputado federal

17. Mário Henrique Caixa – deputado estadual

18. Mário de Oliveira – deputado federal

19. Nelson Carvalho – deputado estadual

20. Olavo Leite Kafunga Bastos – vereador

21. Tancredo Naves – deputado estadual

22. Vilibaldo Alves – vereador

23. Wânia Carvalho – vereadora

24. Wellington de Castro – deputado estadual

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

E a novela continua. PFDC diz que MP que alterou a EBC é inconstitucional


Da Assessoria de Comunicação e Informação - ACI da 
Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão - PFDC/MPF
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal, encaminhou nesta sexta-feira (7/10) ao Congresso Nacional nota técnica sobre a Medida Provisória Nº 744/2016, que alterou a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).
A MP foi enviada pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional em 1º de setembro, e promoveu modificações estruturais na EBC a partir da extinção de seu Conselho Curador, do fim do mandato do diretor-presidente e do controle do Conselho de Administração, agora diretamente vinculado ao Executivo.
Elaborada pelo Grupo de Trabalho Comunicação Social, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, a nota técnica ressalta que a EBC foi criada pela Lei nº 11.652/2008 como expressão de um sistema de comunicação livre de interferência econômica ou governamental, conforme determina o artigo 223 da Constituição Federal e nos moldes adotados pelas principais democracias no mundo.
"A estrutura existente na EBC reunia um feixe de órgãos que, com suas competências, impunham limites ao exercício do personalismo de seu diretor-presidente, de seus órgãos de cúpula e traziam em si, sobretudo através do Conselho Curador, uma requintada forma de controle social que era exercido em nome do cumprimento dos princípios e objetivos, bem assim dos valores constitucionais a que deve atender o serviço público de comunicação", diz o texto.
A partir de uma análise sob os aspectos formal e material, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão aponta a inconstitucionalidade da referida MP que, a pretexto de agilizar as decisões no âmbito da Empresa Brasil de Comunicação, introduziu diversas modificações na estrutura da empresa, atingindo diretamente sua autonomia e a possibilidade de realizar suas funções institucionais de forma independente do governo e do mercado.
Necessário debate - A nota técnica do MPF ressalta que a MP Nº 744/2016 não preenche os requisitos da urgência e relevância, necessários para a edição de medidas provisórias - constituindo evidente violação aos artigos 62 e 2º da Constituição Federal.
"Onde residiria a urgência constitucional de reformulação da estrutura de uma empresa pública que vem desenvolvendo, na mais absoluta normalidade, suas atividades? Quer nos parecer que, mais uma vez, estamos diante da utilização indevida do instrumento excepcional da medida provisória, já que nada indica que as alterações introduzidas pela referida MP não pudessem aguardar o tempo necessário à tramitação de um projeto de lei, por meio do qual seria possível realizar o necessário debate no Congresso Nacional sobre o alcance e consequências da nova estrutura proposta", argumenta a nota técnica.
Para os membros do Ministério Público Federal, as inúmeras modificações na estrutura da EBC demonstram que a intenção foi enfraquecer a autonomia na formulação da linha editorial e da programação da emissora, buscando, assim, torná-la mais vulnerável em face do mercado e, em especial, do Poder Executivo.
"A existência de um sistema de comunicação pública, não-governamental, no seio do Estado tem por objetivo central assegurar a efetiva realização da liberdade de manifestação do pensamento, notadamente pela possibilidade de serem ouvidas outras vozes, além daquelas emitidas pelo Poder e pelo mercado. Com isso, busca-se realizar materialmente o disposto no artigo 220 da Constituição Federal, segundo o qual a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição".
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão alerta que, como consequência da fragilização estrutural produzida, abre-se o espaço para a prática da censura de natureza política, ideológica e artística. O órgão do Ministério Público Federal aponta ainda que a Medida Provisória Nº 744/16 aniquila com a experiência concreta de implantação de um sistema público de comunicação no Brasil, "em evidente ofensa do princípio da vedação de retrocesso, o qual já foi acolhido e aplicado pelo Supremo Tribunal Federal por diversas vezes", ressalta o texto.
Acesse aqui a íntegra da Nota Técnica.

domingo, 2 de outubro de 2016

[Veja o vídeo] Fotojornalismo: a história e os desafios da profissão no programa 3 a 1, da TV Brasil

O program "3 a 1" reúne três gerações do fotojornalismo brasileiro: o veterano Gervásio Baptista, da Agência Brasil, Orlando Brito, da agência Obrito News, e Alan Marques, do jornal Folha de S. Paulo.
Com imagens, eles ajudam a construir a memória política do Brasil.

