Perdemos o Resa.
O câncer de fígado foi mais forte
e o levou na tarde deste sábado.
Eduardo Rezende era carioca, mas morava em
Brasília desde 1982. Morreu aos 56 anos. Era da linhagem dos artistas
ponta-de-lança, como Hélio Oiticica. Foi amigo de Torquato Neto, Wally, esse
povo.
Por aqui fez o diabo, desde inesquecíveis exposições como "Miserere
Nobis", uma das mais geniais mostras de arte contemporânea, até projetos
gráficos radicais, como os que idealizou para a revista Bric-a-Brac, da qual foi
um dos editores.
Estávamos organizando a parte gráfica da edição de um livro de
inéditos de Torquato, que vai sair a qualquer hora. Brasília e as artes gráficas
brasileiras perdem um de seus representantes mais viscerais e atrevidos.
Seu
velório foi como ele gostaria que fosse: cerveja, petiscos, samba, rock, poesia
e os amigos todos lá, contando histórias, rindo, chorando, fazendo o que
Resa mais gostava.
Se é possível usar a expressão, foi
um bom velório.
O espírito irreverente, este
não há como enterrar nem cremar. Vai ficar por aí, nos provocando e inspirando,
sempre.
Com vocês, dois poemas em homenagem ao Resa.
(Ah, só uma coisinha: ô,
Resa: aquele arco-íris espetacular quando a gente ia indo embora depois do
velório foi coisa tua, não foi, cara? Deu pra perceber. Belo design, sujeito,
continua afiadaço, parabéns!)
Quando eramos garotos o amigo Rezende e eu passavamos em frente ao enorme portão de ferro negro e liamos e curtiamos: REVERTERE AD LOCUM TUUM... e ele retornou ao nosso lugar de origem, espero encontra-lo um dia alegre, amigo, criativo e feliz.
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