sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

TV paga cresce 8,65% em 2014 e chega a quase 20 milhões de assinantes

Do Teletime News

O crescimento do mercado de TV por assinatura ficou abaixo dos dois dígitos em 2014. De acordo com levantamento da Anatel, o serviço fechou o ano com 19,58 milhões de assinantes, um crescimento de 8,65% em relação aos 18,02 milhões de assinantes no final de 2013. O crescimento ainda é substancial, mas bem menor que o apresentado em 2013, quando o setor cresceu 11% - e que já foi o menor índice de crescimento registrado desde 2005, quando o mercado se expandiu 9%.
A grande surpresa dos dados da Anatel, com forte impacto nos resultados do setor no ano, que caminhava para crescer mais de 10%, foi a Claro hdtv, que teve um crescimento líquido negativo de 395 mil assinantes em dezembro. Segundo apurou este noticiário, esse número reflete, na verdade, uma limpeza na base feita em função de inadimplência. Em nota, a operadora confirmou: “A Claro informa que a queda no número de assinaturas da Claro TV, registrada no fechamento de dezembro de 2014, ocorreu devido à retirada de clientes inadimplentes de sua base”.
A Claro já vinha reportando um número "limpo" para os programadores, na expectativa de conseguir recuperar esses clientes sem a necessidade de fazer o ajuste na Anatel, já que eram assinantes ainda com os equipamentos instalados, mas como o crescimento em 2014 frustrou as expectativas, a operadora decidiu fazer o ajuste de uma vez, o que levou a operadora a fechar o ano com 3,382 milhões de clientes, com queda de 6% no ano. A Net Serviços manteve o ritmo de crescimento no mês de dezembro, adicionando cerca de 70 mil clientes e crescendo no ano 12% em 12 meses. Ao todo, o grupo Telmex fechou o ano com 10,182 milhões de clientes em TV paga.
De acordo com os dados da agência, 29,84% dos lares brasileiros contavam com o serviço de TV paga no final de 2014.
A limpeza na base da Claro afetou a performance da plataforma DTH, que vinha apresentando, há anos, crescimento superior à média do mercado. Em 2014, a plataforma perdeu quase um ponto percentual de participação de mercado, caindo de 61,75% para 60,98%. Já o cabo aumentou pouco a sua participação, subindo de 38,11% para 38,46%. A plataforma fiber-to-the-home, que sequer era contabilizada pela Anatel em dezembro de 2013, fechou 2014 com participação de 0,49%.
Mesmo com a redução apresentada em dezembro, a Telmex fechou o ano com participação de 51,9% de mercado, seguida pela Sky, com 28,8%; Oi, com 6,65%; GVT, com 4,5%; e Telefônica, com 3,93%. Big Brasil, Algar, NossaTV, Cabo e Copel ficaram com 0,78%, 0,62%, 0,63%, 0,25% e 0,02%, respectivamente. Outros grupos fecharam o ano com 1,81%.
Entre os destaques de crescimento do mês de dezembro estão a Oi, que ampliou sua base em quase 100 mil assinantes, para 1,3 milhão de clientes, e a Net Serviços. As demais operadoras ficaram estáveis em dezembro.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Canal Rural seleciona produtor de TV, em Brasília

O Canal Rural abriu uma vaga para produtor em Brasília. A vaga exige formação em Jornalismo e experiência em TV. Entre as atividades que serão desenvolvidas pelo profissional estão:
1) Manter contato com as fontes do setor atualizando a agenda, pesquisando assuntos de agronegócio da região, bem como, no Congresso Nacional e ministérios; e
2) Dar apoio à pauta da reportagem de Brasília e às praças do Canal Rural e programação da grade, além do on-line.
Os interessados devem se inscrever aqui

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Quem é quem na Comunicação do GDF de Rollemberg

Do Jornalistas & Cia

A Comunicação do Palácio do Buriti vem tomando forma e corpo. Forma, se considerarmos o status tradicional de que se constitui uma Secretaria de Estado. Corpo, na fase de contratação de novos profissionais que cuidarão da área na Capital Federal.
No atual governo, a pasta está vinculada à Casa Civil, sob a nomenclatura de secretaria adjunta da Casa Civil para a Comunicação Institucional e Interação Social.Tanto a pasta principal como a adjunta, estão sob o comando de Hélio Doyle (helio.doyle@buriti.df.gov.br) (foto), que coordenou a campanha eleitoral de Rodrigo Rollemberg.
Ele tem Ricardo Taffner como assessor e conta ainda com o apoio de Ricardo Callado (ricardo.calado@buriti.df.gov.br) (foto), seu adjunto, que tem como assessora especial a publicitária Cynthia Araújo (cynthia.araujo@buriti.df.gov.br).
Compõem também a equipe da Comunicação: Marcos Machado (ex-Jornal de Brasília), no atendimento à Imprensa; Adriana Caitano, Redes Sociais; Sandra Turcato, assessora especial da subchefia de Acompanhamento de Ações de Governo, e, na prática, chefe de Comunicação da Casa Civil; Fabiana Sampaio, assessora especial de Imprensa da Casa Civil;
e Aliene Coutinho, ex-TV Globo (foto), que está cotada para chefiar a Comunicação da Secretaria de Mobilidade Urbana, antiga secretaria de Transportes.

No governo anterior, de Agnelo Queiroz, a Secretaria de Comunicação foi dividida em duas áreas: Comunicação propriamente dita e Publicidade. O formato não deu certo, uma vez que a publicidade acabou prevalecendo sobre a comunicação. No final do governo a secretaria voltou à forma original.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Metrô de Brasília terá que respeitar jornada de 5 horas para Jornalistas

Do SJP-DF
O Sindicato dos Jornalistas do DF ganhou, na 1ª instância, ação de reclamação trabalhista em favor da jornalista Sandra Costa, da Companhia do Metropolitano do DF (Metrô). A sentença condena a Metrô a reduzir, até a próxima quinta-feira, 22/7, a carga horária da jornalista para 5 horas diárias, visto que a profissional cumpria 40 horas semanais. Além da adequação de jornada, a Metrô também será obrigada a pagar as três horas-extras cumpridas pela profissional de segundas a sextas-feiras dos últimos cinco anos.
O juiz que deferiu a sentença também estipulou, no caso da não redução da carga horária do trabalho em 48 horas, o pagamento de multa de R$ 500 por dia, sendo limitada, no primeiro momento, a 10 dias (R$ 5.000). A decisão ainda garante à trabalhadora a indenização quanto aos reflexos sobre 13º salários, férias acrescidas de 1/3 e FGTS, bem como honorários assistenciais.
Entenda o caso
A jornalista tomou posse no órgão em 2009 depois de passar em concurso público para exercer a função de comunicadora social na Metrô-DF, estatal responsável pelo sistema metroviário da capital. Seu contrato de trabalho com a Metrô prever uma jornada de oito horas, que não atende o que versa na legislação da categoria.  
A profissional contou que procurou seus direitos após receber informações do Sindicato durante a visita da campanha “Assessor de Imprensa é Jornalista” ao órgão (veja mais sobre a campanha abaixo).  Segundo ela, a instância judicial só foi buscada porque foram esgotadas as possibilidades administrativas de resolver o problema de adequação de jornada.
“Quando você tem conhecimento dos seus direitos, você deve correr atrás. Esse primeiro resultado já me mostra outras possibilidades. Além  de garantir o que está na lei, posso arrumar outro emprego e complementar a minha renda”, afirmou Sandra.
Segundo Marcos Urupá, diretor do SJPDF, o resultado da ação mostra que a atuação do Sindicato está no caminho certo. “A nossa dedicação à campanha “Assessor de Imprensa é Jornalista” já está surtindo efeito. Essa bandeira da luta pelo reconhecimento da carga horária é necessária. Não importa se a modalidade do concurso é ampla para a área de comunicação social, no caso de jornalistas é preciso o cumprimento da jornada especial garantida em lei”, disse.  
Como a ação foi deferida na primeira instância, a Metrô ainda poderá recorrer da decisão.
Argumentos jurídicos
A argumentação do setor jurídico do SJPDF foi baseada no o artigo 303 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que prevê o cumprimento da jornada especial de trabalho dos profissionais de jornalismo que é de cinco horas. Outra alegação utilizada na sentença pelo SJPDF foi a comprovação de que a profissional exerce atividades típicas de jornalista, garantida no  artigo 3º, artigo 3º, §3º, do Decreto-lei nº 972/69 combinado com o artigo 3º, §2º, do Decreto nº 83.284/79.
“É muito importante que os empregadores entendam que as jornadas diferenciadas previstas na legislação se motivam em razão das peculiaridades de cada profissão e do stress envolvido na atividade. Os jornalistas têm de cobrar o cumprimento da carga horária legal, em especial, os assessores de imprensa que também são enquadrados na profissão de jornalista e detêm os mesmos direitos”, explicou Fernanda Rocha, advogada do setor jurídico do Sindicato.
Denúncias
O jornalista contratado sob o regime da CLT e que estiver vivendo situação semelhante deve entrar em contato com o Sindicato por meio da ouvidoria pelo e-mail ouvidoria@sjpdf.org.br ou pelo site www.sjpdf.org.br/ouvidoria
Saiba mais sobre a jornada de trabalho dos jornalistas
O jornalista faz jus à jornada de 5 horas diárias (art. 303 da CLT). As demais horas devem ser pagas como horas-extras e/ou adicional noturno. Ou seja, se você é assessor de imprensa uma empresa ou órgão público, sua carga horária é de 5 horas. Veja abaixo como CLT trata o tema:
Art. 303 - A duração normal do trabalho dos empregados compreendidos nesta Seção não deverá exceder de 5 (cinco) horas, tanto de dia como à noite.
Art. 304 - Poderá a duração normal do trabalho ser elevada a 7 (sete) horas, mediante acordo escrito, em que se estipule aumento de ordenado, correspondente ao excesso do tempo de trabalho, em que se fixe um intervalo destinado a repouso ou a refeição.
Parágrafo único - Para atender a motivos de força maior, poderá o empregado prestar serviços por mais tempo do que aquele permitido nesta Seção. Em tais casos, porém o excesso deve ser comunicado  à Divisão de Fiscalização do Departamento Nacional do Trabalho ou às Delegacias Regionais do Ministério do Trabalho, Indústria e Comercio, dentro de 5 (cinco) dias, com a indicação expressa dos seus motivos.
Art. 305 - As horas de serviço extraordinário, quer as prestadas em virtude de acordo, quer as que derivam das causas previstas no parágrafo único do artigo anterior, não poderão ser remuneradas com quantia inferior à que resulta do quociente da divisão da importância do salário mensal por 150 (cento e cinquenta) para os mensalistas, e do salário diário por 5 (cinco) para os diaristas, acrescido de, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento).

Grupo holandês Rothschild comprou Charlie Hebdo antes dos atentados em Paris

Por Baby Siqueira Abrão, tradução de Caminho Alternativo,  publicado anteriormente no Irã News

Os atentados de 7 de janeiro em París cada vez mais se parece ao 11-S. Se fôssemos da Guarda Civíl diríamos que o “modus operandi” é o mesmo, que é a mesma mão que balança o berço.
O caso é que uma revista econômica holandesa, Quote, revelou a informação da compra em 9 de janeiro, dois dias depois dos atentados e o jornal alemão NeoPresse a reproduziu dez dias depois. A família de banqueiros Rothschild comprou uma revista em ruínas em dezembro do passado ano ao mesmo tempo que o jornal “Libération“, outro velho fóssil de maio de 68 passado às filas da reação pura e dura há muito tempo.
Se alguém tinha a dúvida dos motivos pelos quais os últimos números de Charlie Hebdo estavam lançando desde a redação do “Libération”, aí está a resposta: porque o proprietário é o mesmo.
A aquisição não foi pacífica; ocorreram desentendimentos dentro da família de banqueiros, conta o Barão Philippe de Rothschild numa entrevista publicada por Quote. O tío Edouard não queria comprá-la porque isso lhes teria dado um poder político que não querem, diz o sobrinho à revista. “Não nos queremos misturar em política”, assegura Philippe, “ou pelo menos não de uma maneira tão aberta“.
Se isso estiver correto, como parece, a pergunta é inevitável: foi o atentado contra a revista outro negócio redondo por parte dos Rothschild? A tiveram que comprar a preço de saldo, porque antes de 7 de janeiro a revista não gerava mais que perdas.
Mas se só gerava perdas, que interesse tinham os banqueiros em comprar uma revista em ruínas? É então quando aparece o aspecto político que o Barão Philippe quer manter em segundo plano: para continuar com as provocações de Charlie Hebdo contra os muçulmanos.
Temos Charlie Hebdo para muito. Agora a revista passou de ter somente 60.000 leitores a ter uma audiência de sete milhões. Além do dinheiro que lhes está chovendo, não só do Estado francês senão procedente de investidores privados. Estão se forrando.
Mas não sejam vocês mal-pensados nem conspiranóicos. Nada do que acabamos de expôr significa que os Rothschild organizaram os atentados, nem muito menos que fizeram matar as pessoas pelo vil dinheiro. Nem falar. Desde logo que o ocorrido em París seja uma cópia quase exata do 11-S em Nova York, onde se asseguraram as Torres Gêmeas contra atentados terroristas justo antes de derrubá-las, é pura coincidência.
E se a imprensa internacional não publicou nada disto, é porque não estão informados ainda. E quando saibam, sairá pelo telejornal das 9 da noite. O que tinham pensado? Pensam que lhes ocultam informação? Que não lhes contam toda a verdade e nada mais que a verdade?

domingo, 25 de janeiro de 2015

Vagas para Jornalistas e Radialistas em Brasília

Os classificados de empregos do Correio Braziliense de domingo, 25/1, trazem três ofertas de emprego para profissionais de Comunicação em Brasília.

A primeira é da própria Fundação Assis Chateaubriand, que seleciona um Analista Sênior de Comunicação Social. O profissional deverá ter afinidade com Comunicação Comunitária e experiência em mídias tradicionais e nas novas plataformas de comunicação.
Mais informações, clique aqui.


O Sebrae-Nacional oferece uma vaga para Comunicadores na função de Analista Técnico III. O salário é de R$ 15.034,46 e exige-se formação universitária completa (graduação) em Comunicação Social, com diploma reconhecido pelo Ministério da Educação. Pós-Graduação completa em: Comunicação Social ou Educação à Distância, com carga horária mínima de 360 horas.
Pede-se experiência comprovada de, no mínimo, 6 meses, atuando como profissional, com nível universitário completo, em atividades compatíveis com as principais atribuições da vaga, em: desenvolvimento de projetos de produção e realização de programas educativos para rádio e TV 

A abertura das inscrições está prevista para o dia 26/01/2015 (a partir das 12h00).
Mais informações, clique aqui

Por fim, o Sest-Senat seleciona um radialista com experiência na função de auxiliar de cinegrafia. Exige-se experiência em telejornalismo e vídeos institucionais, conhecimento de iluminação e de operação de áudio.
Para realizar a inscrição,clique aqui.

O Brasil na mídia alemã

Frederico Füllgraf entrevista Harald Neuber, do Portal Amerika 21, de Berlim, sobre a construção pendular da imagem do Brasil pelos meios de comunicação da Alemanha.
Publicado originamente no GGN

As relações entre o Brasil e a Alemanha datam de 22 de abril de 1500, dia do descobrimento da "Ilha de Vera Cruz" - primeiro nome dado ao território - pela esquadra de Pedro Álvares Cabral, cujo cosmógrafo alemão, Mestre João (Meister Johann), de Emmerich, lavrou a ata da avistagem na costa de Porto Seguro.
Hoje, operam no Brasil cerca de 1.200 empresas alemãs, de pequeno, médio e grande porte, empregando aprox. 250.000 trabalhadores, com investimentos diretos da ordem 20,0 bilhões de dólares.
Na América Latina, o Brasil ainda é o maior parceiro comercial da Alemanha, superavitária. Em 2013, as exportações alemãs alcançaram 15,0 bilhões de dólares, já em sentido inverso, o valor das exportações brasileiras à Alemanha foi de apenas 8,0 bilhões de dólares.
Segundo maior investidor direto no Brasil até o final de 1990, a matriz do relacionamento mudou. Hoje a Alemanha concentra suas maiores aplicações na União e Leste Europeus e na China, priorizando no Brasil negócios com tecnologia de ponta nos setores de energias renováveis, infraestrutura e logística.
Quando abordadas pelos meios de comunicação, as respectivas Diplomacias costumam qualificar de “excelente” o relacionamento entre Brasil e Alemanha, qualidade que não se pode estender ao trato conferido pelos meios de comunicação alemães quando o assunto é Brasil.
Antes e durante a Copa do Mundo 2014, a revista Der Spiegel - espécie de régua e termômetro da maioria das mídias alemãs – publicou uma série de matérias de teor implacável sobre o Brasil e o governo Dilma Rousseff. Meses depois, durante a campanha política para a presidência, o serviço online da Deutsche Welle, emissora estatal, publicou uma série de reportagens e artigos de opinião com mal disfarçada preferência pela candidatura da “ecologista” Marina Silva, ecoando suas críticas à administração petista. Como espécie de “terceiro round” da campanha, confirmada a vitória de Dilma Rousseff, imprensa escrita e eletrônica alemã reverberaram então as pressões e manipulações – de ações e informações – das bolsas, cobrando da reeleita medidas para “reconquistar a confiança dos mercados”.
Este é o tema da entrevista com Harald Neuber que, em tráfego de mão dupla, também me fez perguntas sobre o Governo Dilma Rousseff, o PT, a Copa do Mundo e a discussão brasileira sobre Regulação do Mercado de Mídias – conversa que se pode acessar em alemão no portal Amerika 21 desde 1º. de janeiro: Das Brasilien der deutschen Medien” (O Brasil das mídias alemãs), mas em cuja versão para o GGN me limito a reproduzir principalmente as respostas de Neuber, por considerar as minhas próprias relevantes apenas para o público leitor alemão.
Frederico Füllgraf (FF) – Abro a entrevista com uma canelada: os alemães adoram a caipirinha, as praias e as mulheres brasileiras - não necessariamente nesta ordem depreciativa - e sabem ganhar um bom dinheiro com suas empresas no Brasil. Contudo, este mesmo país, ainda ontem considerado exitoso, é tratado com uma estranha dose de maledicência e desprezo pela maioria dos meios de comunicação alemães. Não lhe parece algo esquizofrênica essa imagem fragmentada e ambígua do Brasil em seu país?
Harald Neuber – Essa é sem dúvida uma abertura provocadora, mas acho que não podemos falar de uma única imagem do Brasil construída pelos alemães. Na opinião pública alemã circulam várias imagens e discursos sobre o Brasil. Por um lado, temos aquele clichê quase clássico do Brasil, intensamente moldado pelo turismo e vivências culturais: as praias e a Bossa Nova como manifestação precoce de música globalizada, mas com profundas raízes autóctonas. Por outro lado, existe na Alemanha um olhar mais apurado, que reconhece no Brasil um país moderno, emergente, como importante sócio do grupo dos BRICS. Enxerga-se um país que defende seus próprios interesses quando se fala em desenvolvimento, interesses que mais e mais contradizem os interesses do G7. Por isso mesmo, esse Brasil moderno é frequente objeto de comentários desfavoráveis.
Esse fenômeno dos discursos sobrepostos, das diferentes realidades midiáticas, também se pode observar no caso de Cuba e é legítimo suspeitar-se de uma abordagem esquizofrênica pelas mídias. Vejamos por que. Por um lado, milhares de alemães viajam anualmente para Cuba e o Brasil. e uma vez desembarcados, em seus destinos percebem países que funcionam perfeitamente. Quando voltam à Alemanha, leem que “na verdade” o colapso econômico desses países são favas contadas. O que acontece? As pessoas vivenciaram uma realidade e em casa são confrontadas com uma desconstrução midiática que nada tem a ver com a realidade.
FF – Fazendo breve retrospecto, pode-se afirmar sem grande margem de erro, que na década 2003-2013, a cobertura sobre o Brasil pelos principais jornais e canais de TV alemães foi marcada por um tom amigável, simpático ao Brasil, com o que não estou dizendo que os correspondentes estrangeiros devam atuar como o velho cachorrinho da RCA, ouvindo, calados, a “voz do dono”. Muito pelo contrário. Porém e de repente, já no início do governo Dilma Rousseff, figurativamente falando, a maré vazou e virou ressaca, dando lugar a matérias rancorosas sobre o Brasil. Como explica essa inversão de tendência e como descreve a imagem do Brasil na Alemanha, nesta passagem de ano?
Harald Neuber – Essa é uma observação interessante, da que eu não tinha me dado conta com tanta clareza até agora. Mas eu desconfio que tem a ver com o que eu já disse anteriormente: na medida em que são tangidos interesses dos países centrais, mudam os discursos da cobertura da mídia. O contexto latino-americano é ilustrativo, durante o governo do presidente Hugo Chávez, extrovertido e provocador, a Venezuela foi tratada como verdadeiro objeto do opróbrio pelo jornalismo ocidental. O que não quer dizer, como você bem lembrou, que não se deva criticar a política e a economia do país. Ocorre que quase nenhum jornalista ocidental se esforçou em iluminar os verdadeiros bastidores da Venezuela, em questionar supostas realidades midiáticas, realizando suas próprias pesquisas. Uma exceção foi meu colega precocemente falecido, Manfred Bleskin, do canal n-tv, que falava um Português excelente e que tinha por hábito ouvir a rádio portuguesa logo cedo de manhã. Alguns anos atrás, ele tinha viajado para a Bolívia, e quando voltou, disse: "Mudou completamente minha análise do processo e minha imagem do país". Este questionamento exemplar é coisa cada vez mais rara nos meios de comunicação e é por esta razão que a cobertura jornalística alemã do Brasil é marcada mais por interesses econômicos e políticos do que por fidelidade aos fatos.
FF – Em 2014, a Der Spiegel capitaneou uma campanha rancorosa e repleta de meias verdades contra a Copa do Mundo no Brasil, cuja apoteose foi a capa da edição de 12 de junho de 2014, com o título "Tod und Spiele" - “Morte e jogos”. O lead dessa matéria dizia: “Brasil: gol contra. Justamente no país do futebol, a Copa do Mundo poderia ser um fiasco: manifestações, greves e tiroteios em vez de festa. Os cidadãos estão furiosos por causa dos estádios caros e dos políticos corruptos. Ademais, sofrem com a estagnação da economia (…) - uma evidente intimidação de milhares de alemães que intencionavam viajar ao Brasil e assistir aos jogos da disputa, cujo fracasso total era previsível segundo a revista. Já o desenrolar da Copa foi um êxito reconhecido internacionalmente, os torcedores retornaram aos seu país, cobrindo o Brasil e sua gente de elogios, o que, colocado na balança, foi um redondo gol contra da própria Der Spiegel. A que interesses você atribui jornalismo tão malicioso e tendencioso?
Harald Neuber – Não posso responder por um meio para o qual não trabalho, mas penso que posso, sim, questionar um mega-evento como a Copa do Mundo, principalmente o papel da FIFA. Pode e deve-se questionar, quem, afinal, ganha com um evento desses, mas o importante é deixar claro o objetivo de uma cobertura crítica. Em algumas ocasiões, durante a Copa, eu tive a sensação de que alguns correspondentes ocidentais estavam obcecados em encontrar “provas” para o fracasso do evento, por assim dizer colocando chifre em cabeça de cavalo.
Um correspondente da BBC dedicou uma reportagem inteira a uma escada frouxa na entrada do Maracanã. Não estou dizendo que esse não seja um tema, mas ocorre que essa “cobertura-problema” foi a que se sobrepôs durante muitos dias, o que ocorreu em detrimento das justas críticas à FIFA e os grandes negócios do futebol, feitas de modo legítimo por movimentos sociais. O que sigo me perguntando é se o governo brasileiro também não estava perdido no meio do tiroteio, afinal de contas, essa polêmica associação internacional do futebol voltou para casa embolsando lucros bilionários – o que sobrou para os pobres do Brasil? Esta questão não deveria ter sido enfrentada de modo mais ofensivo pelo governo do PT?
FF – Sem dúvida, mas foi o preço que o governo se dispôs a pagar por uma aposta diplomática da era Lula: atrair para o Brasil a Copa e os Jogos Olímpicos de verão de 2016 para escalar o Brasil como global player, com isso também ampliando o círculo de países apoiadores de sua reivindicação de uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, etc. A escolha do Brasil como país-sede de ambos eventos foi uma espécie de coroação diplomática daquela fase de crescimento robusto de 7,0% ao ano, com honrarias de “Homem do Ano” prestadas a Lula pelo Forum Econômico de Davos e as revistas Times, Forbes e o El País. Mas em 2013, este cenário já pertencia ao passado, durante o governo Dilma Rousseff a euforia externa tinha virado pó. Apesar da inflação em lento ritmo de aumento, a presidenta deu ênfase ao mercado interno, mantendo integralmente os programas sociais do governo, ao mesmo tempo tocando obras de infraestrutura, entre as quais as destinadas à Copa. E de certo modo foi exitosa, apesar do “fogo amigo” nos bastidores e da brutal campanha dos meios de comunicação nacionais contra seu governo.
Mas voltando ao modus operandi das mídias alemãs, quero recordar que, ainda estudante, em Berlim, e de volta ao Brasil, na década de 1980, acompanhei atentamente pelos jornais, pelo rádio e pela TV o trabalho de alguns correspondentes alemães na América Latina, alguns deles baseados no Brasil. Exilado no Uruguai desde a época da ditadura hitlerista, de Montevidéu o já saudoso e lendário Hermann P. Gebhardt cobria o Cone Sul para o Frankfurter Rundschau, que à época mantinha uma linha editorial liberal de esquerda, que contrastava com a do jornalão conservador Frankfurter Allgemeine, cujo correspondente no Brasil durante trinta e tantos anos foi Martin Gester. Para o Tagesanzeiger, de Zurique, escrevia Romeo Rey, autor do livro “Im Sternzeichen des Che Guevara” (Sob o signo estelar de Che Guevara). O correspondente da Süddeutsche Zeitung, de Munique, era Carlos Widman, e o canal de TV ZDF mantinha no Rio de Janeiro o Klaus Eckstein, completando um quarteto de respeitáveis correspondentes que escreviam contra a maré das boas relações entre as ditaduras sul-americanas, o big bussiness e o governo alemão. Mas essa geração, na verdade duas, não atuam mais. O que escrevem hoje os mesmos jornais sobre o Brasil, de onde extraem suas informações?
Harald Neuber: Quando eu dou minhas palestras sobre a cobertura dos meios de comunicação alemães, digo frequentemente, “deem uma olhada na página da internet do Tagesschau [Nota: jornal nacional da rede ARD de TV Pública, produzido pela NDR TV de Hamburgo]. Em seu arquivo é possível rever programas gravados 20 anos atrás”, época em que correspondentes faziam cobertura direta até mesmo dos menores países da América Central. Hoje, em comparação, a cobertura sobre toda a América Laatina é feita a partir de 3 bases apenas: ou Cidade do México, ou Buenos Aires, ou Rio de Janeiro. Não quero dizer com isso que as e os colegas trabalhem mal, mas a racionalização, o enxugamento de custos obviamente fez cair a qualidade da cobertura. Em vez de pesquisar in situm, os “correspondentes” usam como fonte as mídias do país sobre o qual escrevem, e essas não costumam ser boas conselheiras. Porque não apenas no Brasil os grandes grupos de mídias se voltam contra as políticas sociais e econômicas do governo. Na Venezuela, Bolívia ou no Equador as mídias atuam de modo ostensivo, como inimigos não declarados dos governos. Isso ocorre porque em sua maioria estão vinculados a grupos econômicos que sentem seus interesses prejudicados pelos respectivos governos. Na Venezuela grupos de mídia participaram do golpe de 2002 [Nota: contra Hugo Chávez]. Não seria errado afirmar que parte dos meios privados de comunicação atua como partido político. Minha curiosidade é saber se a presidenta Dilma Rousseff pretende mesmo abraçar a causa da regulação de mídiasem seu segundo mandato.
FF – É o que grande parte do Brasil também quer saber. A presidenta acenou com uma regulação de caráter econômico, de descartelização semelhante à da Argentina, sem interferir em conteúdo, quem dirá instituir a “censura”, como inferem comentários quiméricos, invencionices de alguns articulistas a soldo. O novo ministro das Comunicações, Ricardo Benzoini, advertiu que o projeto será efetivadocom planejamento e tranquilidade, “sem nenhum tipo de ansiedade” - esperemos, pois.
Voltando às oscilações da cobertura alemã sobre o Brasil. No início do governo Dilma Rousseff, a presidenta era descrita como personagem honrosa que arriscara sua vida no combate à ditadura. Nos dois últimos anos mudou o tom, quando ela passa a ser descrita como suspeita de corrupção e de “enterrar” a Economia – como se a União Europeia, afetada por crise sem fim, e a Alemanha, com seu pífio crescimento de 0,8% em 2014, vivessem em um mar de rosas e fossem lá um paradigma de bom desempenho. Isso ainda é jornalismo que pode ser descrito como probo?
Harald Neuber – Veja, é exatamente o que eu queria dizer com “iluminar os bastidores”. Obviamente, um jornalista alemão pode e deve examinar a situação econômica do Brasil, mas enfatizar a necessidade de crescimento em meio à crise enfrentada pela União Europeia é tanto quanto grotesco. No meu entendimento, por trás dessa cobrança articulam-se programadores de opinião, e lhe dou dois exemplos. Na Alemanha, os principais formadores de opinião que definem a imagem da América Latina nos meios de comunicação, são as fundações dos principais partidos políticos. Diferentemente da maioria das mídias, essas fundações têm seus escritórios e operam múltiplas redes no Hemisfério Sul. Desse modo, elas podem disponibilizar constantemente especialistas para entrevistas. O que os jornais não querem admitir é que, por exemplo, um representante da Fundação Konrad Adenauer [Nota: do partido democrata-cristão, governista] defendará em suas declarações uma opinião devidamente impregnada da orientação política de sua fundação e partido político. Um caso extremo foi o da Fundação Friedrich Naumann, do partido liberal (FDP), que em 2009 apoiou o golpe de Estado em Honduras. Mas este problema foi devidamente resolvido pelos eleitores alemães: desde 2013 os liberais não estão mais representados no Congresso, desapareceram do cenário parlamentar.
Além das fundações partidárias, como formadores de opinião também atuam diversas instituições de pesquisa, de financiamento público, como a Stiftung Wissenschaft und Politik [Nota: Fundação Ciência e Política, think tank do governo alemão], ou ainda o Instituto GIGA, de Hamburgo, cujos funcionários ocupam o topo do ranking dos “must interview” da Alemanha. Sendo pagos, aliás muito bem pagos, pelo governo – como poderia ser “objetiva” sua análise?
FF – Muito interessante sua descrição do papel dessas fundações. Uma delas, que certamente contrabalança um pouco o discurso conservador é a Fundação Friedrich Ebert, do partido socialdemocrático (SPD), que há décadas patrocina projetos da CUT e do PT, espaço de diversas palestras de Luis Inácio Lula da Silva, em São Paulo e em Bonn.
Por falar em PT e Governo Dilma: como os vê no contexto latino-americano?
Harald Neuber – O projeto social do PT é parte de um projeto integral de movimentos da esquerda reformista na América Latina. Já o Brasil como país tem um papel importante no grupo dos BRICS. Mas penso que o PT – do mesmo modo como os partidos de esquerda em escala global – deveria pensar e atuar além do marco estritamente parlamentar, formal. Nesse aspecto, depois de conversar com colegas no Brasil, percebo alguns déficits bem delineados no governo Dilma Rousseff, e certamente foi um dos motivos da vitória apertada no segundo turno. 20% de abstenções mais 6% de votos nulos... - será que não articulam amargas decepções?
FF - Você está na pista certa, a presidenta foi reeleita com quase 54,0 milhões de votos, mas seu resultado poderia ter sido mutio melhor. Aqui no Chile, em 2013, Michelle Bachelet foi reeleita em condições ainda piores: 45% de abstenções. Percebo isso como sintoma global de despolitização do eleitor, no sentido de perda de interesse pela esfera política, mas também de perda de consciência. Culpar o eleitor seria erro crasso, as pessoas estão mesmo é enfastiadas, o que parece transparecer é a perda de atratividade da democracia liberal-conservadora, incapaz de oferecer inovação, principalmente a participação cidadã, republicana.
Para finalizar, conte-nos o que o portal Amerika 21 faz para diversificar e melhorar a imagem da América Latina na Alemanha.
Harald Neuber – O portal de notícias Amerika 21 existe desde 2007 e é administrado pela associação beneficiente Mondial21. Com o portal introduzimos uma novidade no cenário dos meios de comunicação da Alemanha. Sua missão é contribuir ao intercâmbio comunicacional entre o Sul e o Norte globais, preenchendo os espaços vazios existentes. O que fazemos é disponibilizar na internet informações sobre a América Latina, oferecidas com padrão profissional, acessíveis e grátis. Até agora, é fruto de trabalho coletivo não-remunerado de um expressivo grupo de colaboradores; da pesquisa, pela tradução à edição de matérias. No início, éramos um blog noticioso, com algumas edições semanais de atualização. Já em 2011, publicávamos de três a cinco artigos diariamente e atualmente a redação não para de editar. A profissionalização do portal sob formato de redação-online está em curso, ainda não terminou, e ela exige várias horas de trabalho concentrado por dia, sem restrições de qualquer natureza politica ou ideológica. Desse modo, avançamos para a posição de mídia-referência em nível nacional, quando o assunto é América Latina.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Diários Associados vende Rádios e TVs para Plano de Saúde

O Conselho Administrativo de Defesa da Economia - Cade aprovou a venda do controle acionário (57,5%) de sete empresas dos Diários Associados do Nordeste para a Canadá Investimentos, pertencente ao Grupo Hapdiva, que atua na área de saúde no Norte e no Nordeste do Brasil.

Anéis

Segundo declarou uma fonte dos Diários ao Portal dos Jornalistas, “é uma forma de capitalizar o grupo no Sudeste para enfrentar as dificuldades do momento”. Os valores da transação e a forma de pagamento não foram informados 
O acordo incluiu as emissoras Rádio e Televisão O Norte, Televisão Borborema e o Sistema Associados de Comunicação (TV Clube Pernambuco), além das rádios Poti, FM O Norte e Borborema e o jornal Diário de Pernambuco.
As sete empresas passarão a ser controladas por uma nova holding com nome de Sistema Opinião de Comunicações. 
O Grupo Hapvida é um grupo empresarial brasileiro sediado em Fortaleza, Ceará. Fundado em 1993 pelo médico Cândido Pinheiro, hoje é o maior operador de planos de saúde do Norte e Nordeste brasileiro e o terceiro maior do país em beneficiários, através do Hapvida Saúde. 
Passaram a atuar no ramo das comunicações em 2014, através do Sistema Opinião de Comunicação, que controla vários veículos de comunicação em todo o Nordeste. O Grupo já havia adquirido em 2014 a TV Alagoas e a TV Ponta Negra, do Rio Grande do Norte, além da Ceará Rádio Clube, de Fortaleza. 
Seu objetivo é diversificar as atividades, muito concentradas no setor de saúde. 
Com a compra do controle das empresas dos Diários Associados, por meio da Canadá Investimentos, forma com a holding SOC (Sistema Opinião de Comunicações), que tem sede em Recife, a maior rede do Nordeste. Está presente em Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Livro desvenda a Comunicação Pública para iniciantes

Comunicação Pública e Inclusão Política traz em uma só obra  uma coletânea de artigos de autoria de Alberto Perdigão, publicados em jornais sites e blogs, entre 2010 a 2014. O livro, comercializado nacionalmente pela Saraiva,  oferece à discussão novos conceitos como a comunicação pública, que supera a comunicação institucional, a TV pública, que avança em relação à televisão estatal, e a ciberdemocracia, como relações de poder pós-massivas.
Além de facilitar a inicialização de interessados nos temas da cidadania ativa e da democracia participativa no contexto brasileiro contemporâneo, estimula a reflexão sobre os avanços políticos e tecnológicos necessários a assegurar o direito a uma comunicação dialógica libertadora.

Oportuna leitura para profissionais ou estudantes de comunicação ou de gestão pública. Imprescindível aos que atuam no fortalecimento do Estado, na legitimação dos governos e na ampliação da efetividade das políticas públicas.
Alberto Perdigão é doutorando em Ciências da Cultura na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Vila Real, Portugal). Mestre Políticas Públicas e Sociedade, especialista em Propaganda e Publicidade, tem aperfeiçoamento em Roteiro para Rádio e Televisão na Radiotelevisión Española (Madrid, Espanha) e graduação em Comunicação Social.
É professor do curso de jornalismo da Universidade de Fortaleza, onde participa do grupo de pesquisa Comunicação e Cultura, na linha de pesquisa TV Pública e Inclusão Comunicacional, e coordena voluntariamente o grupo de estudo em TV Pública. É autor do livro Comunicação Pública e TV Digital: interatividade ou imperatividade na TV pública (EdUece, 2010).
Como jornalista, foi coordenador de comunicação da OAB-Ceará (2013-2014); assessor de imprensa da prefeita Luizianne Lins e coordenador do projeto de criação da TV Municipal de Fortaleza (2010-2012); editor-chefe e apresentador do telejornal Bom Dia Ceará (2003-2010) e produtor-editor no Núcleo da Rede Globo no Ceará (2000-2003).

domingo, 18 de janeiro de 2015

Foto do dia: Selfie repórter


Jornalismo sempre foi uma atividade de equipe, coletiva.
Será este o futuro do telejornalismo?

