quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sete multinacionais disputam quatro posições satelitais brasileiras

Com base na Pay-TV News

A Anatel recebeu na terça-feira, 23/8, em Brasília, os documentos de identificação, as propostas de preço e a documentação de habilitação de sete interessados na licitação o direito de exploração de satélite brasileiro referente a quatro posições orbitais. A Telebrás não se fez presente e, a primeira vista, o capital estrangeiro está por de trás de todas as sete interessadas: Eutelsat do Brasil Ltda., Hispamar Satélites S/A, HNS Americas Comunicações Ltda. (Hughes), Intelsat Brasil Serviços de Telecomunicações Ltda., SES DTH do Brasil Ltda., Sky Brasil Serviços Ltda. e Star One S/A.

Desde a privatização da Embratel, na era FHC, o BGrasil não dispõe de um satélite nacional para telecomunicações. Até mesmo as comunicações militares das forças armadas brasileiras são obrigadas a se valerem de satélites que estão sob a gestão de outras nações.

O preço mínimo estabelecido por posição é de R$ 3.945.844,10. As operadoras vencedoras terão quatro anos para entrar em operação, mas a Anatel tem esperança, com base nas conversas com as empresas interessadas, de que já haja satélites novos na Copa de 2014, para atender, sobretudo, à demanda por capacidade de transmissão de sinais de TV e banda larga. A Anatel também estabeleceu um limite de duas posições orbitais para uma mesma empresa. Como a posição orbital pertence ao Brasil, a exigência é de que a operação seja toda no País.

Outra exigência, no caso das posições que já estão notificadas ao Brasil, é de que 25% da capacidade do satélite seja para atender ao País. No caso das posições ainda não notificadas, a exigência de capacidade dedicada ao Brasil vai a 50%. Em ambos os casos, os satélites precisam cobrir 100% do território nacional. Em 30 de agosto, às 10h, em Brasília, será iniciada a sessão de abertura, análise e julgamento das propostas de preço.


Análise

Este noticiário apurou que a disputa pelas posições orbitais promete ser bastante acirrada para o lançamento de satélites tanto em banda KU, para atender, principalmente, demandas de TV por assinatura em DTH, quanto em banda KA, que possibilita a oferta de banda larga via satélite a preços mais acessíveis.

A expectativa é de que a Star One entre na disputa com um lance alto com o objetivo de garantir uma posição de satélite de DTH para sua coligada, Via Embratel, uma vez que a Sky resolveu participar também da licitação. Não está claro, contudo, o objetivo da entrada da Sky: a empresa pode ter decido entrar apenas para forçar a Star One a desembolsar uma quantia elevada ou está realmente interessada em operar um satélite próprio. A abertura do envelope com preço proposto esclarecerá a estratégia.

Outra surpresa na licitação das posições orbitais é a entrada da norte-americana Hughes, que opera no Brasil atualmente apenas através de satélites de terceiros. A expectativa é de que a Hughes talvez entre com bastante força na disputa para atuar com satélite próprio no Brasil. Mas há também quem acredite que a Hughes entrou apenas para proteger a posição de um de seus satélites norte-americanos, que tem posição orbital muito próxima de uma das posições licitadas.Outra que deve levar a disputa bastante a serio é a Hispamar, uma vez que a região é a única opção de crescimento para a operadora.

A nova configuração do mercado brasileiro de satélites será debatida pelos dirigentes das operadoras que atuam no País durante o 11º Congresso Latino-Americano de Satélites, promovido pela Converge Comunicações nos dias 6 e 7 de outubro, no Rio de Janeiro. Para mais informações, acesse o site www.convergecom.com.br/eventos.

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