domingo, 16 de junho de 2013

A batalha das telas

Por Orlando Senna, publicado anteriormente em blog Refletor, em 14/06/2013

Há indícios de que está surgindo no horizonte a ideia de um mercado comum audiovisual BRICs, um bloco de produção/difusão formado por Brasil, Rússia, Índia e China, lastreado no potencial de consumo de suas populações, que somam mais de três bilhões de pessoas. O assunto estaria sendo aventado em Brasília e em Pequim e, se andar, será um alvoroço no mercado mundial de cinema, TV, videogame e internet. 
É o século XXI se mexendo. Além de cogitações, também há fatos. No inicio de maio, Estados Unidos e China tiveram um embate relacionado com mercado cinematográfico. A China cobrou um imposto altíssimo pela exibição em seu território de Homem de Ferro 3. Os Estados Unidos têm direito a 25% da bilheteria de seus filmes exibidos na China e argumentam que todos os impostos já estão embutidos nos 75% que ficam nos cofres chineses. A China pretende aumentar ainda mais o imposto e não quer conversa, o que quer é diminuir cada vez mais a presença de Hollywood em suas telas.
Duas semanas depois os ministros de Cultura de 14 países da União Europeia pediram aos líderes políticos da zona do euro que excluam o setor cultural das negociações de livre comércio com os Estados Unidos, com a intenção de proteger a Europa da enxurrada de filmes e programas de TV made in USA. Ou seja, que os produtos culturais não podem obedecer às leis do mercado porque contêm valores imateriais não mensuráveis em uma contabilidade. As regras devem ser outras. O movimento é liderado por Alemanha e França e o assunto voltará (já esteve por lá uma vez) à OMC-Organização Mundial do Comércio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário