A França vai desligar o seu sistema de transmissão de televisão analógica em 2011, passando a operar exclusivamente o sistema digital, lá denominado TNT (televisão numérica terrestre). A passagem de um sistema ao outro não acontecerá sem deixar seqüelas. A previsão de Alain Méar, membro do Conseil supérieur de l'audiovisuel (CSA) - instituição governamental encarregada de tratar do tema - é que 500 mil lares cairão no apartheid tecnológico e ficarão no apagão do digital. Traduzindo> não terão acesso a nenhum dos dois sistemas, nem ao analógico que deixa de operar, nem ao TNT.
A previsão anterior é que o apagão atingisse 1,3 milhão de residências e para reduzir isso o governo estuda subsidiar os equipamentos e nas localidades onde o TNT não uder efetivamente funcionar, a saída seria subsidiar a assinatura de canais satelitais pagos.
Segundo Alain Méar haverá uma "zona de sombra" onde o TNT não alcançará e esta zona deve representar 500 mil casas residenciais. Estas considerações foram feitas por ocasião de uma audiência pública na Assembléia Nacional Francesa. Os deputados estão preocupados pois não saberiam como explicar aos cidadãos franceses que antes possuiam acesso aos canais analógicos e agora terão seus aparelhos de televisão com as telas negras.
Uma outra saída aventada - e que é largamente utilizada no Brasil - é autorizar que as municipalidades, as prefeituras, instalem emissoras repetidoras para atender o público onde comercialmente não for interessante implantar os canais tradicionais.
Todo este debate deve servir de exemplo ao Brasil. O Brasil é 16 vezes maior do que a França e em seu território as áreas onde a televisão só chega mediante antenas satelitais analógicas sãobem mais numerosas do que naquele país europeu. Desta forma, daqui a dez anos, quando o Brasil desligar seu sistema analógico, as perspectivas de um apartheid tecnológico são bem maiores.
Bom dia,
ResponderExcluirGostaria de saber que percentual esse número de 500 mil residências representa no universo de lares franceses.
Obrigado.
Luiz, os números não são precisos, mas este volume de residência deve representar entre 2 e 5% das residências francesas. Agora, quando comparamos com a realidadenacional, temos que considerar que a França é uma região praticamente toda urbalizada, com acesso de luz e telefone em todas as localidades e que mesmo as áreas rurais são mais equipadas do que no Brasil. Assim, é de se esperar um apagão maior por aqui.
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