Por Ingrid Bachmann do blog de notícias Jornalismo nas Américas
O gerente-geral da empresa ALBA da Nicarágua S.A. (ou Albanisa), Rafael Paniagua, confirmou que foram fundos da sociedade que financiaram a compra do Canal 8 (Telenica) da Nicarágua, informa o El Nuevo Diario. A transação foi de cerca de dez milhões de dólares.
A Albanisa é um consórcio criado pelos governos de Daniel Ortega e Hugo Chávez, dentro do programa da Aliança Bolivariana das Américas (ALBA), do governo venezuelano, explica o El Universal.
“É verdade que compramos o Canal 8, e o que tem de estranho que apareça ALBA-TV, e o que teria de estranho se mais adiante aparecesse ALBA-Ferrocarril, e depois ALBA-Linhas Aéreas, que teria de estranho se aparecesse ALBA-Saúde, eu não veria nada de estranho”, disse Paniagua, em entrevista ao El Nuevo Diario. Contudo, segundo o jornal, as leis nicaraguenses proíbem que o capital estrangeiro tenha mais de cinquenta por cento das ações de um meio de comunicação, e 51 por cento da Albanisa é venezuelano.
Os detalhes da compra da emissora foram mantidos em segredo, e o possível controle orteguista sobre o canal gerou preocupação pela tentativa de silenciar a oposição. Nesse sentido, a União Europeia afirmou que acompanha bem atenta a questão da liberdade de expressão na Nicarágua, acrescentam as agências DPA e EFE. “A liberdade de expressão é um dos princípios básicos da democracia e dos direitos humanos, e esperamos que seja respeitada no país”, declarou um diplomata da UE.
É curioso: se o veículos tivessem sido expropriados, confiscados, nacionalizados, estatizados... milhares de vozes teriam se levantado para criticar o fim da liberdade de imprensa. Agora, uma transação econômica, seguindo as regras do mercado, como tanto defende a mídia transnacional é questionada, pelo simples fato de que os grupos que oligopolizaram historicamente os meios de comunicação se sentem ameaçados.
Na Europa, a Agência Efe e a France Press são estatais, os canais de rádio e TV em toda a Europa ocidental são majoritariamente estatais e ninguém questiona a liberdade de expressão. Nem mesmo quando algums chefes de Estado avançam os limites em suas prerrogativas.
Chico, se me permite discordar, aí vai: a EFE e a France Press são estatais, não foram compradas pelo governo A ou B, ainda que muitas vezes sirvam estrategicamente a determinados governos. De qualquer forma, o dia em que servirem para mudar um sistema democrático para autoritário, e atirarem os europeus na pobreza ou escassez de recursos, com certeza haverá vozes se levantando contra as mesmas.
ResponderExcluirAbraços,
Viviane, este [e um bom tema para debate. Tomara que mais gente venha conversar. Queria colocar alguns elementos nesta conversa.
ResponderExcluir1) O que falar da RAI - estatal italiana, que age sob as normas e desejos de Berlusconi?
2) A TVE de Espanha, durate o governo Asnar, anterior ao atual, simplesmente censurava o noticiário sobre as manifestações de rua contra a invasão do Iraque, apoiada pela Espanha.
3) Quem comprou a TV na Nicarágua não foi o governo X, ou Y ou o presidente A ou B. Foi um fundo econômico, com existência legal, mantido pelos países que formam a Alba. É algo semelhante a Refinaria de Petróleo Abreu e Lima, em Pernambuco, Não é uma refinaria do Lula ou do Chávez.É um negócio econômico da PDVSA e da Petrobrás.
Chico estaremos realizando do dia 04 a 07 de setembro de 2010 no Rio de Janeiro o I Forum de Liberdade das Américas, no dia 19 de abril, haverá um encontro para debater as idéias do evento. Maiores informações, poderão ser obtidas nos telefones 86081080
ResponderExcluirou no e-mail:
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