Telefonia celular: operadora evangélica quer atrair 5 milhões de usuários
A Movttel e a Assembleia de Deus lançaram na quinta-feira, 1/10, a operadora de telefonia móvel virtual (MVNO) Mais AD, voltada para o segmento evangélico e que tem o objetivo de chegar a 1 milhão de acessos até o fim de 2016 e 5 milhões até 2025, o que a tornaria uma das maiores MVNOs do mundo. Para efeito de comparação, nos EUA, a Virgin, um dos casos mais bem-sucedidos de operadora móvel virtual, tem hoje cerca de 6 milhões de assinantes.
“Queremos nos tornar uma das maiores operadoras de telefonia do mundo em cinco anos”, prevê Raul Aguirre, diretor-geral da Mais AD. “Montamos um negócio exato para a Assembleia de Deus e seus fieis. Com plataforma de conteúdo e acesso às informações da igreja”.
O lançamento ocorreu durante o 69º Encontro Bíblico dos Obreiros em São Paulo. Contou com a presença de mais de 5 mil pastores do Brasil e exterior que chamaram o novo produto de “telefone evangélico”– embora seja vendido apenas o chip (SIM) pré-pago. “Não se vai vender telefone. Vamos vender chips”, afirmou o pastor José Wellington Bezerra da Costa, líder da Assembleia de Deus ao seu rebanho. “Você vai ter tudo aquilo que um telefone tem e Mais AD’”.
A Mais AD, que usará a rede de 3G e 4G da Telefônica/Vivo para funcionar, teve uma ‘oração’ antes da primeira ligação realizada por Aguirre. O “Mais Chip” custará R$ 9,90 e as recargas poderão ser feitas na Rede Trel, em 45 pontos de venda e na rede da Vivo.
Ao preço de R$ 6,90 por semana, o usuário terá acesso a um pacote de internet de 75 MB, SMS ilimitado e franquia de 100 minutos entre linhas da Mais AD. O cliente da nova operadora móvel virtual terá acesso a conteúdos evangélicos por SMS, como: pedidos de oração, momento com a bíblia, endereço de igrejas, testemunhos, informativo evangélico, tema da semana e calendário.
‘Igual a Avon...’
Na sociedade, a Movttel possui 50% das ações e os outros 50% são pertencentes a uma entidade ligada à Assembleia de Deus. A Vivo fica responsável pela estrutura da rede de telefonia e sua parceira evangélica cuidará da logística, marketing e comércio. As proporções de divisão de receita com a Vivo não foram divulgadas.
A Mais AD usará a estrutura da igreja para vender os chips telefônicos, inicialmente nas 18 mil representações da Assembleia em São Paulo e em cidades do interior paulista. As igrejas do interior poderão instalar franquias. Questionado sobre um possível impacto da crise econômica na nova operação, o diretor-geral acredita que a Mais AD pode crescer mais com o momento financeiro difícil no País, pois os fieis “ficam mais unidos” neste período.
A força de vendas em São Paulo é composta por sete supervisores, 45 vendedores e 400 colaboradores (voluntários), em um sistema de vendas “porta em porta” e similar à Avon”, explica Aguirre. Todos os vendedores são fieis da igreja.
Concorrência
Além da comunidade de fiéis da Assembleia de Deus, a Mais AD aposta em parceria com outras igrejas para crescer e em uma futura internacionalização da operadora. Mas Aguirre espera rivais de outras “denominações evangélicas” em pouco tempo. Uma das possíveis rivalidades pode ser com outra enabler: a Sisteer. A empresa francesa trabalha com o público cristão por meio de MVNOs fora do Brasil, e possui autorização da Anatel para funcionar no País.
Histórico
A Mais AD surgiu em janeiro deste como “Alô”, ao ser aprovada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) como operadora de telefonia móvel virtual credenciada pelo órgão regulador brasileiro tendo a Movttel sendo sua enabler – faz o elo entre Vivo e Mais AD. A operadora evangélica demorou oito meses para tornar-se ativa. Aguirre explicou que a demora deu-se por “integrações sistêmicas e complicadas com a Vivo”, tanto que apenas o acesso pré-pago foi liberado e não há previsão para o pós-pago.
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