domingo, 11 de janeiro de 2015

Eu não sou Charlie, je ne suis pas Charlie, por Leonardo Boff

Há muita confusão acerca do atentado terrorista em Paris, matando vários cartunistas. Quase só se ouve um lado e não se buscam as raízes mais profundas deste fato condenável mas que exige uma interpretação que englobe seus vários aspectos ocultados pela midia internacional e pela comoção legítima face a um ato criminoso. 
Mas ele é uma resposta a algo que ofendia milhares de fiéis muçulmanos. Evidentemente não se responde com o assassianto. Mas também não se devem criar as condições psicológicas e políticas que levem a alguns radicais a lançarem mão de meios reprováveis sobre todos os aspectos. 
Publico aqui um texto do padre Antonio Piber, que é teólogo e historiador e conhece bem a situação da França atual. Ele nos fornece dados que muitos talvez não os conheçam. Suas reflexões nos ajudam a ver a complexidade deste anti-fenômeno com suas aplicações também à situação no Brasil: 
Leonardo Boff
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Eu condeno os atentados em Paris, condeno todos os atentados e toda a violência, apesar de muitas vezes xingar e esbravejar no meio de discussões, sou da paz e me esforço para ter auto controle sobre minhas emoções…
Lembro da frase de John Donne: “A morte de cada homem diminui-me, pois faço parte da humanidade; eis porque nunca me pergunto por quem dobram os sinos: é por mim”. Não acho que nenhum dos cartunistas “mereceu” levar um tiro, ninguém o merece, acredito na mudança, na evolução, na conversão. Em momento nenhum, eu quis que os cartunistas da Charlie Hebdo morressem. Mas eu queria que eles evoluíssem, que mudassem… Ainda estou constrangido pelos atentados à verdade, à boa imprensa, à honestidade, que a revista Veja, a Globo e outros veículos da imprensa brasileira promoveram nesta última eleição.
A Charlie Hebdo é uma revista importante na França, fundada em 1970, é mais ou menos o que foi o Pasquim. Isso lá na França. 90% do mundo (eu inclusive) só foi conhecer a Charlie Hebdo em 2006, e já de uma forma bastante negativa: a revista republicou as charges do jornal dinamarquês Jyllands-Posten (identificado como “Liberal-Conservador”, ou seja, a direita europeia). E porque fez isso? Oficialmente, em nome da “Liberdade de Expressão”, mas tem mais…
O editor da revista na época era Philippe Val. O mesmo que escreveu um texto em 2000 chamando os palestinos (sim! O povo todo) de “não-civilizados” (o que gerou críticas da colega de revista Mona Chollet (críticas que foram resolvidas com a demissão sumaria dela). Ele ficou no comando até 2009, quando foi substituído por Stéphane Charbonnier, conhecido só como Charb. Foi sob o comando dele que a revista intensificou suas charges relacionadas ao Islã, ainda mais após o atentado que a revista sofreu em 2011…
A França tem 6,2 milhões de muçulmanos. São, na maioria, imigrantes das ex-colônias francesas. Esses muçulmanos não estão inseridos igualmente na sociedade francesa. A grande maioria é pobre, legada à condição de “cidadão de segunda classe”, vítimas de preconceitos e exclusões. Após os atentados do World Trade Center, a situação piorou.
Alguns chamam os cartunistas mortos de “heróis” ou de os “gigantes do humor politicamente incorreto”, outros muitos os chamam de “mártires da liberdade de expressão”. Vou colocar na conta do momento, da emoção. As charges polêmicas do Charlie Hebdo, como os comentários políticos de colunistas da Veja, são de péssimo gosto, mas isso não está em questão. O fato é que elas são perigosas, criminosas até, por dois motivos.
O primeiro é a intolerância. Na religião muçulmana, há um princípio que diz que o Profeta Maomé não pode ser retratado, de forma alguma. Esse é um preceito central da crença Islâmica, e desrespeitar isso desrespeita todos os muçulmanos. Fazendo um paralelo, é como se um pastor evangélico chutasse a imagem de Nossa Senhora para atacar os católicos…
Qual é o objetivo disso? O próprio Charb falou: “É preciso que o Islã esteja tão banalizado quanto o catolicismo”. “É preciso” porque? Para que?
Note que ele não está falando em atacar alguns indivíduos radicais, alguns pontos específicos da doutrina islâmica, ou o fanatismo religioso. O alvo é o Islã, por si só. Há décadas os culturalistas já falavam da tentativa de impor os valores ocidentais ao mundo todo. Atacar a cultura alheia sempre é um ato imperialista. Na época das primeiras publicações, diversas associações islâmicas se sentiram ofendidas e decidiram processar a revista. Os tribunais franceses, famosos há mais de um século pela xenofobia e intolerância (ver Caso Dreyfus), como o STF no Brasil, que foi parcial nas decisões nas últimas eleições e no julgar com dois pessoas e duas medidas caos de corrupção de políticos do PSDB ou do PT, deram ganho de causa para a revista.
Foi como um incentivo. E a Charlie Hebdo abraçou esse incentivo e intensificou as charges e textos contra o Islã e contra o cristianismo, se tem dúvidas, procure no Google e veja as publicações que eles fazem, não tenho coragem de publicá-las aqui…
Mas existe outro problema, ainda mais grave. A maneira como o jornal retratava os muçulmanos era sempre ofensiva. Os adeptos do Islã sempre estavam caracterizados por suas roupas típicas, e sempre portando armas ou fazendo alusões à violência, com trocadilhos infames com “matar” e “explodir”…). 
Alguns argumentam que o alvo era somente “os indivíduos radicais”, mas a partir do momento que somente esses indivíduos são mostrados, cria-se uma generalização. Nem sempre existe um signo claro que indique que aquele muçulmano é um desviante, já que na maioria dos casos é só o desviante que aparece. É como se fizéssemos no Brasil uma charge de um negro assaltante e disséssemos que ela não critica/estereotipa os negros, somente aqueles negros que assaltam…
E aí colocamos esse tipo de mensagem na sociedade francesa, com seus 10% de muçulmanos já marginalizados. O poeta satírico francês Jean de Santeul cunhou a frase: “Castigat ridendo mores” (costumes são corrigidos rindo-se deles). 
A piada tem esse poder. Mas piada são sempre preconceituosas, ela transmite e alimenta o preconceito. Se ela sempre retrata o árabe como terrorista, as pessoas começam a acreditar que todo árabe é terrorista. Se esse árabe terrorista dos quadrinhos se veste exatamente da mesma forma que seu vizinho muçulmano, a relação de identificação-projeção é criada mesmo que inconscientemente. 
Os quadrinhos, capas e textos da Charlie Hebdo promoviam a Islamofobia. Como toda população marginalizada, os muçulmanos franceses são alvo de ataques de grupos de extrema-direita. Esses ataques matam pessoas. Falar que “Com uma caneta eu não degolo ninguém”, como disse Charb, é hipócrita. Com uma caneta se prega o ódio que mata pessoas…
Uma das defesas comuns ao estilo do Charlie Hebdo é dizer que eles também criticavam católicos e judeus…
Se as outras religiões não reagiram a ofensa, isso é um problema delas. Ninguém é obrigado a ser ofendido calado.
“Mas isso é motivo para matarem os caras!?”. Não. Claro que não. Ninguém em sã consciência apoia os atentados. Os três atiradores representam o que há de pior na humanidade: gente incapaz de dialogar. Mas é fato que o atentado poderia ter sido evitado. Bastava que a justiça tivesse punido a Charlie Hebdo no primeiro excesso, assim como deveria/deve punir a Veja por suas mentiras. Traçasse uma linha dizendo: “Desse ponto vocês não devem passar”.
“Mas isso é censura”, alguém argumentará. E eu direi, sim, é censura. Um dos significados da palavra “Censura” é repreender. A censura já existe. Quando se decide que você não pode sair simplesmente inventando histórias caluniosas sobre outra pessoa, isso é censura. Quando se diz que determinados discursos fomentam o ódio e por isso devem ser evitados, como o racismo ou a homofobia, isso é censura. Ou mesmo situações mais banais: quando dizem que você não pode usar determinado personagem porque ele é propriedade de outra pessoa, isso também é censura. Nem toda censura é ruim…
Deixo claro que não estou defendendo a censura prévia, sempre burra. Não estou dizendo que deveria ter uma lista de palavras/situações que deveriam ser banidas do humor. Estou dizendo que cada caso deveria ser julgado. Excessos devem ser punidos. Não é “Não fale”. É “Fale, mas aguente as consequências”. E é melhor que as consequências venham na forma de processos judiciais do que de balas de fuzis ou bombas.
Voltando à França, hoje temos um país de luto. Porém, alguns urubus são mais espertos do que outros, e já começamos a ver no que o atentado vai dar. Em discurso, Marine Le Pen declarou: “a nação foi atacada, a nossa cultura, o nosso modo de vida. Foi a eles que a guerra foi declarada”. Essa fala mostra exatamente as raízes da islamofobia. Para os setores nacionalistas franceses (de direita, centro ou esquerda), é inadmissível que 10% da população do país não tenha interesse em seguir “o modo de vida francês”. Essa colônia, que não se mistura, que não abandona sua identidade, é extremamente incômoda. Contra isso, todo tipo de medida é tomada. Desde leis que proíbem imigrantes de expressar sua religião até… charges ridicularizando o estilo de vida dos muçulmanos! Muitos chargistas do mundo todo desenharam armas feitas com canetas para homenagear as vítimas. De longe, a homenagem parece válida. Quando chegam as notícias de que locais de culto islâmico na França foram atacados, um deles com granadas!, nessa madrugada, a coisa perde um pouco a beleza. É a resposta ao discurso de Le Pen, que pedia para a França declarar “guerra ao fundamentalismo” (mas que nos ouvidos dos xenófobos ecoa como “guerra aos muçulmanos”, e ela sabe disso).
Por isso tudo, apesar de lamentar e repudiar o ato bárbaro do atentado, eu não sou Charlie. Je ne suis pas Charlie.

