domingo, 28 de outubro de 2012

[Veja o vídeo] Jornalistas são agredidos em comitê de Neucimar após fim da eleição


Ao final das apurações do segundo turno em Vila Velha, um cinegrafista foi covardemente agredido por partidários do atual prefeito de Vila Velha, Neucimar Fraga (PR). Imagens feitas com exclusividade pelo cinegrafista da TV Vitória, Lucas Barcellos, mostram a agressão sofrida por jornalistas no comitê do candidato à reeleição, após a derrota.
 Os correligionários de Neucimar Fraga tomaram o equipamento da equipe da TV Gazeta e, em seguida, agrediram o cinegrafista Wagner Martins. Como mostram as imagens, Wagner tenta se proteger e sai do local. Mesmo assim, o cinegrafista acabou perseguido pelo grupo e empurrado ao chão.
 Em seguida, os agressores partiram para cima da equipe da TV Vitória, que registrava a confusão, e teve o equipamento quebrado.
 O cinegrafista Wagner Martins sofreu ferimentos na cabeça e foi resgatado de ambulância e está internado em um hospital particular de Vitória. Ele está consciente, mas ainda aguarda resultados de exames que possam informar a gravidade das lesões.
Veja o vídeo

sábado, 27 de outubro de 2012

Opinião: A grande imprensa brasileira tem lado e classe social

Por Isabel Harari e Mailliw Serafim, publicado originalmente em Carta Maior

Informação é poder. Pode ser um elemento de manipulação ou de democratização de acordo com a forma como é veiculada. No processo eleitoral, a informação torna-se um instrumento valioso que, de acordo com o cientista político Francisco Fonseca, doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), pode mudar o destino da sociedade. 

À Carta Maior, Fonseca salienta a importância da democratização da informação no jogo político atual e a necessidade da regulamentação da comunicação, que, segundo ele, deve partir do próprio Estado, como forma de garantir a prioridade dos interesses coletivos em relação aos individuais. “No mundo da informação no Brasil há um verdadeiro laissez-faire, em que o Estado brasileiro intervém pouco, é extremamente frouxo na sua regulação. O jogo da informação pública é um jogo privado, pouco fiscalizado, pouco regrado”, diz.

Carta Maior - Como você enxerga a dinâmica entre a informação e o poder no processo eleitoral? 

Francisco Fonseca - Na verdade há um conjunto de fatores para fazer essa avaliação. Um ponto importante é que informação é poder e as pesquisas de opinião não são diferentes: expressam um tipo de informação que pode fazer que as pessoas mudem ou consolidem o seu voto. Os países que nós chamamos de democráticos são muito mais zelosos, digamos assim, por colocarem regras em tudo que envolve a informação. O tema informação, mídia, publicidade e propaganda, pesquisa, tem uma liberalidade incrível no Brasil.

CM - Se a informação é poder, como driblar as promessas e realizações expostas pelos candidatos, muitas vezes irreais?

FF - O que mais afeta o cidadão na sua decisão do voto é a sua própria experiência. Há um choque, se assim posso chamar, entre informação e experiência. A campanha do Serra, que é uma campanha de continuidade do governo, sempre nos mostra hospitais equipados, as AMAs [Assistência Médica Ambulatorial], as UBSs [Unidades Básicas de Saúde], e no fundo quem vive na periferia sabe que não é assim. Existe aí o choque entre informação e experiência. O brasileiro se informa majoritariamente pela televisão, que no Brasil é muito boa tecnicamente e muito ruim em termos de conteúdo – é desprovida de conteúdo. Então é claro que ela forma. Como diz Manuel Castells [sociólogo espanhol, autor de “Sociedade em rede”], a mídia enquadra a política. Aonde eu quero chegar: se a experiência de vida conta, também conta a mídia como agente de manipulação e enquadramento da política.

CM - Pode haver manipulação pelos meios de comunicação na forma da divulgação dos resultados das pesquisas? No site do Ibope, por exemplo, está escrito que sua maior função é “fornecer conhecimento estratégico”. A Globo encomendou uma pesquisa para o Ibope na semana passada, mas o resultado, com o Haddad bem na frente, foi divulgado no SPTV, e não no Jornal Nacional. Se o Serra estivesse na frente, a Globo veicularia o resultado no JN?

FF - A veiculação tem uma importância crucial. Ao meu ver uma lei eleitoral deveria regular não só pesquisas, mas também sua veiculação. O que é básico para ser informado? O voto espontâneo, a rejeição e o grau de tendência das regiões mais populosas. O resto poder dar também, mas isso tem de ser divulgado. O jogo da informação pública é um jogo privado, pouco fiscalizado, pouco regrado. Já foi pior, mas ainda temos de caminhar muito. 

Evidentemente, os liberais, os conservadores vão dizer: “é censura, é intervenção. Nem pesquisa mais eu posso fazer!”. Só que não é uma pesquisa sobre se você gosta mais de chocolate ou bolacha, é uma pesquisa que envolve os destinos públicos e coletivos. Tudo que envolve o destino de uma comunidade tem de ser regulado pelo Estado. O direito coletivo, em última instância, se sobrepõe ao direito individual, essa é a marca da democracia. E as pesquisas, tal como são feitas hoje, significam o contrário: o direito individual se sobrepõe ao coletivo.

CM - O Serra disse que poucas vezes as pesquisas foram tão erradas, mas que isso não é por conta de má fé, e sim por dificuldades metodológicas. A consequência disso, segundo ele, é o condicionamento das pessoas, o que traria um prejuízo enorme.

FF - Nós não sabemos o que é erro técnico, má fé ou interesse político. A fala do Serra tem de ser circunscrita, porque ele estava na frente, então é um momento de oportunidade, circunstância. Nessa época, os candidatos, em particular o Serra, que é um candidato que joga as últimas fichas de sua carreira política, quer tirar proveito da pesquisa. É uma fala conjuntural, oportunista. Mas, tirando a questão da conjuntura, é possível dizer que as pesquisas erram.

CM - Existe um choque, no uso das informações, entre os interesses dos institutos de pesquisa privados e os da sociedade?

FF - Todo mundo tem o direito de montar um instituto de pesquisas. Esse é o direito individual, mas e o direito coletivo? Se o instituto faz uma pesquisa na quinta ou na sexta [últimos dias antes da eleição], período em que o grau de confiabilidade é pequeno, então é uma irresponsabilidade o Estado permitir que o direito individual se sobreponha ao coletivo. Nós como comunidade não podemos estar sujeitos a uma informação potencialmente falsa, pois há um incrível transe de mudança de voto do sábado para o domingo e que a pesquisa não vai captar. 

CM - Você acha que os institutos de pesquisa têm um viés ideológico?

FF - Em particular o Datafolha, um instituto ligado a um jornal que claramente tem lado. A grande imprensa brasileira tem lado e classe social. Para o meu livro [“O consenso forjado”] eu entrevistei o Otávio Frias Filho. Perguntei a ele o que era opinião pública, o que a Folha de S. Paulo entendia como opinião pública. Ele respondeu que era a classe média: “nós somos um jornal de classe média para a classe média”. E a classe média vota no Serra. Me parece que essa politização da imprensa está respingando nos institutos. Me chama mais a atenção os erros do Datafolha do que os do Ibope. Não estou dizendo que este seja imune, mas o Datafolha tem essa relação com o jornal que claramente tem classe e uma visão de mundo muito específica. 

Esses erros podem ser trágicos para o destino do país. No mundo da informação no Brasil há um verdadeiro laissez-faire, em que o Estado brasileiro intervém pouco, é extremamente frouxo na sua regulação, e as pesquisas – embora tenha uma lei, o que já é um avanço – possuem muitas falhas, muitos buracos que precisam ser preenchidos.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Horário eleitoral influência legião de usuários do Twitter

Enviado por Aline Corrêa

Acirramento da disputa entre candidatos no 2º turno das eleições gera forte mobilização durante as transmissões do horário eleitoral na TV;


O horário eleitoral do 2º turno veiculado nas emissoras de TV influencia votos, gera argumentos para quem deseja convencer indecisos e é amplamente debatido durante sua exibição pelos “frequentadores” de redes sociais. Durante 9 dias a E.life monitorou usuários do microblog simultaneamente à exibição do programa político, entre 20h30 e 21h. Especializada em inteligência de mercado e gestão de relacionamento nas redes sociais, a E.life mensurou o engajamento dos usuários com o conteúdo veiculado no horário eleitoral, apontando ainda o impacto dos discursos e propostas apresentados pelos candidatos Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) na opinião dos “eleitores-twitters”.
“Engana-se quem afirma que o horário eleitoral, por ser chato para muitos, é pouco influente na decisão do pleito”, afirma Andrea Hiranaka, gerente de Pesquisa de Mercado e responsável pela condução do estudo. “Nossa conclusão está embasada em milhares de posts, e seus respectivos conteúdos, veiculados exclusivamente enquanto o debate discorre na TV”, explica. 

‘Eleitores-twitters’ atuam na rede como detratores ou promotores de Fernando Haddad e José Serra em debates simultâneos à veiculação do programa político;
 
“A era das famílias reunidas em frente à TV para discutir a programação está dando lugar para um fenômeno ainda mais forte, que rompeu as barreiras domiciliares e hoje pode ser percebido pela influência que a televisão, em especial a publicidade, exerce em conteúdos de redes sociais”, defende Alessandra Lima, CEO e fundador da E.life. De acordo com o executivo, “40% dos assuntos que ganham popularidade com rapidez no microblog (trending topics) são influenciados, direta ou indiretamente, pela programação da TV”. 
O levantamento mostra que assim como no 1º turno e parte do 2º, José Serra se manteve como o candidato mais “falado” (share of buzz) no Twitter. Mas a análise do share of buzz não informa se os comentários a respeito de Serra, somados, foram favoráveis ou não em sua disputa ao cargo de prefeito da cidade de São Paulo.
A análise dos retweets (RTs), ou seja, posts mais replicados nesta rede, mostra que o candidato do PSDB tem clara vantagem empotencial de impactados, impulsionado principalmente pelo perfil do Pastor Silas Malafaia. Nos dias da análise, dos 10 tweets com mais RTs que citam Haddad e Serra, seis deles claramente apoiam o tucano, chegando a impactar 6,2 milhões de pessoas contra 4,2 milhões do candidato do PT.
Fernando Haddad, atualmente o candidato com maior percentual de intenção de votos nas pesquisas, é aquele que recebeu mais apoio dos internautas no Twitter por meio de hashtags. Durante os dias de horário político analisados no 2º turno pela E.life, dos 42.904 tweets que citam Fernando Haddad e José Serra, 1.642 possuem hashtags claramente favoráveis ao petista, somando, neste modelo, 4,1 milhões de pessoas impactadas contra 2,1 milhões do tucano.

1º turno
A E.life também monitorou no Twitter outros candidatos à prefeitura de São Paulo no 1º turno, no período de 9 de agosto a 13 de outubro. Apesar de Celso Russomano ter estado à frente nas pesquisas de intenção de votos, Fernando Haddad e José Serra (que chegaram ao 2º turno) apresentaram maior número de menções no microblog. “Pode ser apenas uma coincidência, exigiria uma análise muito mais complexa, mas de qualquer forma o buzz quantitativo mostrou legitimidade da análise”, afirma a gerente à frente do estudo.
O candidato Fernando Haddad defendeu durante o horário eleitoral, entre outros assuntos, reformas na educação municipal e suas propostas geraram tanto buzz positivo quanto negativo. Picos de buzz sobre José Serra trazem comentários negativos do candidato e demonstraram seu alto índice de rejeição. Russomano foi criticado por seus discursos e Soninha foi lembrada mais pela chuva artificial que aparecia em seus comerciais que pelas suas propostas.
Na semana de votação do primeiro turno, os picos de engajamento se intensificaram. Notícias positivas sobre o Haddad ganharam retweets de seus apoiadores enquanto o programa de Serra foi alvo de brincadeira ao mostrar sua trajetória. A partir da segunda semana de setembro, o percentual de intenção de votos de Celso Russomano diminuiu, enquanto o buzz a seu respeito aumentou. “Esse comportamento revela claramente a mobilização ocorrida contra o candidato”, reforça Andrea Hiranaka.

