sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Disputa política domina noticiário sobre o novo Código Florestal

Enviado pela Andi

Na reta final da tramitação do projeto de lei do novo Código no Senado Federal, pesquisa da Agência de Notícias dos Direitos da Infância - ANDI mostra que a mídia nem sempre consegue colocar em pauta aspectos técnicos e científico.

Veja abaixo as principáis conclusões das análises. O documento completo pode ser lido aqui.


  • Fatores de ordem política e partidária foram o tema principal em 60% dos textos analisados na pesquisa Reforma do Código Florestal na Imprensa Brasileira, que avaliou a cobertura de 17 jornais diários das diversas regiões do país sobre a tramitação da reforma do Código Florestal na Câmara dos Deputados.
  • As articulações do relator do projeto, deputado Aldo Rebelo, as divisões na base aliada e as dificuldades do Governo Federal em posicionar-se de forma clara frente às propostas do novo Código, ocuparam grande espaço nas páginas dos jornais.
  • Em muitos momentos, estas questões deixaram em segundo plano a discussão da política ambiental e a centralidade do Código para que o Brasil possa avançar da teoria à prática em relação a um modelo sustentável de desenvolvimento.
  • Quando abordou os temas técnicos, a imprensa soube destacar os pontos críticos: nada menos de 67,8% dos cientistas ouvidos nas matérias analisadas pela ANDI manifestavam posição contrária ao texto apresentado por Aldo Rebelo.

§ Outros aspectos positivos da cobertura: 52,4% dos textos ouviram mais de uma fonte e, dentre estes, 45% apresen­taram opiniões divergentes – dados fundamentais para o debate polarizado entre “ruralistas” e “ambientalistas”.

A reflexão sobre os méritos e limites da cobertura jornalística pode oferecer contribuições relevantes para o aprimoramento da informação recebida pela população e para os próprios parlamentares – em especial num momento decisivo para os destinos do país, quando o texto do relator Jorge Viana está sendo votado no Senado Federal, para em seguida ser levado de volta à Câmara e à sanção da presidente Dilma Rousseff.

Na visão da ANDI, que contou com o apoio da Aliança para o Clima e Uso da Terra (CLUA) para a realização da análise de mídia, o Código Florestal é uma das pautas mais importantes deste início de século: “A maneira como o Brasil decidirá tratar suas florestas e demais recursos naturais vai fazer diferença não só para nossa população, mas para o futuro de todo o planeta e está intimamente ligada com outras agendas de especial relevância para a sustentabilidade, como as mudanças climáticas e a realização da Conferência Rio+20”, acredita Veet Vivarta, Secretário-Executivo da ANDI.


SOBRE A ANÁLISE

Para uma melhor compreensão do comportamento da imprensa em relação ao tema, o período monitorado foi divido em três etapas:

  • Pré-votação (01 de abril a 02 de maio) – discussões do relatório do de­putado Aldo Rebelo ao Projeto de Lei 1876/1999 (Novo Código Florestal), antes da aprovação da tramitação em regime de urgência na Câmara Federal.
  • Votação (03 de maio a 26 de maio) – fase que vai da aprovação da altera­ção do regime de tramitação do Projeto de Lei 1876/1999 (passa à aprecia­ção em caráter da urgência) até dois dias após a sua votação pelo Plenário da Câmara.
  • Pós-votação (27 de maio a 15 de junho) – período de debates posterior à aprovação do texto na Câmara.
  • O questionário de análise foi desenvolvido pela equipe da ANDI, com apoio de um grupo de especialistas nos temas centrais do Código Florestal.
  • O universo de pesquisa envolveu 973 textos com foco no projeto de lei do Código Florestal, encontrados nos seguintes jornais:
  • Diários de abrangência nacional: O Globo/RJ, Correio Braziliense/DF, O Estado de S. Paulo/SP, Folha de S. Paulo/SP, Valor Econômico/SP.
  • Diários de abrangência regional: O Rio Branco/AC, A Crítica/AM, O Liberal/PA, Diário de Natal/RN, Diário de Pernambuco/PE, O Povo/CE, Correio do Estado/MS, Diário de Cuiabá/MT, A Gazeta/ES, Estado de Minas/MG, Gazeta do Povo/PR, Zero Hora/RS.

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