segunda-feira, 2 de abril de 2012

Morre o artista gráfico Eduardo Rezende, o Resa

Por Paulo José Cunha

Perdemos o Resa. 
O câncer de fígado foi mais forte e o levou na tarde deste sábado. 
Eduardo Rezende era carioca, mas morava em Brasília desde 1982. Morreu aos 56 anos. Era da linhagem dos artistas ponta-de-lança, como Hélio Oiticica. Foi amigo de Torquato Neto, Wally, esse povo.
Por aqui fez o diabo, desde inesquecíveis exposições como "Miserere Nobis", uma das mais geniais mostras de arte contemporânea, até projetos gráficos radicais, como os que idealizou para a revista Bric-a-Brac, da qual foi um dos editores. 
Estávamos organizando a parte gráfica da edição de um livro de inéditos de Torquato, que vai sair a qualquer hora. Brasília e as artes gráficas brasileiras perdem um de seus representantes mais viscerais e atrevidos. 
Seu velório foi como ele gostaria que fosse: cerveja, petiscos, samba, rock, poesia e os amigos todos lá, contando histórias, rindo, chorando, fazendo o que Resa mais gostava.  
Se é possível usar a expressão, foi um bom velório. 
O corpo foi cremado esta segunda. 
O espírito irreverente, este não há como enterrar nem cremar. Vai ficar por aí, nos provocando e inspirando, sempre.
 
Com vocês, dois poemas em homenagem ao Resa.
 
(Ah, só uma coisinha: ô, Resa: aquele arco-íris espetacular quando a gente ia indo embora depois do velório foi coisa tua, não foi, cara? Deu pra perceber. Belo design, sujeito, continua afiadaço, parabéns!) 

Um comentário:

  1. Quando eramos garotos o amigo Rezende e eu passavamos em frente ao enorme portão de ferro negro e liamos e curtiamos: REVERTERE AD LOCUM TUUM... e ele retornou ao nosso lugar de origem, espero encontra-lo um dia alegre, amigo, criativo e feliz.

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