Clique aqui para ver a íntegra da pesquisa



Brasil: TV paga chega a 15,4 milhões de lares

De Portugal Digital

O número de domicílios com serviço de TV por assinatura no Brasil cresceu 1,84% em setembro, em relação ao mês anterior, com 277,6 mil novas adições no mês. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o país tem 15,4 milhões de casas com TV paga. O crescimento do setor nos últimos 12 meses foi  29,5%.
A participação do serviço prestado via satélite atingiu 59,48% no mês passado e a do serviço a cabo alcançou 39,46% dos assinantes. A NET lidera o mercado com 34,06% de participação; seguida pela SKY, com 30,98%; Claro, com 18,98%; Telefônica, com 3,99% e Oi,  participada da Portugal Telecom, com 3,92%.
Considerando o número médio de 3,3 pessoas por domicílio, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os serviços de TV por assinatura são distribuídos para aproximadamente 50,8 milhões de brasileiros.
Em setembro, os serviços de TV por assinatura estavam presentes em 25,9% dos domicílios no país. A Região Sudeste ainda lidera o indicador, com a presença do serviço em 37,1% dos domicílios.

Poema: Censura prévia

Por

censura prévia é previsível -
redes rompem paredes

domesticam o ouvir
higienizam o olfato
narcotizam o olhar
isolam o tato
anulam o sentir
controlam o contato
inibem a atitude
evitam o que soa
reprimem a política
castram a pessoa




Opinião: Verba publicitária e Sadomasoquismo

Por Fernado Ferro*, publicado originalmente em Brasil 247

Ainda é profundamente concentrada a distribuição das verbas oficiais de comunicação. Parece que tomamos gosto por rituais de sadomasoquismo midiático
Os jornalecos e almanaques reacionários de oposição, tipo Veja, vez por outra têm um de seus capangas acusando jornalistas de "chapa-branca" na tentativa de encurralar qualquer visão séria e democrática sobre o Partido dos Trabalhadores e os governos do PT. Por trás destas críticas reside um viés ideológico como porta-voz da direita no Brasil, bem como um certo mal estar pela perda da sustentação financeira com o dinheiro oficial.
A partir do governo Lula, praticou-se uma distribuição mais justa em termos regionais na descentralização dos receptores do dinheiro da publicidade oficial. Nosso governo incorporou no mailing dos meios de comunicação do Estado brasileiro desde redes regionais até o sistema de rádios comunitárias e jornais espalhados por diversas regiões do Brasil. Este gesto atraiu o descontentamento dos Civitas da vida, que querem monopolizar e concentrar os meios e suas receitas. Apesar da mudança, ainda é profundamente concentrada a distribuição das verbas oficiais de comunicação.
Observa-se que dos R$ 161 milhões repassados à emissoras de rádios, TV, jornais, revistas e sites, desde o início do governo Dilma, R$ 50 milhões foram destinados apenas para a TV Globo, quase um terço de toda a verba – ao todo,  o Sistema Globo de Comunicações recebeu R$ 55 milhões.  Já a "imparcial" revista Veja, por sua vez, recebeu R$ 1,3 milhão; e o os tentáculos on-line da Editora Abril também receberam mais R$ 353 mil. Enquanto isso, a revista "parcial" Carta Capital recebeu, no mesmo período, R$ 119 mil.
Em outros termos, pagamos uma mídia para nos atacar, nos destruir e se organizar em quadrilhas, como no caso recente da dobradinha Veja/Cachoeira.
Isto não é justo. Não é correto. Precisamos rever a distribuição de verbas publicitárias, que hoje se constituem num verdadeiro acinte à democracia. Não se trata apenas de regular os meios de comunicação, devemos promover uma justa redistribuição das verbas publicitárias do Governo.
Por fim, é bom que se note que aqui não foram incluídos os repasses das verbas publicitárias das empresas estatais de economia mista, como o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, Correios, Grupo Eletrobrás, Petrobrás, etc.
Ora, parece que tomamos gosto por rituais de sadomasoquismo midiático ou praticamos a gentileza dos submissos.
*Deputado federal (PT-PE) e vice-líder da Bancada do partido na Câmara

Minicom ameaça punir TV Cultura com suspensão de transmissão

A TV Cultura está ameaçada de ser tirada do arpor até dois dias, por decisão do Ministério da Comunicação. A suspensão, já publicada no Diário Oficial, é uma punição pelo não cumprimento do credenciamento do quadro diretivo da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, junto ao órgão.
Pela lei de telecomunicações, o ministério tinha de ser comunicado oficialmente, em 2010, que João Sayad estava assumindo a presidência da Fundação Padre Anchieta. A TV Cultura encaminhará recurso ao ministério."
Mais detalhes, clique aqui.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Porto Alegre: TV Senado opera em parceria com TV Assembléia

Acompanhar o trabalho dos senadores e dos deputados federais e estaduais do Rio Grande do Sul está mais fácil. Desde o dia 22 está está no ar o canal digital da TV AL – da Assembleia Legislativa do estado do Rio Grande do Sul, compartilhado com a TV Senado e TV Câmara. O canal da TV AL-RS é o é o 61.2. 
As tratativas para a implementação se iniciaram em 2010. Em agosto de 2011, a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados assinaram acordo de cooperação técnica para concretizar o plano. Pela resolução, a Câmara ficou responsável pela compra dos equipamentos. À Assembleia, coube o custeio do aluguel da torre, do espaço para instalação dos transmissores e da energia elétrica.
Uma das características da TV digital é a multiprogramação: um único canal pode ser subdividido em quatro. Na Rede Legislativa, os quatro serão ocupados pelas transmissões das programações da Câmara (canal 61.1), do  Senado (canal 61.3), da AL (canal 61.2) e da Câmara de Vereadores local (canal 61.4).
Para sintonizar a TV AL digital é preciso ter um aparelho com conversor digital integrado ou acoplado. A TV AL continuará sendo transmitida pelo canal 16 da NET. A programação também pode ser assistida pela internet (www2.al.rs.gov.br/tvassembleia).