Gervásio Baptista, chamado com respeito de “professor” pelos outros dois entrevistados, começou a fotografar políticos no Governo Getúlio Vargas, na década de 1930. De lá para cá, suas lentes flagraram todos os presidentes da República do país. Gervásio é autor da famosa foto de JK saudando os brasileiros, levantando a cartola, na inauguração de Brasília. Também foi ele quem registrou as últimas fotos de Tancredo Neves, vivo no Hospital de Base de Brasília. Gervásio Baptista também foi à guerra – do Vietnã, revoluções – como a Cubana e inúmeros episódios da história recente brasileira.

Orlando Brito acompanha a política brasileira há 46 anos, desde o governo Castelo Branco (1964-1967), no período da Ditadura Militar. O fotógrafo, mineiro que chegou a Brasília no início da construção da nova capital, define o poder, e não apenas a Presidência, como a sua área de cobertura. Premiado até no exterior, Brito é autor de várias capas da Revista Veja, registrando momentos históricos em Brasília. E é dele o registro, em plena ditadura militar, da foto do general Geisel, em calção de banho, em uma praia do Rio Grande do Norte. Orlando Brito é autor de cinco livros de fotografia, com registros de temas da política, economia, questões sociais, esportes e muitos outros.

Alan Marques, o mais novo dos três, é de uma família de fotógrafos e tem sido testemunha da cena política brasileira, desde o governo Fernando Collor de Mello (1990-1992).
Em 2011, lançou o livro “Nunca antes - Uma viagem em 88 fotos pela era Lula”, após ampla cobertura fotográfica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). É de Alan Marques uma foto premiada, quando captou um raio caindo no prédio do Congresso Nacional e capa da Folha de S. Paulo, em tempos de crise política.

Neste 3 a 1, os craques do fotojornalismo contam casos dos bastidores da política nacional e das coberturas internacionais, como também de várias Copas do Mundo e Olimpíadas. Discutem estética da imagem e ainda as transformações tecnológicas na fotografia, na era digital.


Veja aqui o programa Fotojornalismo: a história e os desafios da profissão

Ufop seleciona professor de Jornalismo

Que tal ir morar na bucólica cidade histórica de Ouro Preto, em Minas Gerais?
O curso de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto está com as inscrições abertas para uma vaga de professor substituto de Jornalismo.
A área de ensino é Crítica da Mídia e Assessoria de Comunicação.
Os candidatos terão como requisitos a necessidade de comprovar graduação em Jornalismo ou Comunicação Social e ser detentor de Mestrado em Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas, Linguística, Letras, Artes. Podem se candidatar também graduados em qualquer outra área, desde que seja detentor de mestrado em Comunicação ou Jornalismo.
O contrato de trabalho é de até seis meses, com possibilidade de prorrogação, e a jornada de trabalho é de 40 horas semanais.
Os interessados devem ficar atentos, pois as inscrições terminam, terça-feira, 04 de outubro.
O edital está disponível aqui e mais informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3558-2275, ou pelo correio eletrônico: decso@icsa.ufop.br
 

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

O papel da imprensa alternativa na realidade nacional. Entrevista a Raimundo Pereira

Por  FC Leite Filho, publicado originalmente no Café na Política

O Café na Política foi ouvir Raimundo Pereira, um dos ícones da imprensa alternativa, então chamada imprensa nanica. Este movimento, surgido em plena ditadura, produziu fenômenos editoriais como o Pasquim (que chegou a 220 mil exemplares), a Opinião. o Movimento, Binômio, Versus, Coorjornal, que faziam franca concorrência aos jornalões.
Eram tempos difíceis, porque, na época, não existia sequer o fax, para não falar da força descomunal da internet.
Os jornais tinham de ser distribuídos – vendidos e mantidos financeiramente, na imensidão de nosso território. Funcionava na base da articulação de uma militância – mais jornalística que política -, que chegava a reunir, como no caso do jornal Movimento, 285 pessoas, entre jornalistas, administradores e representantes, espalhados pelos diversos Estados da Federação.

Veja também a vídeo entrevista com Kiko Nogueira do Diário do Centro do Mundo

Nesta entrevista a FC Leite Filho, Raimundo Pereira, hoje aos 76 anos e revelando muito vigor e entusiasmo, conta a história desse movimento e de seu novo projeto de reunir uma nova equipe de 40 jornalistas, intelectuais e militantes para fazer uma nova experiência do tipo, agora tendo a internet como instrumento principal. Raimundo acredita na força atual dos blogs, sites e redes sociais que estão enfrentando o golpe, inclusive com manifestações de rua, as quais já começam a assustar o novo regime neoliberal. Ele pondera, contudo, que é preciso dar um rumo a esse movimento mais ou menos disperso.

