sexta-feira, 21 de novembro de 2014

EUA: Eleição ao Senado mostra como internet pode servir para análisar perfil do eleitor

Avaliação do especialista em marketing Gabriel Rossi, que compara o uso das redes sociais entre os dois países

As eleições para o Senado nos Estados Unidos pegaram o presidente Barack Obama de surpresa, com a “vitória” do Partido Republicano, que conseguiu maioria no Congresso Nacional. E serviram para provar que o uso de redes sociais na internet pode ir além da tentativa de contato direto com o eleitor, que se traduz em uma guerra entre militantes. “Nos Estados Unidos existe uma orientação para o uso da internet como ferramenta de análise do comportamento do consumidor. Aqui no Brasil estamos longe disso”, afirma o estrategista em marketing Gabriel Rossi.
O especialista explica que na mais recente eleição presidencial brasileira as redes sociais foram inundadas de ataques e comentários preconceituosos, sem apresentação de plano de governo. “Nos Estados Unidos as equipes responsáveis pelas campanhas se preocuparam em monitorar e identificar o provável eleitor. 
O comportamento do internauta é avaliado constantemente e há interface direta com ele. Tudo sobre uma pessoa que pode ser medido é medido. Se ela ‘curte’ certos apresentadores de TV considerados mais à esquerda, ou compartilha mensagens a favor do casamento gay, é considerada um democrata potencial. Após esta identificação, o internauta recebe uma ligação personalizada do partido político. Uma aproximação muito mais eficaz.”
O Big Data – como é chamado o grande armazenamento de dados – sabe o que o eleitor precisa ouvir, quais argumentos o fariam sair de casa para votar. A espionagem norte-americana nas redes sociais dos hábitos políticos, culturais e de consumo dos eleitores cresce há seis anos, quando Chris Hughes, um dos fundadores do Facebook, pilotou a campanha de Barack Obama nessas mídias.

“A orientação para o uso da internet como ferramenta de análise do comportamento das pessoas contribui para melhor uso de recursos e mensagens. Por outro lado, pode colocar em xeque a privacidade do internauta. Porém, no Brasil continuamos a usar as redes sociais como um campo de batalha de militantes. Ou o Brasil começa a pensar neste modelo de precisão de pesquisa ou viverá sempre na margem de erro”, finaliza Rossi.

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