sábado, 20 de outubro de 2012

Revista ‘Newsweek’ não terá mais versão impressa


A partir de 31 de dezembro, a revista semanal americana "Newsweek" vai se tornar exclusivamente digital e passará a se chamar "Newsweek Global", com uma edição mundial unificada, informaram ontem Tina Brown, editora-chefe da "Newsweek Daily Beast", e Baba Shetty, presidente da companhia, por meio de uma nota divulgada no site "Daily Beast".
A transição envolverá corte de pessoal, mas a mensagem não informa de quantos nem quando ocorrerá.
De acordo com os dois executivos, a fonte principal de receitas da revista digital, que estará disponível para leitores de mídias eletrônicas e tablets, virá do número de assinaturas. Parte do conteúdo também estará disponível na internet por meio do site "Daily Beast". ...
"Estamos conduzindo uma transição com a 'Newsweek', e não dizendo adeus à revista", insistiram Brown e Shetty no comunicado.
A decisão de suspender a publicação em papel da revista criada há 80 anos se deve "à situação econômica desafiadora da produção e distribuição de uma publicação em papel".
A "Newsweek", que se fundiu ao site "Daily Beast", de Brown, em 2010, vem conquistando audiência crescente, em parte devido à popularidade de aparelhos como Kindle, da Amazon; iPad, da Apple; e Nook, da Barnes & Noble. O crescimento levou a revista americana a um "ponto de inflexão", no qual se tornou mais lucrativo distribuir a publicação apenas via canais digitais, disseram Brown e Shetty no comunicado.

Circulação em queda

Barry Diller, veterano executivo de mídia e presidente-executivo da IAC/InteractiveCorp, que tem participação majoritária na Newsweek Daily Beast, havia declarado em julho que estava estudando transformar a "Newsweek" em revista exclusivamente on-line, devido ao custo de produção. O "Daily Beast" recebe mais de 15 milhões de visitantes únicos por mês, alta de 70% sobre um ano antes, grande parte devido à "Newsweek". O volume de páginas de anúncios publicitários em revistas dos EUA caiu 8,8% no primeiro semestre de 2012, segundo dados do Information Bureau, da Publisher. A "Newsweek" teve alta de 7,6%. Mas a circulação da revista vem caindo há vários anos nos EUA e está em cerca de 1,5 milhão atualmente.

Fonte: Jornal O Globo - 19/10/2012

Opinião: Boas razões para Dilma não ter ido à SIP

Por Breno Altman, publiccado originalmente na Brasil 247


Apesar de sua administração manter intactos os privilégios dos monopólios de imprensa, a presidente pode ter sido eloquente ao dar silencioso bolo no evento dos marajás da imprensa

A comparação pode ser estapafúrdia, mas o rancor tem sua razão de ser. As famílias que controlam os meios de comunicação na região, sem aliados importantes além dos Estados Unidos, ambicionavam aval implícito de Dilma Rousseff para sua ofensiva contra políticas de democratização e regulação levadas a cabo por diversos governos progressistas.O dirigente do Grupo Estado, Júlio César Mesquita, não escondeu sua frustração. Diante da cadeira vazia na cerimônia de abertura da 68ª Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa, comparou a atitude da atual presidente a de seus antecessores, Ernesto Geisel e Fernando Collor, nos dois convescotes da agremiação anteriormente por aqui realizados.
Apesar de sua administração manter intactos os privilégios dos monopólios de imprensa, a presidente pode ter sido eloquente ao dar silencioso bolo no evento dos marajás da informação. Como não foram tornados públicos os motivos dessa decisão, é natural que provoquem especulações. Uma abordagem possível remete à trajetória da associação. A SIP, afinal, congrega a fatia mais ativa e influente das elites continentais, com expressiva folha de serviços prestados às ditaduras.
Fundada nos EUA em 1946, a entidade teve papel fundamental durante a Guerra Fria. Empenhou-se com afinco a etiquetar como "antidemocráticos" os governos latino-americanos que não se alinhavam com a Casa Branca. Constituiu-se em peça decisiva do clima psicológico que antecedeu levantes militares no continente entre os anos 60 e 80.
Entre seus membros mais proeminentes, por exemplo, está o diário chileno El Mercurio, comprometido até a medula com a derrubada do presidente constitucional Salvador Allende, em 1973, e a ditadura do general Augusto Pinochet. Outros grupos filiados são os argentinos La Nación e El Clarín, apoiadores de primeira hora do sanguinário golpe de 1976.
A lista é longa. O vetusto matutino da família Mesquita, O Estado de S.Paulo, também foi adepto estridente das fileiras anticonstitucionais, clamando e aplaudindo, em 1964, complô contra o presidente João Goulart. Mas não foi atitude solitária: outras empresas brasileiras de comunicação, igualmente inscritas na SIP, seguiram a mesma trilha.
Seus feitos, porém, não fazem parte apenas da história. Estes veículos, mais recentemente, apoiaram o golpe contra o presidente Hugo Chávez (2002), a derrocada do hondurenho Manuel Zelaya (2009) e o afastamento ilegal do paraguaio Fernando Lugo (2012). Funcionam, a bem da verdade, como uma aliança intercontinental do conservadorismo.
Às vésperas das eleições de 2010, em julho, o então presidente da SIP, Alejandro Aguirre, afirmou que Lula "não poderia ser chamado de democrata" e o incluiu entre os líderes que "se beneficiam de eleições livres para destruir as instituições democráticas". Seu objetivo era evidente: como porta-voz dos barões da mídia, queria colaborar no esforço de guerra contra a condução de Dilma Rousseff, pelo sufrágio popular, ao Palácio do Planalto.
A SIP, no entanto, vai além de movimentos pontuais, ainda que constantes, para a desestabilização das experiências de esquerda. Trata-se de um laboratório para estratégias de terceirização política dos Estados nacionais, na qual as corporações privadas de imprensa ditam a agenda, articulam-se com esferas do poder público e se consolidam como partidos orgânicos da oligarquia.
Diante deste inventário de símbolos e realizações, fez bem a presidente ao se recusar a emprestar o prestígio de seu mandato e a honradez de sua biografia. Ainda mais em um momento no qual sócios nacionais da associação animam julgamento de exceção contra dirigentes históricos de seu partido e integrantes de proa do governo Lula.
Oxalá esse gesto possa dar início a uma batalha firme pela democratização da imprensa e a adoção de marco regulatório que rompa com o feudalismo midiático.

UFMT seleciona quatro professores de Jornalismo

Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso abriu concurso para selecionar professores de Jornalismo. São quatro vagas para professor, nível assistente, dedicação exclusiva. Todas elas no campus de Barra do Garças. O nível assistente exige que o candidato seja portador de mestrado e o salário inicial é de R$ 4.651,59. As vagas são em:

    1. Teorias da Comunicação
    2. Comunicação Visual: Design de Hipermídia e Design Gráfico 
    3. Jornalismo e Editoração, e
    4. Rádio e Televisão 
    A seleção dar-se-á por meio de prova escrita, de caráter eliminatório e classificatório; prova didática, de caráter eliminatório e classificatório; e avaliação de títulos, de caráter unicamente classificatório. O período de inscrições será das 8 horas do dia 30 de outubro de 2012 até às 23 horas e 59 minutos do dia 13 de novembro de 2012.
    As provas devem acontecer no dia 27/11/2012 na cidade de Barra do Garças, no campus da Universidade Federal de Mato Grosso. A confirmação da data e o local exato na cidade serão divulgados no 
    endereço eletrônico www.ufmt.br/concurso .

    Mais informações, clique aqui. 

    quarta-feira, 17 de outubro de 2012

    Livro revela as notícias mais censuradas nos EUA

    De Medioslatinos

    Hace más de cuatro décadas, un equipo de investigación de la carrera de sociología de la Universidad Sonoma State de California realiza un ranking con las 25 noticias más censuradas por la prensa corporativa de los Estados Unidos. El libro Censored 2013 resume los resultados de la investigación para el último año académico 2011/2012. 
    Entre los temas más censurados durante el año que pasó se encuentran: 
    1. El cercenamiento creciente de la libertad y la conversión de EEUU en un estado policial desde la aprobación de la National Defense Authorization Act; 
    2. la depredación de los recursos de los océanos; 
    3. las consecuencias de los atentados de Fukishima en EE.UU., en donde algunos científicos estiman 14.000 muertos como consecuencia del polvillo radiactivo proveniente de Japón; 
    4. la creación de una red de casi 15.000 espías para combatir el terrorismo por parte del FBI; 
    5. la impresión de 16 billones de dólares por parte de la Reserva Federal de EE.UU. para salvar a los bancos; 
    6. un estudio de la Universidad de Zurich sobre las 147 corporaciones que maneja el 40% de la economía global; 
    7. El año internacional de las cooperativas; 
    8. Los crímenes de guerra de la OTAN en Libia pese a haberse invocado principios humanitarios para justificar la intervención; 
    9. La condición de semi-esclavos de prisioneros de EE.UU. que cobran 23 centavos de dólar por hora y 
    10. la Ley HR 347 que criminaliza las protestas de el movimiento "Occupy".

    Información publicada en el sitio web de CIESPAL. Para más detalles haga click aquí

    TVs pagas questionam na justiça lei da Comunicação Audiovisual

    Da Ascom AGU

    A Advocacia-Geral da União (AGU) defende, no Supremo Tribunal Federal (STF), a legalidade da Lei nº 12.485/11 que dispõe sobre a comunicação audiovisual de acesso condicionado, regulando o conteúdo transmitido por meio de canais e TVs por assinatura. A Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4747 foi proposta pela Associação Neo Tv que questiona os artigos 5º, caput e § 1º; 6º, caput e incisos I e II; 29; 37, §§ 1º, 5º, 6º, 7º e 11, todos da referida lei. A autora alega afronta às liberdades de comunicação e de expressão por restringir a participação e o controle societário de empresas de telecomunicações, proibindo a contratação de talentos artísticos e a exploração de eventos culturais de interesse nacional.

    Defesa

    A Secretaria-Geral de Contencioso (SGCT), órgão da AGU, esclareceu que a Lei nº 12.485/11 não ofende as normas constitucionais nem os princípios da livre iniciativa e concorrência. Segundo a AGU, o pedido feito pela Associação é improcedente, pois os dispositivos em questão buscam apenas evitar o abuso do poder econômico e preservar a competitividade necessária ao desenvolvimento do setor de comunicação audiovisual. A Advocacia-Geral destacou, também, que a edição da Lei n° 12.485/11 uniformiza a legislação relativa aos serviços de televisão por assinatura, uma vez que o tema era anteriormente previsto por diversos diplomas normativos.

    A Ação Direta de Inconstitucionalidade é analisada no STF pelo ministro Luiz Fux. Em junho de 2012, ele entendeu que a temática tratada na ADI demanda a abordagem técnica e interdisciplinar de um novo marco regulatório da televisão por assinatura e, assim, além da manifestação da AGU, determinou a realização de audiência pública sobre os pontos discutidos a respeito do assunto.

    Livro sobre política pública de comunicação no Brasil disponível na web

    Por Paulo Clóvis Schmitz / Jornalista da Agecom / UFSC

    O professor Itamar Aguiar, do Departamento de Sociologia e Ciência Política da UFSC, disponibilizou link para consulta gratuita e leitura em PDF de seu livro “TV Brasil – Algo novo no ar – Políticas públicas
    de comunicação no governo Lula” no portal da Biblioteca Universitária. Na obra, ele faz uma comparação do sistema de comunicação pública na União Europeia e no Brasil, analisa as políticas para esta área a partir do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva e detalha os bastidores da implantação da TV Brasil, em 2007 – um passo importante na direção da democratização ao acesso à
    informação no país.
    Clique aqui para acessar o livro.

    O trabalho de Itamar Aguiar se insere no empenho dos movimentos sociais que lutam pela democratização da comunicação no Brasil e é resultado de um relatório de pesquisa elaborado no Departamento de
    Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina. “Na Europa, a sociedade da informação foi objeto de discussões nos anos 80 e 90, mas aqui ainda é novidade”, explica o autor. Na virada do século, o Parlamento Europeu já discutia as implicações das questões relativas à tecnologia e à linguagem digital, demonstrando a intenção de criar um espaço de resistência ao domínio cultural americano na área da comunicação. “Era uma maneira de se impor perante o imperialismo dos Estados Unidos e preservar os valores culturais próprios, ameaçados pela onda liberalizante em voga”.

    Ao contrário da Europa, no Brasil a mídia já nasceu privada, o que exigiu a discussão de um modelo que contemplasse a comunicação pública – que não quer dizer estatal. O debate foi facilitado pela disposição
    do governo Lula de incluir esse tema no debate das prioridades nacionais a partir de sua posse, em 2003. No livro, Itamar analisa o conceito de pluralismo, faz um histórico da radiodifusão brasileira, aborda a mudança de paradigmas na comunicação social de uma década para cá e acompanha os avanços que culminaram na implantação da TV digital.
    A TV Brasil, ponto culminante dessa evolução, entrou no ar em dezembro de 2007 e, apesar de sua importância, em vista da predominância de elementos da cultura brasileira na programação, ainda atinge um
    público restrito devido à falta de retransmissoras no território nacional. Este, contudo, é um processo em curso, que já superou obstáculos como as campanhas de parte da mídia comercial e de setores conservadores do parlamento contra a criação da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), responsável pela articulação da Rede Nacional de Comunicação Pública.

    Graduado em Jornalismo pela UFSC e com mestrado e doutorado em Sociologia Política, Itamar publicou o livro “Violência e golpe eleitoral: Jaison e Amin na disputa pelo governo catarinense” (1995) e foi membro da comissão organizadora estadual e delegado na Conferência Nacional de Comunicação (Confecon), em 2009, que discutiu o estabelecimento de mecanismos democráticos de formulação, monitoramento e acompanhamento das políticas públicas para o setor da comunicação.

    Argentina: Lei das Comunicações é modelo, diz relator da ONU

    Lei de Meios argentina é modelo, diz relator da ONU

    Frank La Rue sustentou que a legislação respeita os princípios da diversidade de meios e o pluralismo
     
     
    Do Opera Mundi
     
    “A Argentina tem uma lei avançada. É um modelo para todo o continente e para outras regiões do mundo”, afirmou Frank La Rue, relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para a Liberdade de Opinião e de Expressão, ao se referir à Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, logo após reunir-se com Martín Sabbatella, titular da Afsca (Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual). “Falamos da importância da aplicação plena desta lei”, assinalou Sabbatella após o encontro que manteve com o funcionário guatemalteco da ONU na sede portenha da Afsca.

    Durante a reunião com Sabbatella, La Rue voltou a expressar seu especial interesse na implementação da chamada “Ley de Medios” da Argentina. “Essa é uma lei muito importante. Eu a considero um modelo e a mencionei no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. E ela é importante porque para a liberdade de expressão os princípios da diversidade de meios de comunicação e de pluralismo de ideias é fundamental”, defendeu o relator. 
    “Eu venho de um país multicultural, muito pequeno, mas com 22 idiomas indígenas, onde essa diversidade de meios e esse pluralismo de expressão, assim como o manejo dos serviços de comunicação audiovisual, desempenham um papel muito importante para garantir essa riqueza cultural”, disse o guatemalteco, para quem “neste sentido a lei argentina é realmente muito importante”.

    Por sua parte, Sabbatella destacou ao término da reunião que “para os argentinos e as argentinas é um orgulho ter uma lei modelo e é extremamente importante o acompanhamento de Frank La Rue, uma pessoa que tem um forte compromisso com a liberdade, a pluralidade, a diversidade e a democratização da palavra”.

    “La Rue tem uma profunda valoração da lei e expressou em várias oportunidades a importância de sua aplicação. Contar com sua atenção sobre o andamento desse processo é fundamental”, acrescentou o titular da Afsca, destacando que foi discutida com o relator da ONU “a importância da aplicação da lei”.

    O funcionário da ONU se mostrou interessado pelas medidas que a Afsca deve tomar no dia 7 de dezembro, quando vence o prazo fixado pela Corte Suprema para a medida cautelar com a qual o Grupo Clarín paralisou a implementação da lei, durante três anos, após sua aprovação no Congresso. Assim como o cabo de guerra no Conselho da Magistratura, onde a oposição impede a nomeação de um juiz titular no tribunal que deve resolver a questão da inconstitucionalidade defendida pelo grupo quanto ao artigo 161 da lei, que obriga as empresas a abrir mão das licenças que superam o limite estabelecido pela nova legislação para evitar práticas monopólicas.

    La Rue, que foi a Argentina para participar de um congresso mundial sobre direitos da infância em San Juan, também assinalou que logo após sua passagem pela Argentina visitará o Uruguai onde, destacou, “vem ocorrendo uma discussão parecida com a que ocorreu aqui (sobre a ‘ley de medios’ audivovisuais), mas ainda não foi aprovada a lei, o que eu gostaria muito que acontecesse”. O relator da ONU também se mostrou disposto a promover fóruns em toda a América Latina para debater a lei implementada pela Argentina.

    Tradução: Katarina Peixoto
    * Originalmente publicado no site do jornal argentino Página 12 e reproduzido pela Carta Maior.

    segunda-feira, 15 de outubro de 2012

    Enciclopédia do Rádio Esportivo Brasileiro é lançada em BH

    A Enciclopédia do Rádio Esportivo Brasileiro será lançada no próximo dia 24 de outubro, a partir das 20h, no Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), rua Diamantina, 567, bairro Lagoinha. O livro, organizado pelas jornalistas e professoras mineiras Nair Prata e Maria Cláudia Santos, tem prefácio do presidente da Intercom, Antonio Hohlfeldt. O trabalho é mais uma investigação coletiva do Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Intercom e conta com a colaboração de 121 autores.
    Publicada pela Editora Insular, com o apoio da Intercom, a Enciclopédia apresenta as biografias – com fotos – dos 231 mais importantes radialistas esportivos de todos os Estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal. Segundo a professora Nair, “o livro nasceu da necessidade de se contar a história de uma das facetas mais ricas e mais populares da radiofonia, a programação esportiva, mas não de uma forma linear. Buscamos contar essa história por meio da recuperação da trajetória dos personagens que a construíram”.
    A professora Maria Cláudia explica: “Certamente, se fôssemos levantar e biografar os nomes mais importantes do rádio esportivo brasileiro, uma saída óbvia seria apenas o eixo Rio-São Paulo, além de alguns radialistas mais visados aqui e ali. Assim, decidimos fazer uma pesquisa em que cada Estado pudesse definir e biografar os seus nomes mais importantes. O resultado é um rico panorama de biografias de radialistas com representação real para a sua região de origem e, certamente, para o país como um todo”.
    A primeira etapa da pesquisa consistiu na formação do grupo de investigadores, com pelo menos um representante de cada Estado e também do Distrito Federal. Ao final, participaram da Enciclopédia 84 pesquisadores, que contaram com a colaboração de 37 estudantes de graduação - ao todo, 121 pessoas envolvidas.
    Depois de montado o grupo de pesquisadores, cada Estado fez um levantamento dos nomes mais importantes do rádio esportivo da sua região. A orientação era que cada grupo biografasse as principais pessoas – vivas ou falecidas – que, de forma decisiva, contribuíram para a construção e consolidação da programação esportiva radiofônica do seu Estado.
    Reunida a grande lista dos nomes a serem biografados, os pesquisadores saíram a campo e realizaram entrevistas, buscaram livros, procuraram sites, vasculharam arquivos de fotos. O resultado, apresentado na Enciclopédia do Rádio Esportivo Brasileiro, é a trajetória de 231 profissionais que, de Norte a Sul, marcaram - ou ainda marcam – o cenário esportivo radiofônico do país.
    Em Minas Gerais, foram biografados 19 radialistas esportivos: Adelchi Ziller, Alberto Rodrigues, Aldair Pinto, Carlyle Guimarães, Chico Maia, Dirceu Pereira, Emanuel Carneiro, Gil Costa, Jairo Anatólio Lima, Januário Carneiro, João Bosco Torres, Luiz Carlos Alves, Mário Henrique, Milton Naves, Osvaldo Faria, Roberto Abras, Waldir de Castro, Waldir Rodrigues e Willy Gonser.
    O grupo de pesquisadores de Minas Gerais é formado por 13 profissionais: Andreza Gischewsky (TV Bandeirantes), Ângela de Moura (PBH), Bruno Torres (Rádio Líder e Univiçosa), Carolina Fernandes (TV Betim), Daniel Seabra (Jornal Aqui Betim), Jacqueline Moura (Rádio Itatiaia), Jaqueline Morelo (UniBH), Leopoldo Siqueira (TV Alterosa), Marcos Guiotti (Rádio CBN), Maria Cláudia Santos (Rádio Itatiaia), Nair Prata (UFOP), Waldiane Fialho (UniBH) e Wanir Campelo (UniBH) e ainda a aluna do curso de Administração da PUC Minas Yasmim Martins.
    O livro teve o lançamento nacional em Fortaleza, em setembro e agora vários lançamentos regionais estão sendo realizados em diversos estados brasileiros.
    Serviço
    Lançamento do livro: Enciclopédia do Rádio Esportivo Brasileiro
    Local: Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH)
    Endereço: Rua Diamantina, 567 – Bairro Lagoinha
    Data: 24 de outubro (quarta-feira) - Horário: 20h às 22h
    Contatos: (31)9985-5826 – Nair Prata, (31)9757-8756 – Maria Cláudia Santos

    "Crimes da Ditadura" da TV Brasil ganha o Vladimir Herzog de documentários

    A reportagem "Crimes da Ditadura"  dos jornalistas Floriano Filho e Mônica Yanakiew ficou em primeiro lugar no Prêmio Vladimir Herzog 2012. na categoria TV- Documentário. A premiação acontecerá no TUCA,  em São Paulo, no dia 23 de outubro, às 19:30.

    Sinopse: 
    Ao contrário do que aconteceu em países vizinhos, até hoje o Brasil não julgou os crimes cometidos depois do golpe militar de 1964. O governo brasileiro também não conseguiu informar aos familiares o paradeiro dos restos mortais de dezenas de desaparecidos durante o regime. Por isso, o país foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. O Caminhos da Reportagem mostra o que o Brasil vem fazendo para tentar passar a limpo os crimes de Estado cometidos nos anos de chumbo e os desafios que ainda tem pela frente.

