sábado, 18 de fevereiro de 2012

Doença de Chávez: como se fazem as notícias

Por Leite Filho, em Café na Política


A notícia em que se baseou o blog Merval Pereira, de 16/02/2012 e reproduzida pela edição impressa de o Globo, de 17/02/2012, é de 11/09/2011, como atesta o site do Miami Herald, desta última data.
O post do blog, fartamente amplificada na mídia privada da Venezuela, toda ela anti-chavista, ainda foi repicada na Rádio CBN, onde Merval é entrevistado diariamente pelo jornalista Carlos Alberto Sardemberg, no noticiário do meio dia. Clique aqui para ouvir a entrevista, quando Merval decreta do alto de sua sabedoria médica: “Tudo indica que o candidato não vai ter condições para enfrentar esta campanha”.
Entrevista na Rádio CBN
O informe de Merval anuncia: “A saúde do presidente Hugo Chávez, da Venezuela, pode afetar a eleição presidencial. Os últimos exames, analisados por médicos brasileiros, indicam que o câncer está em processo de metástase, se alastrando em direção ao fígado, deixando pouca margem a uma recuperação”.
Quem são esses “médicos brasileiros”, pois o presidente foi operado e segue o tratamento com medicos cubanos, e que tipo de exames eles realizaram também não está explicado. A notícia ainda se desmoraliza quando o jornalista global refere-se a uma notícia de mais de cinco meses, quando afirma:
“O ex-embaixador dos Estados Unidos na OEA, Roger Noriega, invocando informações de dentro do governo venezuelano, escreveu artigo recentemente (artigo publicado há cinco meses é recente?)no portal de internet da InterAmerican Security Watch intitulado “A Grande mentira de Hugo Chávez e a Grande Apatia de Washington. Nesse artigo ele dizia que o câncer está se propagando mais rapidamente do que o esperado e poderia causar-lhe a morte antes mesmo das eleições presidenciais”.
A notícia de Merval Pereira, postada logo depois que saiu a última pesquisa do Insituto de Pesquisa GIS XXI, dando 61,2% de popularidade para Chávez, ainda decreta: “Como a eleição presidencial se realiza dentro de 8 meses, a 7 de outubro, dificilmente o presidente venezuelano estaria em condições de fazer uma campanha eleitoral que exigirá muito esforço físico, pois a oposição já tem em Henrique Capriles um candidato de união”.

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