Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
A queda pode ser corajosa, pode ser digna, pode ser épica.
Considere.
O presidente da Abril, Fabio Barbosa, procurou o diretor de redação da Veja, Eurípides Alcântara, para tratar de um assunto que o preocupara: o envelhecimento dos leitores da revista. Este é um drama para qualquer publicação. Nos anos 1980, o Estadão perdeu uma liderança centenária para a Folha exatamente pelo envelhecimento de seus leitores.
Leitor jovem, como qualquer tipo de consumidor jovem, é tudo que os editores querem: isso costuma garantir fidelidade por muito tempo. E é um excepcional fator de atração de anunciantes, também eles em busca de jovens, com seu imenso apetite por consumir, consumir e ainda consumir.
Para jornais e revistas, há um drama adicional: leitores velhos não demoram muito a morrer. É triste, mas é a vida como ela é.
Posto diante do problema do envelhecimento dos leitores, Eurípides se saiu com a seguinte resposta: “Somos que nem o Charles Aznavour. Sempre vamos ter o nosso público.”
Não ficou claro se Fabio Barbosa comprou a resposta. Mas uma frase dessas, numa corporação, jamais morre numa única conversa. Não se sabe bem como, ela passou a ser contada como piada entre os executivos da Abril.
Não é a única.
Gargalhadas explodem quando é rememorada a primeira reunião de Alexandre Caldini, comandante da divisão de revistas da Abril, com os novos subordinados. “Nosso negócio é revista”, disse ele. “Quem não acredita em revista pode levantar e ir embora.” Só faltou, para a perfeição, o fecho justo: “O último apaga a luz, por favor.”
De volta a Aznavour.
Não é algo que possa ser usado como arma de vendas pela equipe de propaganda, naturalmente. Quem anuncia quer um público interessado em consumir mais que bengalas e medicamentos diversos.
O público que lota as exibições de Taylor Swift é mais auspicioso, aos olhos do chamado mercado, do que os veteranos que prestigiam Charles Aznavour.
Fora da comédia, como a Veja se rejuvenesceria para ganhar público jovem?
É a chamada missão impossível.
O conteúdo teria que ser outro, capaz de captar o espírito do tempo. E a mídia, em si, também: o papel morreu.
Dito tudo isso, é divertido imaginar os funerais da Veja com a trilha sonora de Charles Aznavour.
Dance in the old fashioned way.
O articulista tem a pretensão à altura do título do blog onde milita; o Blog do Cenbtro do Mundo", só enxerga o próprio umbigo. No pináculo de sua sapiência modernosa sapecou o fim do papel e a assunção definitva da era digital, a prevalência dos consumirodes jovens (com que dinheiro?) sobre os mais rodados e a dispensa sumária da expeirência e capacidade de realização de gerações e gerações de jornalistas sérios e competentens que precederam e (pretensamente) tentaram ensinar algo ao ilustre blogueiro: informação de qualidade, bem apurada, com relevância e substância, nunca perderá seu lugar nos corações e mentes das pessoas, atpé mesmo porque os jovens de hojhe também envelhecem. Ah, e talvez daqui a 10 mil anos não se conasiga rodar uma mídia digital qualquer, mas com certeza se poderá manusear um livro presrvado em uma biblioteca. Ou será que os nazitecnológicos queimarão as bibliotecas também?
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