Interferência governamental na linha editorial dos veículos públicos é apontada como motivo para o pedido de demissão.
Américo Martins, presidente da Empresa Brasil de
Comunicação está deixando o comando da EBC, responsável pela TV
Brasil e a Agência Brasil.
O jornalista, que foi diretor-geral da
EBC, estava na presidência desde agosto do ano passado. Rumores
indicam que ele teria peido demissão alegando ingerência política na EBC.
Além de Martins, deixam a empresa pública Myriam Porto,
diretora de produção, e Asdrúbal Figueiró, que acumulava os cargos
de diretor-geral e diretor de conteúdo e
programação. Ficam, portanto, quatro cargos abertos.
O atual vice-presidente de gestão e relacionamento da EBC,
Américo Martins assumiu a presidência da empresa em 2015.
Sua ascensão coincidiu com uma nova gestão da secretaria de Comunicação Social
da Presidência da República (Secom), sob o comando do ministro Edinho Silva.
Desde então, as entidades representativa de trabalhadores da Comunicação -
segundo informa o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal-,
denunciam o aparelhamento com nomes indicados pela Secom para cargos de gestão.
O "cabidão", como passou a ser conhecido dentro da empresa, tornou-se
pauta central da greve de 10 dias que mobilizou quase 1000 trabalhadores da EBC
em novembro de 2015.
A EBC é a holding que congrega a TV Brasil, Canal NBR, Rádio Nacional (AM-FM e Ondas Curtas) e Agência Brasil de Notícias.
O braço longo e pesado da Secom também passou a ser sentido
na linha editorial. “Na Agência Brasil, principal portal de notícias da
empresa, a preocupação com a imagem do governo ganhou espaço. Pautas positivas
para o governo, como a transposição do Rio São Francisco, foram impostas sem
abrir o devido espaço para o contraditório. Outras, de caráter público, como o
futuro do Edifício A Noite, prédio
histórico, onde funcionou a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, foram proibidas.
A contratação de comentaristas e apresentadores ligados ao governo pela TV Brasil
também sinaliza para interferência da Secom na linha editorial da EBC” –
informa o portal do Sindicato.
As entidades sindicais de Jornalistas e Radialistas do Rio
de Janeiro, Brasília e São Paulo, bem como a Comissão de empregados da EBC
cobram do governo esclarecimento sobre a demissão de Américo Martins e reivindicam
a aplicação de mecanismos concretos de preservação e fortalecimento da
autonomia da empresa. Requerem ainda transparência na indicação do novo
presidente da EBC e participação social nesse processo.
O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) manifestou
sua preocupação com o “crescente processo de degradação da autonomia da EBC”. Em
nota diz haver falta de transparência e de diálogo com a sociedade, por parte
do governo, acerca do projeto de comunicação pública a ser implantado no país e
reafirma a existência de “interferências e ingerências políticas indevidas,
tanto na nomeação de cargos de direção quanto na programação das emissoras e
veículos geridos pela EBC”.
Para o Fórum existe no governo confusão entre comunicação
pública e comunicação governamental. “O produto dessa confusão traz um enorme
prejuízo à própria sociedade brasileira, que se vê impossibilitada de realizar
sua experiência de comunicação pública, baseada numa programação educativa,
cultural, artística, informativa e científica que promova a cidadania e
desenvolva a consciência crítica das pessoas” – diz o fórum.
A EBC divulgou uma curtíssima nota onde afirma que o desligamento da EBC foi motivado por
questões pessoais e que na sua curta gestão, “trabalhou para aumentar a
relevância dos veículos da EBC, investindo em mais esporte, fortalecendo os
conteúdos jornalísticos e apoiando projetos, como a expansão da Rede de TV
Digital.”
Os dirigentes
demissionários, segundo a EBC, continuam no cargo até a publicação das
respectivas exonerações no Diário Oficial. Mário Maurici de Lima Morais, é o cotado para assumir o posto deixado por Martins.
sabe quem trabalha lá? thassia alves, cargo comissionado. ela é mulher do candidato derrotado alexandre padilha e hoje na secretaria de saude da prefeitura de são paulo.
ResponderExcluirela não é concursada,ela é indicação! e não é nenhum processo seletivo externo... foi indicada por quem???????????
fora pt!!!
Muita coisa ocorre debaixo do tapete obscuro da EBC, principalmente em contratos, e pessoas assumindo cargos cabíveis a concursados, porém muitos sem nenhum vinculo com a administração pública e sem estarem habilitados para tal, assumem cargos também de coordenação, gerências, gerências executivas e Superintendências, uma vergonha
ResponderExcluir"O atual vice-presidente de gestão e relacionamento da EBC,
ResponderExcluirAmérico Martins"
O vice-presidente é o Mário Maurici, e não o Américo. O Américo é o ex-presidente
Empresa Pública que não respeita as leis, ela deveria dar exemplo, mas jogou a lei dos radialistas no lixo, são tantas as irregularidades que nem da pra relatar aqui.
ResponderExcluirFalando em cabide, na rádio no RJ ocorre uma das maiores aberrações, vocês sabiam que tem pai que é chefe de filho?
EBC é Empresa Brasil de Comunicação e não "Brasileira"
ResponderExcluirCorrigido Wellington Barbosa. Grato pelo alerta.
ResponderExcluirDigna de aplauso a atitude desses colegas que não se submetem a escancaração desse jornalismo chapa-branca de quinta categoria. Não é à toa que o grande sonho de consumo desses mentecaptos é a chamada "democratização" da mídia,com o absoluto nivelamento por baixo. Como um governo que mal e porcamente dá conta da geração de conteúdo de qualidade para os seus veículos tem a audácia de se propor a dar pitaco na produção de conteúdo jornalístico nas empresas privadas? A razão dessa "democratização" visa tão somente abrir espaço para aqueles que só falem bem do governo. Eles não estão preocupados com uma programação mais qualificada, caso contrário implantariam nessas nulidades de TV's estatais que sequer conseguem traços de audiência.
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