Assembléia Legislativa de Goiás abre concurso para Jornalistas e Radialistas

A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, publicou edital n° 001/2015 de concurso público, destinado ao provimento de 84 vagas de níveis médio e superior, nos cargos de Assistentes e Analistas Legislativos. Deste total, estão incluídas vagas de nível superior para Jornalistas e Programador Visual e, de nível médio, para Radialista, na função de Técnico de Gravação e Som.

Jornalistas
São duas vagas para jornalistas e exige-se formação de nível superior em Comunicação
Social ou Jornalismo e Registro Profissional. A jornada de trabalho é de 30 horas semanais e o salário é de R$4.626,52.
Para Programador visual, também são duas vagas com a mesma jornada de trabalho e remuneração dos Jornalistas. Exige-se Formação de nível superior em Design
Gráfico, Cursos de Graduação Tecnológica em Design Gráfico.

Radialistas
Para Técnico de Gravação e Som é ofertada uma única vaga. Exige formação de nível médio em habilitação específica para desempenho do cargo. A jornada é também de 30 horas e o salário mensal de R$ 3.376,99.

Inscrições
As inscrições serão realizadas no período de 10 de fevereiro de 2015 ao dia 12 de março de 2015, exclusivamente via internet, neste sítio
As provas serão objetivas e de redação. Não haverá provas práticas para os cargos acima mencionados. As provas objetivas estão agendadas para o dia 12 de abril.
A homologação do concurso está prevista para 30 de julho. O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, contado a partir da data de homologação do certame, podendo ser prorrogado uma única vez por igual período.

Clique aqui para visualizar o Edital 001/2015.

Imprensa: demissões em massa de jornalistas nas redações brasileiras

 
O ano de 2015 começa com péssimas notícias para o jornalismo brasileiro. Uma nova onda de demissões de profissionais se espalha pelas redações dos grandes e pequenos veículos de comunicação de vários Estados, e mais uma vez deixa toda a categoria e suas entidades sindicais indignadas e a postos para lutar pelos direitos dos trabalhadores e em defesa do Jornalismo.

Os patrões se eximem de qualquer responsabilidade social pelas crises que eles próprios vêm fomentando e pensam menos ainda na qualidade do Jornalismo que têm a função de oferecer à sociedade."

No Rio de Janeiro, o jornal O Globo, na quinta-feira (8), demitiu cerca de 160 funcionários, entre eles, 30 jornalistas. As baixas na redação do jornal atingiram repórteres e diagramadores. Os cortes indiscriminados foram de profissionais com pouco tempo de casa até aos mais antigos, vários premiados nacionalmente.
Como motivação para as demissões, o jornal alega que é uma medida de otimização, após a revisão dos processos da empresa e de reestruturação. Mesmo sem confirmação oficial, segundo notícias veiculadas em sites jornalísticos, a previsão é de fechamento de alguns cadernos e suplementos.

Em Minas Gerais, o jornal O Estado de Minas cortou de seus quadros 11 funcionários da redação e do setor administrativo da empresa. Entre os jornalistas: repórteres, fotógrafos, editores, ilustrador e secretária de redação. A alegação é a crise financeira do Grupo Diários Associados, proprietário do impresso.

No interior de São Paulo, desde o início de janeiro, já foram desligados mais de 30 profissionais dos jornais das cidades de Catanduva, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Votuporanga. Só a sucursal da Folha de São Paulo de Ribeirão Preto dispensou oito jornalistas.

No Espírito Santo, na terça-feira (6), a TV Capixaba, afiliada da Rede Bandeirantes no Estado, desligou cinco jornalistas, nove radialistas, além de pessoal administrativo, e reduziu o tempo do telejornal da noite.

A desculpa para a maioria das demissões é sempre a mesma: economia de gastos e corte de pessoal. “Infelizmente, o jornalismo de qualidade está sempre em segundo plano para as empresas de comunicação. As absurdas demissões espalhadas pelo Brasil denotam esse entendimento do patronato, onde o lucro está sempre em primeiro lugar. A FENAJ, junto com seus 31 sindicatos filiados, está de plantão para denunciar esses abusos, apoiar os jornalistas que perderam seus empregos e reagir junto com a categoria”, afirmou Celso Schröder.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Ministério da Justiça selecionará seis Comunicadores para atuarem nas Olimpíadas

O Ministério da Justiça irá contratar seis profissionais de Comunicação Social para atuarem na secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos. 
A contratação será por tempo limitado e a seleção pública será pelo sistema simplificado. As contratações foram autorizadas no último dia de dezembro do ano passado e consta da portaria nº 547, do ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
As vagas são para três Jornalistas e três para Relações Públicas. 
Os cargos são de nível superior para técnico especializado gerencial níveis V e IV. Há exigência de experiência profissional pregressa ou formação de mestrado ou doutorado, dependendo do caso. Os profissionais atuarão na secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos no desenvolvimento dos projetos relacionados aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 e a transferência do legado da Copa do Mundo Fifa 2014.
O prazo de duração dos contratos deverá ser de até 1 ano, com possibilidade de prorrogação até a data de 31 de julho de 2017, data de término das atividades da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos.

Vagas
Técnico Especializado de Complexidade Gerencial Nível V: uma vaga para Jornalista e uma vaga para Relações Públicas. O salário é de, aproximadamente, R$ 8.300,00
Pré-requisito: Diploma ou certificado, devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação e curso de mestrado ou doutorado na formação exigida ou experiência mínima de 5 (cinco) anos na formação exigida.

Técnico Especializado de Complexidade Intelectual Nível IV. duas vagas para Jornalistas e duas vagas para Relações Públicas. O salário é de, aproximadamente, R$ 6.130,00
Pré-requisito: Diploma ou certificado, devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação; Curso de pós-graduação lato sensu ou mestrado ou doutorado na formação exigida ou experiência mínima de 3 (três) anos na formação exigida.

Edital

Os profissionais interessados devem ficar atentos à publicação do edital com os critérios de seleção .O prazo para publicação do edital de abertura de inscrições para o processo seletivo simplificado será de até 6 meses, contado a partir da publicação desta portaria, ou seja, até junho de 2015.
Para ler aportaria nº 547,clique aqui