quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Europa: 43% das famílias da UE ainda não têm acesso à Internet

Enviado por Martins Morim, de Lisboa

Agenda Digital: inquérito revela que há mais europeus em linha, mas também preocupação com os custos e a segurança
Os europeus estão a tornar-se cada vez mais «digitais», revela um inquérito Eurobarómetro da Comissão Europeia, que interrogou 27 000 agregados familiares em toda a UE sobre a utilização que fazem da Internet, do telefone e da televisão. São cada vez mais os europeus que assinam serviços de Internet em banda larga e televisão digital em pacotes de preço fixo.
Maior adesão à banda larga significa mais europeus em linha: 35% utilizam actualmente sítios Web de redes sociais.
No entanto, estão preocupados com os custos, a qualidade do serviço e a segurança, assim como com a liberdade em linha. Um quinto dos utilizadores de acesso fixo e móvel à Internet afirma ter tido problemas de bloqueamento de conteúdos ou aplicações.
A Agenda Digital para a Europa, lançada em Maio de 2010 pela Comissão, não só estabelece metas ambiciosas para levar a Internet de banda larga a todos os cidadãos europeus, como aponta para medidas destinadas a reforçar a concorrência, a confiança e a segurança (ver IP/10/581, MEMO/10/199 e MEMO/10/200).

Acesso à Internet e banda larga

O inquérito revela que 43% dos agregados familiares da UE ainda não têm acesso à Internet, o que evidencia o grau de ambição da meta que a Comissão fixou na Agenda Digital: a era digital para todos os europeus. Perto de 20% dos agregados familiares inquiridos mencionaram os custos elevados do acesso como a razão para não terem em casa ligação à Internet.
Neste contexto, o reforço da concorrência e a consequente diminuição dos preços, objectivo importante da Agenda Digital, devem levar mais pessoas a assinar um serviço de ligação à Internet.
Muitas pessoas que não têm ligação em casa afirmam que não estão interessadas na Internet. A Comissão considera que todos os cidadãos da UE devem ter a possibilidade de aceder à Internet em banda larga e que se todos estivessem cientes das potenciais vantagens (por exemplo, utilizar serviços inovadores, trabalhar em casa), muitos mais as aproveitariam.
Pacotes
Dos agregados familiares inquiridos, 38% assinam um pacote com dois ou mais serviços. A televisão digital terrestre é recebida por perto de 25% dos agregados inquiridos, ou seja, praticamente tantos como os que recebem televisão via satélite.

Custo e qualidade

Segundo o inquérito, 61% dos utilizadores de telemóveis e 49% dos assinantes de linhas terrestres da UE limitam as suas chamadas devido aos custos.
Nos agregados com ligação de banda larga, 30% afirmam que o débito de entrada (download) não é constante, 36% têm quebras de ligação e 24% afirmam que o desempenho não corresponde às condições contratuais.
A Agenda Digital pretende assegurar que, até 2020, todos os europeus beneficiem de um débito de acesso à Internet de 30 Mbps e que pelo menos metade dos agregados familiares europeus tenha acesso à Internet com débitos acima dos 100 Mbps. A Comissão adoptou recentemente um pacote de medidas para a banda larga dividido em três partes, como contributo para a realização deste objectivo (ver IP/10/1142, MEMO/10/427, MEMO/10/426 e MEMO/10/424).

Confiança e segurança na Internet

84% dos agregados desejam ser notificados sempre que os seus dados pessoais sejam perdidos, roubados ou alterados. 45% estão preocupados com a possibilidade de os seus dados pessoais serem utilizados abusivamente nos sítios de redes sociais. Os internautas de idade inferior a 24 anos estão menos preocupados com esta questão do que os de idade superior a 40 anos. O pacote das telecomunicações de 2009, a aplicar o mais tardar em 26 de Maio de 2011, contém diversas disposições que obrigam os fornecedores de serviços de comunicações electrónicas publicamente disponíveis a informar o regulador nacional ou os assinantes de qualquer violação da segurança dos dados pessoais (ver MEMO/09/568).

A Comissão apresentou recentemente medidas destinadas a reforçar a capacidade da Agência Europeia para a Segurança das Redes e da Informação (ENISA) e a combater os ciberataques (ver IP/10/1239, MEMO/10/459 e MEMO/10/463).

Acesso bloqueado

21% dos agregados familiares europeus com acesso à Internet inquiridos consideram que o seu acesso a determinados conteúdos e aplicações em linha foi bloqueado pelo fornecedor de acesso à Internet. Esta questão é também mencionada por uma percentagem equivalente de utilizadores de acesso móvel à Internet, mas cerca de um terço pensa que o problema se deve à capacidade limitada dos telefones ou da assinatura. A Comissão realizou recentemente uma consulta sobre a abertura e a neutralidade da Internet (ver IP/10/860), no âmbito da preparação do seu próximo relatório sobre a extensão destes problemas e a eventual necessidade de adoptar medidas suplementares neste domínio.

Outras conclusões do inquérito

Os sítios de redes sociais são utilizados por mais de um terço dos cidadãos da UE, tanto nos países em que a taxa de penetração da Internet é elevada (por exemplo, Países Baixos) como naqueles em que é baixa (por exemplo, Letónia). 22% dos agregados familiares com acesso à Internet utilizam o computador para fazer chamadas vocais através da Internet. Os agregados dos 12 Estados-Membros mais recentes recorrem duas vezes mais a este processo do que os dos restantes 15 Estados-Membros.
  • 98% dos agregados familiares da UE têm acesso a um telefone
  • e uma parte crescente dos agregados (87%) tem acesso a um telemóvel.
  • São apenas 11% os que têm acesso exclusivamente a uma linha fixa.
  • 25% utilizam somente telemóveis, não dispondo de linha telefónica fixa.
    98% dos agregados familiares da UE têm televisão,
  • mas só 30% recebem as emissões através de uma rede de cabo.
  • 23% utilizam a televisão digital, o que representa um aumento de 11% em relação a 2007.
Os dados completos do inquérito estão disponíveis aqui.



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