Confira no vídeo a entrevista de Raimundo Pereira  Café na Política

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Memória: Governo põe à venda prédio onde funcionou Rádio Nacional no Rio

Do Estadão Conteúdo
Aos 80 anos, completados nesta segunda-feira, 12, a Rádio Nacional, principal veículo de comunicação brasileiro nas décadas de 40 e 50 do século passado, recebeu uma má notícia: o prédio onde funcionou até quatro anos atrás, A Noite, na Praça Mauá, será vendido e seu auditório histórico, por onde passaram todos os grandes nomes da chamada era de ouro do rádio, não deverá ser preservado.
Inicialmente, o edifício foi sede do jornal “A Noite”, que em tempos bem anteriores a internet fazia a função de noticiar o que acontecia no final dos dias. Devido à força do nome do veículo de comunicação, o nome original da construção caiu em desuso.
A estrutura de 22 andares e uma altura de 102 metros – o que corresponde a 30 andares de um edifício atual – foi calculada por Emílio Henrique Baumgart, engenheiro que posteriormente se tornou responsável pelo Ministério da Educação e Cultura. Até os anos 1930, foi considerado o prédio mais alto da América Latina, até ser ultrapassado pelo Martinelli, que fica em São Paulo e foi inaugurado em 1934.
Pertencente ao governo federal, o edifício A Noite, primeiro arranha-céu da América Latina, foi inaugurado em 1929 e está vazio. Com o processo de revitalização da zona portuária e a derrubada do Elevado Perimetral, a construção, passou a destoar da paisagem, que inclui a vista livre para a Baía de Guanabara, o Museu de Arte do Rio (MAR), o Museu do Amanhã e o Boulevard Olímpico.
A Rádio Nacional, hoje abrigada no prédio da TV Brasil, na Lapa, ocupava quatro dos andares do edifício e o Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (Inpi), os outros 18. A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) está preparando o edital de alienação, a ser lançado em novembro. A ideia é fazer permuta com outro prédio, que abrigará os funcionários do Inpi, atualmente instalado em imóvel alugado. O A Noite viraria então um hotel, um prédio comercial ou residencial. “A preservação do patrimônio histórico é uma das prioridades, mas os encargos do comprador ainda não foram definidos”, informou, em nota ao Estado, a SPU.
Não há indicativo de que o edital trará como cláusula a manutenção dos três antigos estúdios e do auditório, reformados entre 2003 e 2004, ao custo de R$ 2,5 milhões, e reabertos com a presença de artistas da Era do Rádio. Por ali já passaram os cantores Francisco Alves (1898-1952), Sílvio Caldas (1908-1998), Cauby Peixoto (1931-2016), Marlene (1922-2014) e Emilinha Borba (1923-2005). “O emblemático edifício A Noite, hoje sem utilização, será alienado a um empreendedor privado”, informou a SPU
A companhia americana Tishman Speyer, dona de prédios icônicos de Nova York como o Rockefeller Center e o Chrysler, é um dos possíveis interessados. O edifício foi avaliado em 2015 em R$ 137 milhões.
Crime. Com fachada e foyer em estilo art déco, o prédio foi projetado pelo francês Joseph Gire, o mesmo arquiteto do Hotel Copacabana Palace, e foi um dos principais mirantes da cidade. Está em mal estado de conservação há anos – o Inpi não dispõe de verba para reformá-lo na totalidade -, o que ficou mais evidente com a reabertura da praça, há um ano, e com a movimentação maior na região, tomada por milhões de pessoas no período da Olimpíada, em agosto, e agora na Paraolimpíada.
O aspecto atual da edificação de 87 anos não é bom. Ainda bastante alto em comparação com outros edifícios da zona portuária, o arranha-céu está cercado por tapumes de madeira amparados em estacas de ferro cobertas de ferrugem. O contraste com a nova Praça Mauá é nítido.
“A prefeitura conversa com o governo federal desde 2010 sobre a necessidade de resolver o problema do prédio. O auditório está sem uso, e tenho medo de que a exigência de manter o espaço da rádio trave o empreendimento. Isso tem de ser tratado com bom senso. É preciso ver o que é melhor para a cidade”, disse Alberto Silva, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio (Cdurp).
Já os defensores da memória da rádio temem a destruição de sua memória. “É mais um absurdo que comprova a falta de interesse do poder público pela cultura. É um crime de lesa-memória que um dia a história vai condenar”, disse o compositor Edino Krieger, que fez arranjos para orquestras da rádio nos anos 1960 e segue seu ouvinte. “Podiam pelo menos colocar uma placa. É muita história ali para ser jogada fora”, afirmou o sambista Tantinho da Mangueira, que se apresentou ali nos anos 50, ainda garoto.
“Além do auditório e do estúdio de radioteatro, ainda estão lá o piano do Radamés Gnattali (1906-1988) e a cabine telefônica que recebia ligações diretas do presidente Getúlio Vargas. Se a preservação desses andares não estiver contemplada no edital, vão destruir tudo”, teme o engenheiro Luiz Murilo Tobias, vice-presidente do Instituto Funjor, que trabalha pela preservação da memória artística brasileira e faz campanha no Facebook pela causa da Rádio Nacional.
Repórter Esso. A rádio foi estatizada por Getúlio em 1937. Em 1940, estreou a primeira radionovela do País, Em Busca da Felicidade. Dali para a frente, pertencer ao elenco da rádio se transformou no sonho de todo artista. Radialistas e atores como Paulo Gracindo (1911-1995), Mário Lago (1911-2005) e César de Alencar (1917-1990) tornaram-se nacionalmente conhecidos a partir do sucesso da Nacional. Em 1941, a Nacional poria no ar o Repórter Esso, que viria a ser o noticiário mais acompanhado pelos brasileiros. A decadência chegaria a partir dos anos 1960, com a popularização da televisão.

