domingo, 20 de julho de 2014

Três jornalistas da TV Senado disputam eleições para Deputado Distrital

Colegas candidatos

Por André Ricardo, no Blog do André Ricardo

Eles estão de licença desde o começo do mês, como manda a legislação. Não é para tratamento de saúde, capacitação ou assuntos particulares, mas para contribuir com o processo político na cidade onde vivem. São três colegas batalhadores, talentosos, engajados. Com pouco dinheiro, a investida no confuso, árduo e ingrato mundo da política torna-se uma aventura e tanto. Jornalistas efetivos da TV Senado, eles têm trajetórias diferentes, mas pontos em comum, dentre eles, o fato de serem cariocas. Abaixo, um resumido perfil de Thiago, Solange e Chico – brasileiros que renunciam a sossego e privacidade para qualificar a corrida rumo à Câmara Legislativa do Distrito Federal. A eles, meus parabéns e boa sorte.
Thiago Tibúrcio está em Brasília há menos de dez anos. Recém-formado, trabalhou na TV Globo, do Rio, onde chegou à produção do Jornal Nacional. Apesar do futuro promissor, pediu demissão e partiu em busca de novos sonhos. Veio para Brasília, passou em concursos, trabalhou em outro local, até ser chamado para a TV Senado onde é repórter há pouco mais de cinco anos. Católico engajado, é diretor da Sociedade de São Vicente de Paulo, pela qual desenvolve trabalhos junto a comunidades carentes. Antes, presidiu o Movimento Eucarístico Jovem. Candidato a deputado distrital pelo PDT, quer combater o que chama de “sequestro da representatividade” no meio político. Se eleito, seu mandato deve priorizar a fiscalização das contas do Poder Executivo, o fim de privilégios parlamentares e a defesa de projetos que promovam a dignidade humana. Com campanha modesta, aposta nos ideais que defende e no trabalho de formiguinha dos colaboradores, mas reconhece: o importante não é ganhar, mas sim marcar a posição de que existem pessoas sérias e comprometidas com o que é justo e para todos.
* Solange Calmon já tinha passado pelo Jornal do Brasil, no Rio, quando chegou a Brasília, três décadas atrás. Servidora do Senado, foi uma das pioneiras da TV. Nos anos 80, ajudou a viabilizar o Partido Verde, dando suporte a militantes que vinham a Brasília. Depois de militar por dois anos no PV, desfiliou-se. Anos atrás, começou a fazer trabalho voluntário com pessoas cegas. Animada pela experiência, criou o programa Inclusão, que passou a dirigir e apresentar, trazendo ao debate questões de cidadania, acessibilidade, direitos humanos. Programa mais premiado da emissora, já abordou a causa dos hansenianos, dos autistas, da terceira idade, a questão das doenças raras, do racismo etc. Convidada, decidiu candidatar-se, ao vislumbrar a chance de fazer a inclusão na prática. A família tentou demovê-la da ideia, mas a vontade de batalhar foi mais forte, mesmo sem dinheiro para bancar o desafio. Eleita, pretende pôr o mandato a serviço das pessoas com deficiência, da luta das mulheres e em favor do bem-estar das crianças. É candidata a deputada distrital pelo PCdoB.
* Chico Sant’Anna integra uma geração que revolucionou o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF no final da década de 1970. Recém-formado, Chico despontou na liderança da categoria ocupando cargos no Sindicato e nas Federações Nacional (Fenaj) e Internacional (FIJ) de Jornalistas.
Profissionalmente, atuou na TV Globo, Folha de S. Paulo, entre outros veículos. Há 20 anos na TV Senado, dirige ultimamente o programa Diplomacia. Tem doutorado em Ciências da Informação e Comunicação pela Universidade de Rennes 1 (França).
Sua tese sobre comunicação pública virou livro e foi premiada.
Em 2010, candidatou-se ao Senado pelo PSOL – mesmo partido pelo qual lança-se agora a deputado distrital, buscando ser um especial defensor e vigilante dos interesses dos cidadãos brasilienses.
Para bancar a campanha, conta com doações de amigos e simpatizantes do projeto. Eleito, pretende priorizar quatros áreas: mobilidade urbana, qualidade de vida, desenvolvimento sustentável e comunicação social.
Quer transformar em projetos ideias como transformar a linha férrea da extinta RFFSA em um Trem Urbano do Distrito Federal implantar bilhete único diário e mensal no transporte coletivo e dar estímulo fiscal para quem preservar a vegetação nativa do cerrado ou recuperar áreas degradadas.

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