    Confira abaixo a reportagem

    domingo, 14 de outubro de 2012

    Encontro da Sociedad Interamericana de Prensa no Brasil seria rearticulação da direita


    Por Leite Filho em Café na Política

    No seu editorial desta semana da revista Carta Capital, Mino Carta, pede a atenção para os movimentos do Instituto Millenium, uma entidade congregando a extrema direita brasileira, que lembra muito o IBAD, que serviu como ponta de lança dos americanos para depor o presidente João Goulart, em 1964. 
    O alerta de Mino coincide com a reunião, em São Paulo, da SIP, a sombria Sociedade Interamericana de Imprensa, que, com sede em Miami, congrega mais de três mil jornalões, inclusive os brasileiros, estaria preparando um golpe sujo contra a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, por esta ter anunciado a aplicação da Lei da Mídia, obrigando o jornal Clarín e outros grupos monopólicos midiáticos a a vender parte de seus bens.
    Lembra Mino Carta:  ”…  o IBAD, que nos primeiros anos da década de 60 do século passado tramou decisivamente a favor do golpe. Precisamos falar mais do Instituto Millenium, mostrar a que vem com este seu sombrio nome nostradâmico. Para ele confluem polpudas contribuições de empresários graúdos, bem como o apoio das Organizações Globo e da Editora Abril. O conúbio assusta, mesmo porque sabemos que se recomenda neutralizar a lâmpada skuromatic e, ao apagá-la de vez, produzir a luz ao meio-dia, como convém”.
    “Estranhas contradições vicejam no Millenium, promovidas pelos prestimosos emolumentos (mensalões) até de notáveis dispostos a se dizerem democratas convictos, amigões de Dilma e Lula. Espanto? Ou serei eu um ingênuo? Às vezes meus críticos botões me asseguram que sou mesmo. Não me iludo, porém, quanto ao significado dos resultados eleitorais. Falam por si, embora editorialistas, articulistas, colunistas não concordem”.
    Leia agora o editorial na íntegra, que também está no sítio da revista:

    Os vencedores
    É da percepção até do mundo mineral que Dilma Rousseff, Lula e a base governista são os vencedores deste primeiro turno das eleições municipais, e que a mídia nativa, além de mentir, omitir e inventar, consegue também ser patética. As lucubrações dos comentaristas no vídeo da noite de domingo último evocaram os melhores programas humorísticos do passado com suas tentativas de explicar o inexplicável.
    No palanque. Para Haddad, daqui para a prefeitura. Foto: Nelson Almeida/AFP
    E o mundo mineral sabe que a eleição de Lula em 2002 abriu uma nova temporada na política brasileira ao abalar os alicerces da casa-grande. Nesta moldura há de ser analisado o que aconteceu nos últimos dez anos e o que acontece neste exato instante. Inclusive o fato de que o PSB consiga resultados extraordinários em todo o País. Ocorre que Lula abriu as cancelas da fazenda e Dilma dá perfeita continuidade ao governo do antecessor.
    Está claro, na minha visão, que na aliança governista o PMDB destoa e creio não ser necessário esclarecer por quê. Em todo caso, para usar terminologias dos dias de hoje, o governo de Dilma Rousseff poderia ser definido como de centro-esquerda, o que no Brasil assume significados mais profundos que em outros países. E a respeito, desta vez, esclareço. Este tempero de esquerda, esta alteração nítida nos rumos da política social e econômica e da política exterior é francamente subversiva segundo a casa-grande, inexistente em outros cantos, e como tal tem de ser enfrentada.

    Toma-me o irresistível
     impulso de mencionar o Instituto Millenium. Tem o poder de recuar aos tempos do Ibad, que nos primeiros anos da década de 60 do século passado tramou decisivamente a favor do golpe. Precisamos falar mais do Instituto Millenium, mostrar a que vem com este seu sombrio nome nostradâmico. Para ele confluem polpudas contribuições de empresários graúdos, bem como o apoio das Organizações Globo e da Editora Abril. O conúbio assusta, mesmo porque sabemos que se recomenda neutralizar a lâmpada skuromatic e, ao apagá-la de vez, produzir a luz ao meio-dia, como convém.
    Estranhas contradições vicejam no Millenium, promovidas pelos prestimosos emolumentos (mensalões) até de notáveis dispostos a se dizerem democratas convictos, amigões de Dilma e Lula. Espanto? Ou serei eu um ingênuo? Às vezes meus críticos botões me asseguram que sou mesmo. Não me iludo, porém, quanto ao significado dos resultados eleitorais. Falam por si, embora editorialistas, articulistas, colunistas não concordem.
    Em São Paulo, digamos, praça onde Lula foi determinante, embora tenha entrado tarde na arena, e onde Dilma deu o arremate. Eu não hesito em vaticinar a vitória final de Fernando Haddad. Sei que com isso alimento os rancores de José Serra, e dele permito-me dizer algo, em ótima fé e boa consciência. Do ponto de vista ideológico, Serra já foi muito mais sincero do que Fernando Henrique Cardoso. Há uma diferença sensível, creio eu, nos temperamentos. FHC é um bon vivant, Serra um sofrido. FHC pode negar a si mesmo. “Esqueçam o que eu disse”, recordam? Serra, por injunção avassaladora nascida nas entranhas, tem de se explicar a si próprio o tempo inteiro.

    Acredito na boa-fé
     do candidato tucano à prefeitura paulistana. Vítima de suas ambições mooquenses (da Mooca), por amarguras e decepções frequentes e até por dissabores buscados e cultivados, José Serra tornou-se intérprete do pior reacionarismo da extrema-direita brasileira, feroz sempre que esteja com as costas protegidas, pronta ao engodo e à mentira em nome do êxito da casta.
    E aí está, já exposto na fala de Serra, o argumento do “mensalão”. CartaCapital está à vontade neste campo: sempre deixou claro desejar justiça, agora e sempre, além e aquém do processo em curso. É evidente que na conta da casa-grande o julgamento atual encerra o assunto.
    Enganam-se. As urnas mostram que o País espera por mudanças e pouco, ou nada, se interessa pelo “mensalão”. Que se desate este nó, mas que se desatem todos os demais. Creio que os barões midiáticos deveriam cogitar da aposentadoria dos seus analistas. E que o Instituto Millenium desista de se dedicar à arqueologia.
    Veja o site do Millenium e conheça quem é quem na direitonahttp://www.imil.org.br/?gclid=CL3Asvzz_LICFQGDnQodxzUAOw
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