EBC: Parlamentares tentam reverter estragos da MP de Temer

Por Samuel Possebon, publicado originalmente no Telaviva News

Parlamentares aproveitam oportunidades de apresentar emendas à Medida Provisória 744/2016 para mexer em recursos e na programação da EBC


Os deputados e senadores da oposição (PT, PDT e PC do B) foram os responsáveis pela maior parte das emendas tentando reverter os efeitos da Medida Provisória 744/2016 sobre a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). O prazo final de emendas foi nesta quinta, 8, e foram apresentadas um total de 42 emendas, quase todas da oposição e com conteúdos parecidos.

O deputado e ex-ministro das Comunicações de Dilma Rousseff, André Figueiredo (PT/CE) e o senado Humberto Costa (PT/PE) foram os que mais apresentaram emendas, a maior parte no sentido de reinstituir as funções do Conselho Curador, dar mandato fixo ao diretor presidente e restabelecer os mecanismos de governança alterados pela MP 744. Houve, contudo, propostas da oposição que transcenderam a volta da estrutura original da EBC.
Senador Humberto Costa (PT/PE) apresenta emenda derrubando os principais artigos da MP, incluindo os que acabam com o Conselho Curador e com o mandato fixo da presidência.
Costa propõe uma emenda com o detalhamento do uso dos recursos destinados à radiodifusão pública, hoje previstos no artigo 32 da Lei 11.652/2008 (a Lei da EBC). O senador propõe a criação do Fundo Nacional da Comunicação Pública – FNCP, que contará com recursos da Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública (CFRP, inclusive os já arrecadados), mais dotações orçamentárias, recursos de convênio entre outras fontes. A CFRP é uma contribuição que vem dos recursos pagos pelas empresas de telecomunicações ao Fistel. Hoje ela é contestada na Justiça pelas empresas de telecomunicações e a maior parte dos recursos é depositada em juízo.
A proposta do senador já traz a distribuição percentual detalhada desses recursos entre os diferentes entes da  Rede Nacional da Comunicação Pública previstas na Lei da EBC, emissoras de radiodifusão comunitária,  associações comunitárias responsáveis por programação transmitida no Canal da Cidadania (regulamentado pelo antigo Ministério das Comunicações), entes ou órgãos públicos responsáveis por faixas de programação no Canal da Cidadania, canais de acesso condicionado de natureza comunitária ou universitária e emissoras públicas, educativas e culturais, vinculadas aos governos estaduais, que terão a maior parte dos recursos, a serem distribuídos por meio de repasses diretor e editais, sob supervisão de um comitê gestor também a ser criado. Além disso, a Contribuição para Financiamento da Radiodifusão pública também vai, em percentuais iguais (de 3%), para a TV NBR, TV Escola, Canal da Cultura, Canal da Saúde, TV Senado, TV Câmara e TV Justiça, com foco sobretudo na digitalização da rede.
Já o deputado André Figueiredo também busca garantir na programação da EBC cotas para programação regional (10%) e de produção independente (30%).
Além disso, o deputado propõe emenda que passa a remeter a indicação dos diretores à Lei 13.303/2016, que dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública einclui uma série de condicionantes para a ocupação de cargos em conselhos e na direção executiva de empresas estatais, além de propor o crivo do Senado para a indicação do presidente.
O Deputado Marco Maia (PT/RS) quer que a EBC fique responsável pela distribuição da verba publicitária da administração Federal.
O Senador José Pimentel (PT/CE) sugere não reinstituir o Conselho Curador, mas criar um conselho consultivo, com funções similares às que havia para o conselho curador, mas de caráter meramente consultivo e opinativo, precisando ser endossadas pelo Conselho de Administração. Já esta instância  passaria a acomodar os  representantes do Senado e um da Câmara que estavam no conselho curador. A ideia de colocar integrantes do Senado e da Câmara no conselho de administração da EBC também aparece nas emendas dos deputados da situação José Carlos Aleluia (DEM/BA).
Pela situação, o Senador Cristovam Buarque (PPS/DF), que já havia proposto uma emenda para obrigar à EBC divulgar informações sobre crianças desaparecidas, também propõe mudar a Lei da EBC para incluir a obrigação de alerta sobre candidatos ficha-suja.
Vários parlamentares da situação e oposição trazem proposta semelhante à do senador Lindbergh Faria (PT/RJ), que submetem a indicação do presidente da EBC ao Senado.

domingo, 11 de setembro de 2016

Dez concursos federais agitam o mercado para Jornalistas

Nesse período de poucas oportunidades de trabalho, uma opção são os concursos públicos. Não há tanta fartura de vagas quanto em anos anteriores, quando o poder público passou a substituir mão de obra terceirizada por servidores efetivos, mas ainda existem várias opções Brasil afora.
É bom lembrar que todos exigem graduação em Jornalismo, ou seja, tem que ter diploma, e registro profissional. Se você é recém-formado e ainda não obteve seu registro profissional, procure a Delegacia Regional do Ministério do Trabalho ou o Sindicato dos Jornalistas Profissionais mais próximo para dar encaminhamento ao processo de obtenção do documento que habilita o exercício profissional.

Na agenda de oportunidades federais, um dos grandes responsáveis pela realização de concursos para Jornalistas é a Ebserh – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, empresa estatal responsável por administrar os hospitais universitários federais em todo o Brasil.
A empresa lançou quatro editais para a contratação de jornalistas (poderia ser um único edital oferecendo as quatro vagas). Os profissionais selecionados irão trabalhar no Estado do Rio, no Hospital Universitário da Unirio e no Hospital Universitário da UFF. As outras duas vagas são em Florianópolis, no Hospital Universitário da UFSC, e em Cajazeiras, Paraíba, no Hospital Universitário da UFCG.
Para todas as quatro vagas, independentemente da localidade, o salário será de R$ 3.381,12, para uma jornada de 25 horas de trabalho semanais. O regime de contrato é celetista.
Para mais informações sobre prazo de inscrições e data da prova, clique no enlace correspondente ao local de trabalho:



Institutos Federais
Os institutos federais de ensino, também criado nos últimos anos, são responsáveis pela seleção de Jornalistas profissionais em três estados.
As inscrições estão abertas para o Instituto Federal Mato Grosso, localizado na cidade Pontes e Lacerda, em Mato Grosso, para o Instituto Federal Sul de Minas, localizado na cidade de Pouso Alegre, e Instituto Federal de Minas Gerais,  localizado na cidade de Governador Valadares, ambas em Minas Gerais, e para o Instituto Federal Fluminense, localizado na cidade de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio.
O salário de Mato Grosso é de R$ 4.692,77, para uma carga horária semanal de  40 horas. Nos demais institutos, o salário é menor, R$ 3.868,21, para uma jornada semanal de 25 horas. Em todos os casos, há adicional de especialização variando em função da formação acadêmica do aprovado. O regime de contratação é o RJU.
Para mais informações sobre prazo de inscrições e data da prova, clique no enlace correspondente ao local de trabalho:
Universidades

Duas universidades federais também selecionam jornalistas: UFPA – Universidade Federal do Pará e UFBA – Universidade Federal da Bahia. O salário em ambos os casos é de R$ 3.868,21. No Pará a jornada é de 40 horas e na Bahia de 25. O regime de contratação é o RJU do servidor público federal.

Para mais informações sobre prazo de inscrições e data da prova, clique no enlace correspondente ao local de trabalho: